terça-feira, 3 de junho de 2014

O DOM DE LÍNGUAS IV - EXPLICAÇÕES SOBRE O FALAR "EM LÍNGUAS" ENTRE PENTECOSTAIS, NEO-PENTECOSTAIS E CARISMÁTICOS

Introdução
Diante do que foi mencionado em estudos anteriores, certamente alguns estejam perguntando:
Os pentecostais, neo-pentecostais e carismáticos são possuidores legítimos do Dom de línguas?

O fenômeno de falar em “línguas” entre os pentecostais, neo-pentecostais carismático é genuíno?

Caso não seja genuíno, como se explicaria o falar em línguas, e qual a origem do fenômeno existente entre os pentecostais e carismáticos?
 
Como resposta temos:
 
PRIMEIRO: A POSIÇÃO DA MAIORIA DOS ESTUDIOSOS BATIS-TAS(Teólogos, pastores, professores e membros de igrejas)

A maioria dos estudiosos batistas não crêem que os pentecostais e carismáticos sejam possuidores do Dom de línguas conforme registrado em Atos e Coríntios.
 
E também a maioria também não crêem que o Dom de línguas alegado pelos pen-tecostais e carismáticos seja genuíno.
 
SEGUNDO: EXISTE EXPLICAÇÃO PARA O FENÔMENO QUE EQUIVACA-DAMENTE É RECONHECIDO PELOS PENTECOSTAIS E CARISMÁTICOS COMO O “FALAR EM LÍNGUAS”

O fenômeno de o “falar em línguas” pode ser explicado através das seguintes hi-póteses:
O falar em línguas seja de cunho natural, podendo ser:
Por transe hipnótico
No caso, a hipnose pode ser individual ou coletiva, voluntária ou involuntária.
 
Por um método conhecido como “mente universal
Ö método é conhecido desde o ano 500 a.C., através do filósofo Anaxágoras.

O método consiste no fato de uma pessoa ter uma espécie de reserva de conhe-cimento geral, incluindo várias línguas.

No caso, havendo alterações na consciência a pessoa pode buscar na reserva de sua mente algum idioma antigo ou moderno.
 
Produto do psique humano
No caso, quando a mente da pessoa sofre algum tipo de alteração (emocionalismo, êxtase e delírios) ela pode produzir sons inarticulados que podem ser confundidos com vocábulos ou frases idiomáticas.
 
Criação da mente humana, produzida propositadamente
No caso a pessoa produz o som de maneira proposital tendo em vista a autoglori-ficação.
Aqui pode acontecer o que chamamos ação mecânica, ou exercícios mentais que produzem o êxtase ou convulsão proposital, fazendo com que a pessoa imita sons diversos.

Estudos feitos demonstram que as línguas podem ser apenas uma ginástica mental.
Eu pessoalmente acho que para as pessoas sinceras que fazem parte do movi-mento, acontece o caso: “produto do psique humano”;
 
Para os charlatões que vivem do movimento, acontece os casos: “Uso de transe hipnótico” e “criação da mente humana, produzida propositadamente”.
 
O “falar em línguas” como sendo de cunho sobrenatural

Por influência demoníaca
No caso, a mente humana é tomada por demônios, fazendo com que o nome de Jesus Cristo seja menosprezado e blasfemado.
 
De maneira geral, o “falar em línguas” inclui aqueles que não preenchem os requi-sitos bíblicos, ou melhor, há aqueles que não crêem nas doutrinas essenciais tais como a Trindade, o nascimento virginal, a divindade de Jesus Cristo ou então acrescentam outras como por exemplo, a adoração aos santos e a Maria.
 
Assim, perguntamos: estaria o Espírito Santo abençoando os incrédulos, os blás-femos e os idolatras, ou será que o “espírito” é outro?
 
Por influência angelical
No caso, as línguas seriam faladas pelos anjos que estão a serviço dos salvos.
 
Muitos pentecostais e carismáticos afirmam que as línguas faladas na igreja de Corinto era “língua dos anjos”, para tal eles usam o texto de I Coríntios 13.1.
 
Ao examinar o texto percebemos que Paulo não estar fazendo uma afirmação, mas uma hipótese para chamar a atenção para uma verdade. Observe: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor...”, no original a expressão que aparece é “ean” (também nos vs. 2,3) que significa “se”. O que se segue é proposto como possibilidade hipotética.
 
Assim, percebemos que Paulo usa a questão do falar em línguas, usando a possi-bilidade hipotética, para chamar a atenção para o fato de que língua nenhuma, da terra ou do céu, é comparável à prática do amor cristão.
 
A ênfase do texto não é a questão das línguas, mas o amor ágape.
 
Se alguém usa o texto mencionado para afirmar que as línguas faladas em Corinto e em nossos dias é a língua dos anjos, usa o texto indevidamente.
 
Para o cristão, a única regra de fé e prática deve ser a Bíblia,  principalmente o Novo Testamento. E olhando a Bíblia descobrimos que toda vez que Deus enviou seus mensageiros (os anjos) para falarem aos homens, acontecia:
 
A pessoa era devidamente escolhida, a mensagem tinha um fim definido e na língua de quem a recebia.
 
Vejamos alguns exemplos:
Anjos falaram a Ló na própria língua dele; pois ele os entendeu (Gênesis 19.1-11,15);
Um anjo falou a: Abraão (Gênesis 22.11); Gideão (Juízes 6.11,12); Zacarias (Zaca-rias 1.9; Lucas 1.13); Maria, mãe de Jesus (Lucas 1.29); José (Mateus 1.20); Filipe (Atos 8.26).
 
