Artigos e Textos Apologéticos

TEXTO 1

RESPOSTAS PARA AFIRMAÇÕES DE ALGUNS PENTECOSTAIS EM RELAÇÃO AOS BATISTAS
Ao longo da minha vida cristã ouvi e ainda ouço algumas afirmações de "irmãos" de igrejas pentecostais, neopentecostais e renovadas direcionadas aos membros da igreja batista.
 
Colhendo essas afirmações formulei algumas respostas que normalmente dou para aqueles que de uma maneira ou outra querem tirar proveito e fazer proselitismo desrespeitando  a minha liberdade religiosa, bem como desprezando a minha capacidade de julgamento e entendimento das Escrituras Sagradas.
 
Vejamos as mais comuns:

A IGREJA BATISTA NÃO TEM PODER.
O que é poder?
É gritaria, barulho, sensacionalismo visto na maioria dessa igrejas de hoje?
O poder de Deus se manifesta de várias maneiras. Os maiores milagres acontecem quando ninguém consegue visualizar.
 
O emocionalismo, gritaria, barulho e o sensacionalismo, e, principalmente o que é visto em muitas igrejas hoje,  não servem como parâmetros para medir o poder de Deus.
 
A coisa tá mais para macumba, espiritismo, esoterismo, histerismo do que para o poder de Deus.
 
A IGREJA BATISTA NÃO DÁ GLÓRIA A DEUS. NÃO TEM O PODER DE DEUS.
A glória a Deus pode ser dita com palavras e atos.
Numa igreja batista não é proibido nenhuma expressão que glorifique a Deus. Mas é preferível expressar glória a Deus com ações do que com meras palavras.
O que se requer numa igreja é ordem e reverência
Quando foi que barulho é tido como sinal absoluto da presença de Deus. A mani-festação de Deus não pode ser medido por barulhos ou gritarias. Pois se fosse assim, os blocos de carnaval estavam poderiam ser usados com exemplo.
Quem faz barulho é lata vazia.
 
A IGREJA BATISTA É FRIA.
O que é ser frio?
O costume de uma igreja não diz muito de sua sinceridade. O emocionalismo em extremo impede a compreensão da verdade.
Temos costumes diferente, mas isso não indica frieza espiritual, teologicamente falando.
Deus não é surdo. O Deus que servimos nos escuta em qualquer situação. Somos educados, reverentes e temos o costume de refletir naquilo que ouvimos.
Em lugar de frio, preferimos: somos cautelosos.
Entendemos que o culto é individual e não uma mera influência emocional provocada.
 
A IGREJA BATISTA É IGUAL A IGREJA CATÓLICA
Quem diz tal coisa não conhece nem a igreja católica e nem a igreja batista.
O quem define se uma igreja é bíblica ou não é a doutrina que ela professa. Nossas doutrinas são bíblicas.
Se temos costumes, práticas e hábitos deferente, isso não deve ser levado em conta para a afirmação de que nós somos iguais aos católicos.
Quem afirma tal coisa no mínimo é mentiroso.
E sabe de uma coisa? É mais fácil doutrinariamente que um membro de igrejas pentecostais, aceitar as doutrinas católicas e suas práticas do que um batista.
 
O cristão batista é livre, democrático, lúcido,  tem o Espírito Santo, sabendo  o que quer e não dependendo de vigias espirituais.
 
Aliás nos movimentos carismáticos católicos acontece muito dos que já é praticado nas igrejas que se dizem pentecostais.
 
Aconselhe o “irmão” pentecostal que afirma que o cristão batista é igual ao católi-co a conhecer melhor a doutrina ensinada pelos batistas, pois talvez isso evite que ele continue na prática da mentira.
 
A IGREJA BATISTA NÃO EXPULSA DEMÔNIO
Não expulsa por que não tem. Os cristãos batistas se reúnem para cultuar a Deus, louvar o nome do Senhor e não ao Diabo e aos demônios. Mas quando aparece, ela também expulsa. Vai lá.
Nosso compromisso é com a pregação do evangelho(Mateus 28.19-20). Levar al-mas ao pés de Cristo. Quando isso acontece não demônio que resista.
 

A IGREJA BATISTA NÃO DÁ A PAZ DO SENHOR
Jesus ensinou que devo saudar com paz todas as pessoas e não somente aos meus irmãos. O fato de se exigir que a saudação seja obrigatória somente entre os irmãos fere o ensino de Jesus Cristo(Mt 5.47).
 
A saudação deve ser expontânea e conforme a cultura de cada povo. O que existe por ai é invenção.
Quem quer saudar alguém com formulas preparadas(“Paz do Senhor”; “Paz e Gra-ça”, etc, etc)  que saúdem. Quem quer criar uma outra formula que crie. Mas nin-guém venha dizer que é um ensino bíblico, nem que isso evidencia um cristão, pois não é verdade.
 
E tem mais. Se criar uma regra de saudação, tal regra não pode contrariar os en-sinos de Jesus Cristo em Mateus 5.47; 10.11-13.
 
A IGREJA BATISTA NÃO TEM A PAZ DO SENHOR
A paz que nos pertence deve ser exteriorizada. Isso através da compreensão da paciência, do respeito e diálogo e isso são coisas raras entre os membros de al-gumas pentecostais. O que existe e o que é visto é a alta capacidade desenvolvida para o julgamento, discórdia e falta de educação.
 
A paz deve ser sincera e não hipócrita. Deve ser uma paz sem esperar um retorno.
Dizer “a paz do Senhor” não é tudo. É  necessário viver em paz consigo e com os outros.
 
Conheço alguns crentes que não tem paz nem para os seus familiares, vivem como cão e gato e saem por ai, “paz do senhor, paz do senhor”. É brincadeira.
 
A IGREJA BATISTA NÃO TEM O ESPÍRITO SANTO
Quem afirma tal coisa é mentiroso. Temos bases sólidas sobre a doutrina do Espí-rito Santo como todo. O certo seria afirma que temos divergência na doutrinas do Espírito Santo,  na área tal e tal e não afirma que não cremos no Espirito Santo.
 
Uma coisa é séria: quem tem o Espírito Santo não mente, e quando não sabe das coisa é honesto e fica calado.
 
Aconselho que conheçam nossa declaração de fé e vejam nossa posição sobre o Espírito Santo.
Nossa visão se resume no seguinte: “somos habitação do Espírito Santo”. Ainda quer mais?
 
A IGREJA BATISTA NÃO OPERA MARAVILHAS
O que é operar maravilhas? É a prática sensacionalista, mística e sincretistas prati-cadas em muitas igrejas hoje?
Qual é a missão maior da igreja? Será o espetacular?
Quantas tem realmente comprovação da seriedade dessas igrejas que fazem ma-ravilhas?
 
A transformação de vidas através da pregação do Evangelho é a maior maravilha que a igreja executa diariamente. Logo, nós estamos certos esse “irmãos” que afirmam tais coisa é que estão errados.
 
A IGREJA BATISTA NÃO TEM O PODER DO ESPIRITO SANTO
O poder do Espírito Santo não é patrimônio de homens nem de igrejas “grandes” ou que cresceram mais do que outras.
 
O Dom, bem como o poder de Deus é manifestado como o Senhor quer e não como alguns “irmãos” sem conhecimento bíblicos querem.
 
A prova do poder do Espírito Santo é nós é vista pelo da pregação do evangelho que pregamos. É vista através do nosso amor por missões, amor aos perdidos.
 
O fervor emocional não diz nada sobre o poder do Espírito Santo.
 
Se ter poder do Espírito Santo é gritar, pular, cair no chão, entrar em êxtase e falar palavras desconexas, os pentecostais tem razão, não temos.
 
No entanto, isso não nos preocupa pois, os centros espíritas, os terreiros de ma-cumba e os grupos carismáticos católicos também fazem a mesma coisa. Será que eles também tem o poder do Espírito Santo?
 
A IGREJA BATISTA NÃO FALA LÍNGUA ESTRANHA
Falar língua estranha? Qual o motivo de tal coisa em nossos dias?

Aliás, o termo não é estranha e sim estrangeira.
Nós não achamos necessário o Dom de língua onde todos falam a língua portu-guesa. Quer chamar a atenção? Quer se apresentar como espiritual? Então tudo bem, mas afirmar que é necessário falar em línguas estrangeiras quando todos só entendem e falam o português é no mínimo desperdício.
 
Engraçado, não sei o motivo de tudo crente pentecostal só pedem o Dom de lín-gua.  E os outros dons? O Dom de discernimento, da beneficência, do ensino, etc?
 
Alguns dizem, mas eu tive uma experiência. E daí? A minha experiência deve se enquadrar dentro do ensino bíblico, Deus é econômico, não faz as coisas sem sen-tido.
 
Quem falar em línguas, não sabendo o significado de tal fala,  deve calar, ficar em silêncio(I Co 14.28, 33), e, caso não se controle, fale em suas orações particula-res, sozinho, entre ele e Deus.
 
A IGREJA BATISTA NÃO TEM O FOGO DO ESPÍRITO
E é preciso ter fogo do Espírito? O que consiste ter o fogo do Espírito?
 
Segundo a Bíblia o cristão deve demonstrar os Fruto do Espírito santo (Gl 5.22). quem precisa de fogo é o ímpio e não o cristão.
 
Quem precisa de fogo é o homem que vive no pecado e não aquele que foi justifi-cado e santificado por Cristo(I Pe 1.13-25)
 
A IGREJA BATISTA É MUNDANA
O que é ser mundano?
 
Somos criticados por nossa maneira de vestir, calçar, pentear, etc, etc.
 
Eu conheço crente que usam veste longas, cabelos longos, não usam isso ou aquilo e no entanto, estão com a vida mais suga do que poleiro de galinha.
 
O que define se somos mundanos ou  não,  é a ética, a moral. O exterior pouco diz, e quando tal coisa acontece é uma conseqüência.
 
O que muitos estão pregando é o legalismo,  regras de homens e não da Bíblia.
 
Mundanismo é viver no roubo, na mentira, no engano, etc, conforme Gl 5.21; Cl 3.5-10; 12-17.
 
Muitos estão usado o roupa como desculpa para um viver segundo as obras da carne. Ou melhor, estão desviando a atenção do que seja realmente andar no Espírito.
 
O CRENTE BATISTA NÃO É SANTIFICADO
Será que não? O que nos santifica? Quem nos santifica conforme a Bíblia?
 
Somos santificados pois pertencemos a Jesus Cristo e mesmo com todos os nos-sos erros, somos amados pelo Mestre. E daí.

Quer defeito? Qual a igreja que não tem joio? Qual a igreja perfeita? Alguém se arrisca a dizer que é infalível e que não peca?
 
As regras legalistas que impostas em algumas igrejas tem diminuído as  exclusões,  pecado dentro da igreja e os escândalos, os casamentos antes do tempo certo?
 
USAR CALÇA COMPRIDA, USAR SAIA CURTA, BATOM, PINTAR UNHAM, CORTAR E PINTAR CABELOS, CORTAR  NÃO É COISA DE CRENTE
O modelo de cristão, de evangélica no Brasil é horrível.
 
As mulheres que fazem parte da igreja batista não são escravas do pastor e nem dos presbíteros. Elas são livres e conscientes.
 
A pastor e a liderança de uma igreja batista não gasta tempo vigiando os costu-mes e práticas pessoais. O fato de alguém usar isso ou aquilo não deve ser tido como base da confiança em Cristo.
 
Todos nós sabemos que tem gente ai que externamente é “modelo”, mas no seu interior é uma praga.
 
E o que é pior, existem aqueles que usam da piedade para fazer mal aos outros.
 
Não cabe ao pastor ou a igreja usar de regras para fazer isso ou aquilo. Cremos que todos os cristãos desfrutam da presença e orientação do Espírito Santo, logo o mesmo Espírito que faz com que eu veja o meu erro, vai também fazer o mesmo em outra pessoa.
 
Cultura, costumes e prática mudam de geração em geração. O Novo Testamento não nos ensina a andar como judeuzinhos.
 
Os textos usados pelos membros das igrejas pentecostais mais tradicionais e lega-listas, são usados indevidamente, o que comprova falta de seriedade e conheci-mento da hermenêutica e da exegese bíblica.
 
OS BATISTAS NÃO SÃO CRENTES
Diz-nos a Bíblia que o Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.
 
Logo quem sabe se sou crente ou não, sou eu. Ninguém tem o direito de fazer julgamento a respeito.
A Bíblia diz que o verdadeiro cristão é conhecido pelo Fruto do Espírito Santo.
 
Nenhum batista tem salvação firmada em reconhecimento humano e sim, pela convicção encontrada na Palavra de Deus.
 
TEXTOS QUE TODO PENTECOSTAL DEVERIA LER ANTES DE FALAR DOS CRISTÃOS QUE FAZEM PARTE DA IGREJA BATISTA
Romanos14.1-22; 15.1-7; 16.17-20;
Gálatas 6.1-5;
Colossenses 2.8-10; 16-19.
Quem és tu que julgas o servo alheio?
 
Caso algum “irmão” pentecostal resolva julgar um cristão batista é bom que ele saiba de uma coisa: antes de julgar leia com atenção Romanos 14.1-12.

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TEXTO 2

UMA RESPOSTA AO LEGALISMO DE ALGUMAS IGREJAS PENTECOSTAIS
 
A Bíblia proíbe que a mulher evangélica use joias, batom, calça comprida, ou corte o cabelo? “Sim”, dirão muitos. “Não”, dirão outros.
 
Nós os batistas desde muito tempo já temos nossa posição sobre o assunto. No entanto, somos criticados por nossa posição. Muitos nos chamam de liberais e alguns chegam a afirmar que nós somos iguais aos católicos.
 