Em todos os casos citados, toda vez que o anjo falou, falou uma língua inteligível ao conhecimento dos que os ouviram, no caso o hebraico, aramaico e o grego. Uma língua comum aos seus ouvintes.
 
Por ação do Espírito Santo
No caso, seria a verdadeira ação do Espírito Santo, tendo em vista um objetivo.
 
E aqui vale uma palavra: Não podemos por medo ou cautela chegar ao ponto de limitar a ação de Deus na história da revelação.
 
Como também não podemos cair na onde do sensacionalismo ao ponto de des-considerando a revelação escrita de Deus aos homens, a Bíblia,  contradizer a mesma, em favor de experiências pessoais.
 
É possível que em determinada situação Deus use seus servos através das “línguas” para que sirva de sinal para os incrédulos, com propósito didático ou evangelístico e para edificação daquele que as fala.
 
No entanto, acho a possibilidade de alguém experimentar o que acabamos de mencionar é difícil e raro.
 
E pelo que observamos, o que acontece nos meios pentecostais e carismáticos, não tem nada o que comprove a ação divina, a não ser carnal.
 
Muitos pentecostais e carismáticos usam chavões e conceitos que só reafirmam a imaturidade e o desejo de autopromoção.
 
Eu acho que para os crentes sinceros que estão entre os pentecostais não aconte-ce nada do que mencionamos;
 
Para os charlatões, hipócritas, mentirosos acontece o caso: “influência demoníaca”;
 
Para os aqueles que desconhecem, mas são sinceros, acontece o caso: “influência demoníaca” , pois estão entrando na onde do sensacionalismo e usando blasfe-mando contra o Espírito Santo.
 
TERCEIRO: PRÁTICAS QUE SÃO CONTRÁRIAS AO CULTO CRISTÃO, À LUZ DA BÍBLIA.
Bater palmas para Jesus Cristo
A Bíblia diz que devemos adorá-lo (Mateus 28.17).
 
Declarações de caráter autoritário e estranhas à Bíblia, como por exemplo, “amarrar Satanás”
A Bíblia diz que devemos resistí-lo (Efésios 4.26,27; 6.11,18; Tiago 4.7; I Pedro 5.8,9).
 
Classificação espiritual ou dos espíritos, como por exemplo, “espírito de maldição”, “espírito de morte”, “espírito de mentira”, “espírito de enfermidade”
A Bíblia afirma a existência de demônios, mas não apresenta a classificação e nem liga a personalidade do espírito imundo a reações vistas na pessoa endemoninha-da. A prática de colocar nome para cada espírito imundo é duvidosa (Mateus 12.45; Marcos 1.26; 5.9; 7.30; 9.17; 16.9; Lucas 10.19; Atos 8.7; 19.13; Efésios 6.12; I Timóteo 4.1; Tiago 2.19; Apocalipse 16.14).
 
Adivinhações e sonhos
A Bíblia condena a prática de adivinhação e a prática de interpretação de sonhos (adivinhação: I Samuel 15.23; Deuteronômio 18.12; Atos 16.16-18. Sonhos: Deu-teronômio 13.1-3; Eclesiastes 5.7; Jeremias 23.32; 27.9; 29.8; Zacarias 10.2). Só Deus pode interpretar os sonhos com caráter espiritual (Gênesis 41.8,16; Daniel 2.27-30; 7.16).
 

Revelações isoladas
Toda a revelação que precisamos se encontra na Bíblia (Deuteronômio 4.2; Pro-vérbios 30.6; Mateus 22.29; João 1.17; João 5.39; Atos 17.11; Romanos 15.4; Apocalipse 22.18).
 
Unção com óleo como elemento de fé
O misticismo deve ser rejeitado em sua totalidade. O máximo que o óleo pode ser usado é como símbolo.
 
Orar em montes ou no mato como se fosse um lugar especial
A prática não tem fundamento bíblico e nem se encontra nos ensinos que Jesus deus aos seus discípulos (Mateus 6.6-8).
 
Jejum como meio de obtenção de graça ou de crescimento espiritual
O ensino do jejum como meio de alcançar graças fere o ensino de Cristo e de todo o Novo Testamento (Isaías 58.6,7; Salmo 35.13; 69.10; Mateus 6.16-18)
 
Falar em “línguas estranhas”
O “falar em línguas estranhas”  nos cultos públicos é de interesse puramente pes-soal, quando não, é com objetivo de impressionar os ouvintes; portanto, contraria o ensino bíblico que se encontra em I Coríntios 14.5-12.
 
Conclusão
Nós, os batistas, temos dificuldades de aceitar o “falar em línguas” praticado no meio pentecostal e carismático como sendo algo que vem do Espírito Santo.
 
No entanto, vemos os pentecostais na sua maioria como crentes bem intencionados, porém sem o devido conhecimento bíblico, sendo a maioria dos seus pastores sem preparo bíblico-teológico adequado, o que acarreta uma série de dificuldades doutrinária.
 
Em outras palavras, acreditamos que os pentecostais na sua maioria erra por falta de uma orientação bíblica correta e pelo apego ao sensacionalismo e ao emocionalismo.
 
Já no caso dos “carismáticos” católicos temos dificuldades de aceitar o grupo como sendo bíblico, bem como suas práticas. Não cremos que o Espírito Santo seja a causa dos fenômenos manifestos no meio católico. Pois se tal coisa acontecesse teríamos que jogar a Bíblia fora.

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