Infelizmente alguns “irmãos” de igrejas pentecostais, neopentecostais e renovadas chegam a levantar falso testemunho contra os batistas, alegando para tal o fato de que somos apegados ao mundo devido nossa maneira de encarar a vida cristã.
 
Alguns “irmãos” pentecostais se tornaram especialistas em visitar os novos decididos da igreja batista para daí então, repassarem seus conceitos legalistas para aqueles que ainda não sabem como se defender.
 
O que fazem tais ‘irmãos”? Usam a Bíblia erradamente para daí criarem dúvidas na cabeça dos novos decididos. Alegam santidade absoluta. Alegam estarem com a verdade.
 
E como se fossem donos da verdade e sendo os únicos a conhecerem a Bíblia lançam suas ideias contra o uso de barba, bigode, joias, batom, unhas pintadas, calça comprida e corte de cabelos.
 
Alguns são audaciosos e lançam suas “experiências” tentando assim convencer os novos decididos a passarem para a sua igreja, que é sempre a mais santa, mas poderosa e sem nenhum problema moral.
 
Visando uma resposta para tais “irmãos” é que os argumentos que seguem devem ser usados, pois os mesmos estão baseados nos textos que eles mais usam para daí criarem dificuldades para os cristãos membros da igreja batista.
 
Para tal, resolvi transcrever como resposta para tais “irmãos” um artigo de Ricardo Gondim, uma pastor pentecostal que escreveu o livro “É proibido” . Transcrevo de propósito, exatamente para calar a boca de muito “santos” que criticam o uso de batom, de calça comprida, de etc., mas mentem, levantam falsos e não cuidam da língua.
 
‘... Depois de discorrer contra a barba, advertiu que não permitiria a quebra das tradições dos antigos fundadores daquela denominação. O ambiente fechou-se como se uma carregada tempestade estivesse pronta para abalar toda a igreja; Ezequiel, mais barbado ainda, levantou uma de suas mãos, pedindo a palavra. O pastor acenou que permitiria a pergunta logo que terminasse de dizer o seu recado repressivo.
 
Ezequiel, ao contrário do que se esperava, indagou com doçura; queria saber, não contestar: - pastor, há bases bíblicas para se proibir o uso de barba? Como podemos biblicamente condenar um jovem que deixe à sua barba crescer? – Indagou sem acrescentar uma nova ruga à sua testa sempre contrita.
 
Com essas duas perguntas baixou a mão e aguardou a réplica.
 
O pastor solenemente abriu sua Bíblia e com ares de vitorioso pediu ao coral que o acompanhasse na leitura de Gênesis 41.14:
 
Então mandou Faraó chamar a José, e o fizeram sair apressadamente da masmorra; ele se barbeou, mudou de traje e apresentou-se a Faraó.
 
O pastor explicou que José, preso em um calabouço no Egito, não pôde barbear-se por um longo período; no entanto, por ser homem de Deus, não quis dar um mau testemunho a Faraó. O que pensaria o rei ao ver um homem de Deus barbado? Assim, para comparecer à presença do rei, José barbeou-se como todo autêntico servo de Deus deve fazer. A maneira como desenvolveu seu raciocínio não apenas silenciou todo o auditório, como constrangeu Ezequiel. Sem ter como contestá-lo, todos aceitaram a argumentação; por outro lado, todos saíram amargurados. Aceitar não significa, necessariamente, convencer-se.
 
O pastor usou um recurso de argumento no mínimo desonesto. Retirou a passagem do contexto.
 
Desprezou centenas de outros textos nos quais homens de Deus aparecem usando barba. Além disso, exigindo uma adesão irrestrita aos seus argumentos, subestimou o bom senso de seus ouvintes.
 
Sempre que se faz uma abordagem casuística da Bíblia gera-se erro doutrinário. Uma falha desse tipo, apesar de não possuir a mesma gravidade de uma heresia, deve ser combatida. É verdade que errar na compreensão dos textos bíblicos é uma possibilidade a que todos nos sujeitamos; porém, quem tem compromisso com a verdade não pode tolerar inexatidão.
 
Todo cristão deve humildemente aceitar sua falibilidade, porquanto ninguém é onisciente. Sabemos em parte, não possuímos esse atributo divino que reúne todo o conhecimento. Ademais, somos pecadores. Nossos processos de aprendizagem e compreensão da verdade tem sido maculados pela queda original. Todas as vezes que abrimos a Bíblia, devemos admitir que nossa compreensão do que está escrito é parcial, falha e passível de incorreções.
 
Ninguém deve espantar-se porque há diversas interpretações sobre os ensinos da Bíblia. Cada pessoa filtra o que lê através de sua cultura, preconceitos e ensinos que lhe foram passados por outras pessoas. Não sendo Deus autor de confusão (I Co 14.33), sabemos que a falha em não compreender corretamente o texto não é dele ou da Bíblia. A falha é nossa; simplesmente usamos nossas lentes da tradição e de nosso preconceito.
 
Uma das máximas da Reforma Protestante do século XVI consistiu no princípio de que todo cristão tem o direito de interpretar as Escrituras sem o cabresto de uma elite religiosa. Esse direito, certamente influenciado pelo ambiente da Renascença, dá a todos os indivíduos liberdade de lerem e entender o texto segundo sua própria determinação. Essa faculdade, entretanto, pode gerar compreensões díspares, radicalmente contrárias entre si.
 
Os reformadores, ao proporem o direito individual de interpretar a Bíblia, não pretendiam gerar uma barafunda doutrinária. Eles também apresentarem outro princípio quando colocaram as Sagradas escrituras nas mãos do povo.
 
Os reformadores ensinavam que há uma verdade objetiva nos livros sagrados. Isso significa que, quando lemos um referido texto, podemos entendê-lo à nossa maneira, mas a verdade nele contida não depende de nossa interpretação. Em outras palavras, um texto não deixa de transmitir a mensagem que seu autor pretendeu só porque gostaríamos que ele significasse outra coisa.
 
Quem lê a Bíblia pode encontrar milhares de aplicações para um determinado texto, mas deve achar apenas uma interpretação. Deus não concede a ninguém o direito de distorcer o significado da Escritura. Essa ciência de compreender e interpretar corretamente o texto chama-se Hermenêutica.
 
Quando se violam as regras de hermenêutica, dependendo da gravidade da infração, geram-se erros ou heresias.
 
Pela falta de fidelidade à hermenêutica, muitos textos da Bíblia são lidos e comumente distorcidos para se moldarem à doutrina de uma denominação. Às vezes, violam-se regras básicas e, quando fica óbvio demais a ponto de não ser possível o uso da Bíblia para autenticar doutrinas humanas, advoga-se que estas advêm da tradição da igreja. Tais doutrinas por assim desejarem seus sectários, devem se obedecidas por seus membros sem quaisquer indagações.
 
No Brasil, repete-se muito esse recurso autoritário, muitas vezes irracional. Há líderes, apoiando-se na autoridade de seus cargos e títulos, exigindo que seus pontos de vista sejam admitidos sem qualquer argumentação. Ordenam que os crentes cometam uma espécie de suicídio intelectual em nome da tão aclamada ‘submissão”.
 
Veremos abaixo alguns textos que servem de apoio às doutrinas anacrônicas sobre usos e costumes nas igrejas.
 
O BEZERRO DE OURO NASCEU DA VAIDADE?
Algumas igrejas evangélicas usam o texto de Êxodo 32.2 com o argumentação de que as jóias das mulheres judias foram pedra de tropeço para o povo judeu.
 
Nessa linha de raciocínio, afirma-se que o ouro que os judeus saquearam do Egito só era útil para fazer ídolos. Sustenta-se que as mulheres que servem a deus hoje, ao usarem ouro, serão igualmente tentadas à semelhança do relato bíblico e ter-minarão edificando ídolos. Esse texto pode, de fato, ser alegoricamente usado para dizer que o uso de joias e adornos leva uma pessoa a rejeitar o deus verdadeiro e a reverenciar um falso deus.
 
Entretanto, entender o texto acima como sendo uma boa argumentação para considerar vaidade o uso de joias e adornos, significa descartar vários outros textos em que o mesmo ouro também foi usado para construção do tabernáculo (Ex 36.34-38), dos utensílios de culto e da própria arca do concerto (Ex 25.11-130.

O que se pode compreender dessa passagem é que o povo estava peregrinando no deserto sem a possibilidade de garimpar uma pepita de ouro sequer; sendo assim, qualquer objeto de ouro que se quisesse compor deveria ser doado pelas pessoas.
 
Quer dizer, o mesmo ouro que servia para fabricar um ídolo também era útil para confeccionar os querubins da arca do concerto. Para tal confira o texto que se encontra em Números 31.50.
 
O que deduzimos a partir desse texto é que o uso de joias em si mesmo não está errado. Nossas posses é que podem ter destino correto ou maligno, dependendo de onde e para onde está inclinado o nosso coração.
 
O TEXTO DE DEUTERONÔMIO 22.5 PROÍBE QUE AS MULHERES USEM CALÇAS COMPRIDAS?
Há igrejas que proíbem, terminantemente, às mulheres o uso de calças compridas. Utilizam, para tal, Dt 22.5. E agora?
 
Para entendermos o texto devemos considerar o seguinte:

Quais eram as diferenças entre as vestes masculinas e femininas nos dias de Moisés?
 
As palavras hebraicas usadas para denotar casaco, capa, cinto, são empregadas indistintamente tanto para designar vestes masculinas como femininas. Diferenciava-se o gênero de uma vestimenta como parâmetros diferentes dos nossos. Muitas vezes as roupas de um homem e de uma mulher eram exatamente iguais. Distinguia-se uma da outra, unicamente, pela finura do tecido usado para confeccionar as roupas das mulheres.
 
Daí, partimos para o nosso primeiro argumento:

O que uma sociedade estabelece como indumentária masculina e feminina não vale necessariamente para outra região geográfica.
 
O segundo argumento:
As roupas e tradições variam de geração para geração.
 
Exemplificando: Aquilo que se determinava como roupa masculinas duzentos ou trezentos anos atrás, pode ser hoje um traje muito afeminado, como é o caso das calças justas usadas pelos navegadores, ou dos brincos que os piratas ostentavam nas orelhas.
 
Na verdade quando Deus ordena que a mulher não se vista com roupas de homem, ele não está escolhendo certo tipo de roupa, mas apenas rechaçando o travestismo.
 
O ideal de Deus é que os homens queiram ser homens e as mulheres desejem ser mulheres. A mensagem de Dt 22.5 é um princípio e não uma lei sobre moda.
 
Não só isso. Quem tiver interesse em colocar em prática Dt 22.5, deve colocar em prática também 22.8-12 e 21.18-21(Veja os textos: os legalistas fazem o que re-comenda os referidos textos?). Bem como, deve colocar em prática também Levítico 19.19 e  Números 15.38. Alguém se arrisca?
 
O PECADO DE JEZABEL FOI O USO DE PINTURA;  MAQUIAGEM?
Muitos usam o texto de II Rs 9.30 para afirmarem que o que levou Jezabel a morte foi o uso de o pecado do uso de pinturas.
 
Quem faz tal afirmação nem conhece os costume dos reis e rainhas daquela época. E, o que é pior, não sabe interpretar a Bíblia.
 
Os pecados de Jezabel se encontra em registrado em I Rs 18.13,19; 21.8-15, 19,23; II Rs 9.22b(Assassinato, idolatria e feitiçaria).
 
Jezabel foi condenado pelo Senhor, não pelo fato de usar pinturas, mas pelo fato de apregoar a idolatria e praticar a feitiçaria.
 
A CONDENAÇÃO DAS MULHERES ALTIVAS DE SIÃO CONDENA O USO DE ADORNOS E ENFEITES?
O texto de Isaías 3.16-26 pode, numa leitura muito superficial, também aparentar que Deus está condenando o uso de adornos e enfeites nas mulheres de Sião.
 
Uma pessoa desarmada de preconceitos, entretanto, fica clara que a retirada desses enfeites veio como castigo de Deus por um outro pecado; andar de pescoço emproado, com altivez de coração.
O pecado aqui não é o ornamento, e sim a prepotência.
 
Contudo, pode-se ainda argumentar que foi o uso de joias e de adornos que tornou essas mulheres arrogantes e altivas. Sim, é verdade que uma pessoa altamente preocupada com jóias, moda e adornos, pode tornar-se ainda mais arrogante.
 
Mas a preocupação obsessiva com outros valores também pode gerar soberba.
Paulo advertiu a Timóteo que o amor ao dinheiro pode levar a um fracasso espiritual (I Tm 6.6-10). Provérbios ensina-nos que a comida, o sono(Pv 20.13) e o sexo(Pv 5.18-20), desde que mal usados por nós, também podem ser danosos.
 
Jesus, de igual maneira, mostra-nos que ofertar na igreja(Mt 6.1-4), orar a Deus(Mt 6.6-8), ou até mesmo praticar jejum(Mt 6.16-18), podem tornar-se grandes perigos espirituais.
 
Deve-se entender que, assim como ninguém de bom siso acha que o problema está no dinheiro, na comida ou no jejum, o problema não estava nas joias e enfeites, mas sim na atitude do coração daquelas mulheres.
 
Muitas vezes as pessoas cuidam de corrigir hábitos e tentam desesperadamente formular uma doutrina que conserte a tradição das pessoas.
 
O problema, porém, nem está naquele hábito ou tradição. Uma jovem rica pode não ter o seu coração voltado para joias; para ela o uso ou não de brincos pode não trazer consigo qualquer valor moral. Por outro lado, uma mocinha pouco abastada pode fazer do uso de um cordão de ouro uma busca doentia.
O uso de joias, contudo, pode não ser importante para nenhuma delas, apesar de uma ser abastada e a outra não. Ambas, no entanto, correm o risco de supervalorizar esse uso.
 
O pastor, então, deve preocupar-se em admoestá-las a não depositar sua confiança em coisa vãs, que nada aproveitam e tampouco podem acrescentar dignidade a ninguém.
 
A EXORTAÇÃO ENCONTRADA EM I TIMÓTEO 2.9 PROIBE O USO DE ADORNOS E ENFEITES?
Para muitos o texto é claro em firmar que as mulheres não devem usar qualquer tipo de joia, não frisem os seus cabelos e não comprem vestidos dispendiosos.
 
Será que Paulo aqui desconsiderou  posições como:

Anuncia que os verdadeiros salvos não são os guardadores da lei ‘pois, se os da lei é que são os herdeiros, anula-se a fé e cancela-se a promessa’ (Rm 4.14);
Protesta  contra os falsos irmãos “que se entremeteram com o fim de espreitar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus, e reduzir-nos à escravidão” (Gl 2.4);
Não aceita que a vida cristã seja reduzida a um sistema de “não manuseies isto, não proves daquilo, não toques aquiloutro, segundo os preceitos e doutrinas de homens” (Cl 2.21,22).
 
Vejamos que Paulo não intenta proibir certos tipos de trajes.
O apóstolo busca, tão-somente, mostrar às mulheres que a verdadeira beleza não pode ficar resumida ao exterior, devendo sempre estar em companhia do crescimento espiritual.
 
Sua condenação ali não está nos objetos de adorno, mas na extravagância, na falta de bom senso, na ausência de pudor.
 
É necessário ler as ordens específicas de Paulo tendo em mente sua situação cultural. Ademais, deve-se saber distinguir entre aquilo que é mandamento específico e aquela situação da sociedade dos princípios universais de Deus.
 
Quando lemos I Tessalonicenses 5.26: “saudai a todos os irmãos com ósculo santo”, não devemos entender que essa ordem deve ser obedecida ao pé da letra, pois em algumas culturas homem beijar homem e indecoroso, enquanto em outras, como na Rússia, o ósculo entre pessoas do mesmo sexo é perfeitamente aceitável.
 
Quando Paulo manda beijar todos os irmãos, é preciso que se entenda o contexto histórico sem deixar de lado o princípio universal que o apóstolo quis ensinar: devemos tratar-nos afetuosamente.
É um absurdo forçar o texto lido para dizer que Paulo faz uma proibição.
 
A EXORTAÇÃO DE I PEDRO 3.1-4 PROIBE O USO DE ADORNO E ENFEI-TES?
Alguns usam o textos para afirmar que Deus proíbe o uso de adorno e enfeites(anéis, pulseiras, cordões e brincos). Será?
 
Na verdade não há condenação total de adornos e enfeites; a ênfase é que a ornamentação externa não deve prevalecer à interna. Pedro não quer dizer que é pecado o uso de adornos e enfeites; e sim, que eles não podem ser a maior razão de viver das mulheres.
 
Na verdade é bom que todo cristão saiba que a verdadeira doutrina bíblica não consiste em tentar vestir-nos como os contemporâneos de Jesus.
 

O TEXTO DE I CORÍNTIOS 11.3-16 PROIBE O CORTE DE CABELOS?
Os versículos escritos por Paulo à igreja de Corinto, tratando sobre os cabelos de homens e mulheres, são largamente citados por algumas igrejas como base para a “doutrina” que proíbe as mulheres de sequer aparar as pontas dos cabelos.
 
Veja o que diz um regulamento interno de uma igreja sobre o assunto.
 
“É proibido as irmãs cortarem o cabelo, mesmo aparar as pontas, usarem perucas, bobes, pintarem o cabelo ou esticarem, usarem penteados vaidosos que chamem a atenção” punição;
1ª vez – seis meses de suspensão;
2ª vez – um ano de suspensão;
3ª vez – exclusão.
 
O ministério não concorda baseado na Bíblia em Sl 4.2; I Co 11.14-16; Ef 4.17; Tt 2.12; I Pe 3.3-5.
 
E agora?
 
Reafirmamos que a recomendação de Paulo nada tem a ver com princípios e sim com a cultura.
Na verdade tudo era uma questão cultural, senão vejamos:

O véu é um costume antigo que não diz respeito à cultura ocidental(Gn 24.65);
Gradualmente os costumes foram mudando, e os cabelos longos das mulheres passaram a desempenhar a mesma função do véu;
A natureza como produção cultural, e não a natureza como ordenação de Deus, é que estabelece qual o tamanho do cabelo dos homens e das mulheres.
 
O que implica em dizer que as mulheres da igreja de Corinto viviam em meio a duas tradições distintas; Paulo, por ser judeu, propunha a manutenção do costume hebraico; logo, a questão do uso do véu ou dos cabelos compridos era apenas pertinente àquele contexto cultural.

Seria um absurdo imensurável pastores exigirem que seus membros adotem essa prática, já que as mulheres de suas congregações não estão inseridas na cultura dos judeus, tampouco na da Grécia antiga.
 
A questão dos cabelos longos para mulheres e curtos para os homens é meramente cultural. Paulo pede que esses preceitos sejam respeitados apenas no contexto de Corinto. Ele não poderia exigir que essas normas fossem obedecidas hoje, pois o véu e os cabelos compridos já não possuem a mesma significação daqueles dias.
 
Na antiguidade, uma mulher, através da sua maneira como cortava seus cabelos, podia transmitir lealdade ou insubmissão ao seu marido; hoje, contudo, a submissão de uma mulher é transmitida pela aliança que carrega no dedo da mão esquerda. Se o uso de cabelos longos naquela época simbolizava o mesmo pudor da utilização do véu, no mundo contemporâneo já não é assim.
 
Mas uma vez, deve-se levar em conta o princípio por detrás do costume e não o costume em si.
 
Qual seria o tamanho de cabelo ideal para caracterizar a submissão de uma mulher? Qual a medida de cabelos destinada a homens que determinaria a masculinidade de alguém?
 
Simplesmente não há parâmetros, a própria sociedade é quem decide essas questões.
 
Além disso, faz-se necessário lembrar que um ensino bíblico para ser válido, deve ter aplicabilidade universal.
 
Os batistas não são liberais como dizem muitos por ai. Somos moderados e apelamos para a consciência de cada um.
 
Entendemos também que em nada adianta fazer as coisas por força ou por regras, ou para agradar o pastor, diáconos ou obreiros outros.
 
As pessoas que fazem parte de uma igreja batista são livres, foram libertos por Cristo, logo devem viver a luz da moderação e da modéstia cristã.
 
No entanto, entendemos que pior é usar textos bíblicos indevidos para força a interpretação, levando as pessoas a tomarem decisões tendo como base uma meia verdade que não deixa de ser mentira.
 
Os legalistas erram. Erram feio, por usarem da mentira e por colocarem em jogo a Palavra de Deus que deve ser usada corretamente.

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TEXTO 3

OS PERIGOS DO USO DO PSIQUISMO NA IGREJA EM NOME DO ESPÍRITO SANTO
Introdução
Cada vez mais a prática do absurdo em nome do Espírito Santo tem espaço no meio evangélico. Cada dia testemunhamos o abuso de muitos em nome de Deus e da santidade.
 
O evangelho passou a ser sinônimo de crendices, sincretismo e misticismo. Quan-do não, sinônimo do absurdo, tendo a experiência humana maior autoridade do que a que é encontrada na Bíblia.
 
Na verdade muitas atitudes e práticas absurdas não passam ignorância e falta de conhecimento da Bíblia, bem como da História da Igreja Cristã.
 
É nossa meta através do presente estudo, apresentar uma argumentação tendo em vista a desmistificação de algumas práticas e comportamentos tomados por alguns “evangélicos” usando para tal o nome do Espírito Santo.
 
O perigo do psíquico ser usado para promover o satanismo
As profecias bíblicas prevêem que nos tempos finais as forças satânicas tomarão controle deste mundo. Os falsos profetas, com poderes psíqui-cos verdadeiros atrairão muitos discípulos. O ceticismo simples sofrerá um golpe fatal à medida que os poderes paranormais se tornarem tão comuns e amplamente demonstrados, que se tornará moda acreditar no sobrenatural ou pelos menos no sobre-humano.
 
Alguns que anteriormente eram céticos, tentarão dar explicações científicas dos poderes humanos (e demoníacos) extraordinários. Sendo portadores da mesma doença de alma que anteriormente infligia ceticismo sobre eles, se tornarão de-fensores de novas teorias que afastarão os homens daquilo verdadeiramente espi-ritual. Farão um deus de uma nova ciência que pode explicar os fenômenos psí-quicos ao invés de afastá-la com explicações como faziam anteriormente. Estes homens reconhecerão a espiritualidade inerente do homem, logo, seus poderes elevados, mas perverterão qualquer verdadeira compreensão de tais e negarão a necessidade de qualquer conceito de Deus que levaria os homens a uma verdadeira apreciação do trabalho dele na criação.
 
Tais homens se tornarão fantoches do anticristo, e o “satanismo” não mais será o culto bizarro que hoje é. Ao invés disso as massas serão arrastadas para o culto do anticristo que será adorado, e através dele, o próprio Satã.
 
Não há dúvida que as várias formas de psiquismo e demonismo completos com verdadeiros, mas mentirosos milagres, tomarão parte em tudo isto. Tais coisas se tornarão, “provas” do culto, assim como os milagres de Jesus foram feitos com a intenção de autenticar a sua missão messiânica(Ap 9.3,16; 13).
 
O perigo da prática e do desenvolvimento dos poderes psíquicos que pode  levar à uma invasão espiritual maléfica
Não pode haver dúvida de que o homem, como um ser espiritual, possui os pode-res que estudos em laboratórios indicam que ele possui. Tomemos o caso do poder psico-sinético, isto é, a habilidade da mente de mover a matéria.
 
Seria desconhecer a verdade se não tivéssemos a coragem de afirmar que tal coisa é uma realidade, no entanto, o fato de algo ser real não diz muito.
 
Como cristãos,  devemos primeiramente saber que tudo que fazemos deve ser de algum modo centralizado na glória de Cristo, sendo o desejo de desenvolver qual-quer capacidade, espiritual ou física, feito em nosso benefício, algo errado.
 
É verdade, tanto dentro da igreja quanto fora, que aqueles que tem procurado o desenvolvimento psíquico, especialmente se usaram o hipnotismo nesta tentativa, tem se emaranhado em dificuldades de natureza mental, como sintomas de para-nóia, e alguns tem evidentemente atraído para si alguma força ou forças espirituais alienígenas que tem ameaçado as suas vidas.
 
No movimento carismático, tão comum na igreja de hoje, alguns se tem envolvi-dos no psiquismo, assim imitando o misticismo. Muitos tem se tornados perturba-dos mentais (geralmente em formas de paranóia), e alguns julgamos, tem tornado a ferramenta de forças demoníacas.
 
Estes fatos devem servir de cautela no que diz respeito ao desenvolvimento espiri-tual, em contraste com o desenvolvimento tradicional da espiritualidade através da oração, da meditação, do estudo da Palavra de Deus e da prática de bons atos.
 
Já falamos do perigo verdadeiro de substituir o psíquico pelo espiritual, mesmo dentro da igreja.
O principal problema no que diz respeito ao desenvolvimento dos poderes psíqui-cos, é o de que ainda não sabemos exatamente com o que estamos lidando.
 
O perigo do psíquico ser usado para  promover o espiritismo
A tese principal do espiritismo é a de o homem é um espírito e, como espírito, sobrevive à morte biológica. É natural, portanto, para os espíritas fazerem bem-vinda qualquer pesquisa científica que tende a demonstrar as suas crenças básicas.
 
As revelações cristãs mostram que o homem é um espírito e os espíritos humanos podem e realmente voltam para comunicar alguma mensagem, ou possuem algum tipo de contato com os humanos mortais. A experiência humana, bem separada de qualquer revelação religiosa, dogma ou suporte, demonstra estas mesmas verdades.
 
A Bíblia, porém, proíbe a busca proposital de tais experiências e indica que estas, se continuarem sendo buscadas, podem ser prejudiciais e perigosas.

Provavelmente a maioria daquilo que acontece no espiritismo ou é natural ( o uso de poderes espirituais inerente, que são representados como seres espirituais “ex-teriores”, mas que são apenas projeções ou criações do próprio ser humano), ou é o resultado do contato com seres espirituais verdadeiros, de muitas categorias, alguns neutros(elementares), alguns bons-maus, alguns negativos e danosamente maléficos.
 
Presumimos que existem muitas ordens de seres espirituais no mundo(s) invisí-vel(eis), alguns dos quais podem ser chamados acertadamente de “demoníacos” e alguns que não merecem este título, mas todos quais não são entidades humanas.
 
Em Efésios 6.12 encontramos a indicação de um mundo espiritual de muitas or-dens. O que dizemos sobre as ordens de seres espirituais do tipo não-humano, naturalmente entra no campo da especulação, pois, até o presente momento, te-mos muito pouca informação sobre estes seres. De qualquer modo, os dogmas e a experi6encia humana concordam que a busca de contato com tais seres é algo que o homem, no seu presente, ficará melhor sem este tipo de dano.
 
Ocasionalmente, como foi implicado antes, um médium espírita pode fazer um contato genuíno com um espírito humano desencarnado. Parece que a condição final das almas humanas são será estabelecida até a Segunda vinda de Cristo (I Pe 4.6). Se isto for verdade, então, em raras ocasiões, algum contato poderia ser feito.
 
Mas os estudos psíquicos certamente indicam que:
Nunca se pode realmente estar certo de que um contato com um espírito humano foi conseguido, ao invés de um contato com algum outro tipo de espírito que imita um contato desta natureza.
 
Mesmo que um contato deste tipo seja feito, que tal contato não é desejável, já que os espíritos humanos com que as vezes se pode obter contato, são normal-mente de baixa qualidade espiritual e farão danos aos mortais, e não bem. Muitos pais cristãos antigos(seguindo a doutrina judaica comum) supunham que os de-mônios eram, na realidade, espíritos humanos baixos.
 
Os bons teólogos da igreja moderna, suportam o conceito de que os demônios não são de uma única ordem, mas incluem espíritos humanos baixos, seres angelicais caídos, e, provavelmente, outras ordens de seres totalmente angelicais caídos, e, provavelmente, outras or-dens de seres totalmente desconhecidos pela nossa teologia presente. Esta identi-ficação da forma de vida dos demônios, não é importante para a nossa tese, que, dita de maneira simples é a de que o espiritismo é uma religião deficiente mesmo se alguma verdade possa ser encontrada, no que diz suas afirmações de terem conseguido “contatos”.
 
É justamente aqui, no que diz respeito ao espiritismo,  que muitos ministros cris-tãos tem falhado. Eles tem usado a “aproximação avestruz” aos problemas. Isto é, sem nenhum estudo ou conhecimento, tem declarado todos os fenômenos psíqui-cos “do diabo”.
 
Esta “queda” é de culpa, em grande parte, do pastor que não possui sabedoria o bastante para mostrar que, enquanto que grande parte dos fenômenos psíquicos são, com freqüência, totalmente humanos e naturais, não segue que devemos nos envolver em tentativas de fazer contato com forças espirituais potencialmente alienígenas.
 
O perigo do psíquico ser usado pra promover as religiões orientais
É triste ver jovens, sem dúvida revoltados contra a presente expressão da igreja, negarem a pessoa e a missão de Cristo ( como algo realmente distinto em comparação com a grande quantidade de “profetas”) , pela associação com as religiões orientais.
 
Não há dúvida de que parte da atração destas religiões é o fato de que promovem os poderes ocultos e a sabedoria.

Jesus e seus primeiros discípulos demonstram poderes místicos impressionantes, e um verdadeiro misticismo dever-nos-ia levar a Cristo, e não afastar-nos dele, como Colossenses 2 insiste.
 
Há um falso misticismo, que enquanto demonstra poderes genuínos, não leva por conseqüência, o homem a Cristo, o cabeça federal da raça.
 
O que há é um verdadeiro misticismo que promove proximidade do Espírito, que leva os homens para mais perto de Cristo.
 
Um falso misticismo é, finalmente, destrutivo para a espiritualidade. É uma cena estranha ver “cristãos” que nunca se preocuparam em aprender as escrituras, nem em se aproximar de alguma maneira especial de risto, de repente se embebedando com estudos de religiões orientais, e mui rapidamente aprendendo mais sobre estas do que jamais souberam sobre o cristianismo.
 
A tradição profética é clara sobre o fato de que a “cristandade” dos últimos tem-pos será uma espécie de culto de uma era “pós-cristã”, que misturará o Oriente e o Ocidente, isto é, será um tipo de cristianismo  com uma forte mistura de religião oriental. O resultado será que a verdadeira fé cristã praticamente desaparecerá da face da terra. Já podemos verificar o início deste processo, e isto é apenas mais uma profecia que se cumpre em nossos tempos. O anticristo levará muito à frente este processo, já que ele unirá o Oriente e o Ocidente em um gigantesco e per-verso híbrido.
 
O perigo do psíquico ser usado para promover o falso misticismo
O falso misticismo, porém, transcenderá o envolvimento com as religiões orientais. Pessoas, sedentas pelo místico, o incomum, ou mesmo o bizarro, usam erroneamente os poderes psíquicos para promover um falso misticismo.
 
Na verdade, se podemos julgar das coisas que lemos, as pessoas estão na reali-dade substituindo a fé religiosa tradicional, por ambos: psiquismo e misticismo.
 
Psiquismo é o uso ( e abuso) dos poderes psíquicos humanos naturais. Um homem que desenvolve e usa poderes telepáticos e de clarividência, ou poderes de cura, que podem ser apenas de suas próprias qualidades espirituais inerentes, pode substituir qualquer fé substancial em Cristo pela exitação de tais práticas.
 
Esta substituição, cremos, está acontecendo dentro da igreja, em ramificações do movimento carismático, não merecendo do “lado de fora” entre cristãos de carac-teres instáveis.
 
Misticismo em contraste com o mero psiquismo, é o suposto contato real com se-res espirituais exteriores, ou com forças espirituais “exteriores”.
 
Um falso misticismo é o contato com os poderes ou seres exteriores, que não aceitam ou promovem ativamente a pessoa e a glória de Cristo.

Os gnósticos (contra os quais oito livros do Novo Testamento foram escritos) ti-nham muitos objetos de sua procura mística, as ordens dos anjos (e demônios)  e entre eles também, procuraram um falso cristo, que não se assemelhava muito com o Cristo dos apóstolos, mas que era apenas um entre muitos poderes mais elevados, um das ordens dos anjos ou “aeons” como eles os chamavam.
 
Hoje em dia, temos muitos gnósticos (em espírito) no mundo religioso. Colossen-ses mostra que os gnósticos tinham visões verdadeiras, Cl 2.18-20. Eles dizem “Eu vi, eu vi!!” Paulo replicou, em outras palavras, “E daí! O que suas visões fizeram para promover o poder de Cristo dentro de vocês?”  Tinham u misticismo que não possuía Cristo como Cabeça. Tinham comunhão com seres menores, alguns deles, ou a maioria deles, talvez, não aliados a Cristo (Cl 2.20, o “stoiqueia”, os “espí-ritos elementares”).
 
O perigo do uso da meditação que não é centralizada em Cristo
A meditação, através da história cristã, tem sido usada por alguns para promover a espiritualidade. Este uso é legítimo e é especialmente valoroso, no que diz res-peito à “iluminação” .
 
A meditação é simplesmente um tipo de contemplação, e se centralizada em Cristo pode acalmar o espírito humano, para que o Espírito Santo possa falar, dando paz e harmonia, iluminação e visão espiritual.
 
A meditação é uma aliada e uma companheira da oração. É ouvir Deus, enquanto a oração é falar com ele. Entretanto, essa prática tem sido abusada. Grande parte da meditação, com tem sido hoje praticada, é tanto extra como não-cristã.
 
A ciência tem mostrado que a meditação pode causar um estado de consciência alterado. Isto significa simplesmente que as ondas cerebrais mudam o limite normal, Beta, (de 13 a 24 oscilações por segundo) para um estado de oscilação inferior, como Alfa (8 a 12).
 
Em alfa, a pessoa é mais sensível psíquica e espiritualmente, e, como tem sido demostrado, muito mais criativa. A pessoa passa a ter compreensões valorosas de problemas, e momentos de criatividade artística.

O transe do místico é um estado de consciência alterado, e sem dúvida, muitas revelações bíblicas vieram aos profetas nesse estado.
 
Durante o decorrer de qualquer dia determinado, todo ser humano vivente, passa-rá por estados de consciência variáveis. Tudo isso é natural, e até necessário para a vida e saúde. Os problemas aparecem quando há um abuso.

Por exemplo:
O homem que propositalmente tenta provocar estados de consciência alterados, através do uso da meditação, pode se tornar sensitivo espiritualmente para seres espirituais alienígenos. A possessão ou influência demoníaca (em casos extremos) pode resultar disso.
 
Todo homem possui uma proteção psíquica natural. É difícil para seres invisíveis penetrarem em seu escudo mental. A meditação pode enfraquecer este escudo. Se é o Espírito Santo que nos acompanha, e se Cristo é o objeto da nossa con-templação, então a meditação pode abrir o meu Espírito para sua iluminação. Mas se Cristo não é o objeto da minha meditação e se algum espírito alienígeno me acompanha, então a meditação pode abrir minha alma para a influência maligna.
 
O perigo da substituição da espiritualidade verdadeira pela espiritualidade falsa (crendices, espiritualismo).

Vários escritores cristãos, que aceitam livremente a existência dos poderes psíquicos ou da alma, como inerentes à personalidade humana, fazem uma forte distinção entre a demonstração dos poderes psíquicos e aqueles genuinamente do Espírito.
 
Um autor de renome, cujos livros possuem larga aceitação nas igrejas evangélicas, afirma que muitos ministros estão fazendo o que fazem através de poderes psíquicos e poderes da alma (qualidades espirituais inerentes) ao invés de através de qualquer manifestação real do Espírito. Se isto é verdade na igreja, quão mais verdadeiro será o mundo onde os homens substituem qualquer influência do Espírito por aquilo que eles mesmos podem fazer e ser, através do desenvolvimento de suas próprias habilidades espirituais! Se as qualidades espirituais inerentes são usadas e melhoradas pelo ministério do Espírito, então quem pode fazer objeção? Porém, este uso e melhoria transformará a pessoa, sendo que então um processo transcendente também estará ocorrendo.
 
O homem que realmente não está aberto para o poder transformador do Espírito, talvez preso a um vício, ao orgulho humano, ou outro fator de impedimento, talvez preso a um vício, ao orgulho humano, ou outro fator de impedimento, pode de qualquer modo, fazer para si um grande nome pela mostra de seus poderes inerentes, especialmente se estes poderes puderem imitar o místico.
 
Conclusão
Vários intérpretes cristãos tem suposto que o homem, antes da queda, natural e seguramente usava as suas habilidades de telepatia, clarividência, precognição, etc. Dentre outras coisa, a queda fez os homens menos como seres espirituais puros e mais como os animais, causando a diminuição de seus poderes mentais e espirituais e o seu (dos poderes) enterramento sob suas qualidades animais dos cinco sentidos, dos quais principalmente, ele agora depende para sua conduta diária.
 
O homem em seu estado decaído, não é o tipo de ser (nos referimos à maioria), que pode fácil ou seguramente recuperar as suas capacidades anteriores.

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TEXTO 4

OS BATISTAS CRÊEM NO ESPÍRITO SANTO?
Introdução
É comum ouvirmos de alguns “pentecostais” as seguintes afirmações:
“Os batistas não têem o Espírito Santo”
“Os batistas não acreditam no Espírito Santo”.
“Os batistas rejeitam o Espirito Santo”.
“Os batistas não crêem nos dons do Espírito Santo.”
 
Será que as afirmações estão corretas?
 
Como resposta temos: Os “pentecostais” e os “carismáticos”  estão errados e não afirmam a verdade.
 
Digamos que nós os batistas não cremos como crêem os “pentecostais” ou “carismáticos”. Pois fazemos uma interpretação coerente das passagens bíblicas. Evitamos o sensacionalismo, rejeitamos os desejos meramente humanos  e nos apegamos as Escrituras, buscando a interpretação dentro das regras da hermenêutica.
 
Daí então, algumas explicações básicas para os novos decididos que muitas vezes são atacados por “pentecostais” e “carismáticos”.
 
Cremos que existe diferença entre o Dom do Espirito Santo e os Dons do Espírito Santo.
A primeira providência de Jesus Cristo, ao subir para os céus foi outorgar poder à sua igreja, para enfrentar o inevitável conflito entre a luz e as trevas.
 
Deus conferiu esses dons através do seu Espírito Santo e é através de sua interferência que eles se desenvolvem. Sem esses dons, a igreja seria como qualquer outra instituição. Em I Coríntios 14, Paulo disciplina o uso de um desses dons.
 
Cremos que existe diferença entre o Dom e os dons do Espírito Santo
Nós, os batistas, fazemos distinção entre DOM DO ESPÍRITO SANTO e DONS DO ESPÍRITO SANTO.
 
O Dom do Espírito Santo foi dado à igreja, em sua resposta à oração de Jesus Cristo e como cumprimento da promessa do Pai (Jo 16.7; 7.39; Is 44.3; Joel 2.28; At 2.17,33,38; Jo 14.17,26).
 
Os Dons do Espírito Santo  são dados aos crentes, individualmente, segundo a vontade do Espírito Santo e a soberania do Pai (Ef 4.8).
 
O Dom do Espírito Santo foi dado ao Corpo de Cristo, a Igreja, sem discriminação.
 
No entanto, os Dons do Espírito Santo são conferidos, de acordo com a vontade do Pai, aos crentes.

O Dom do Espírito Santo é dado, igualmente, a todos, sem distinção alguma. Depois, são dados os Dons, que são diferentes, para diferentes pessoas(I Co 12.4,11).
 
Cremos que o Dom do Espírito Santo eqüivale ao Batismo do Espírito Santo.

E aqui fazemos algumas considerações importantes:
O que é o batismo do Espírito Santo
• O batismo do Espírito Santo é a colocação do cristão no corpo de Cristo.
• A Bíblia diz que na salvação o Espirito Santo causa a regeneração, dando-nos vida.
• O batismo do Espírito Santo é uma obra que cabe somente a ele mesmo.
• O batizador é o Espirito Santo. Nós somos colocados no corpo de Cristo em virtude da ação do Espírito Santo em nós.
• O batismo do Espirito Santo é um ato que não se repete.
• O batismo do Espírito Santo é um experiência universal para todos os cristãos.
 
Cremos que todos os crentes recebem o DOM DO ESPÍRITO SANTO NA CONVERSÃO.

E a nossa base para a afirmação se encontra na Bíblia e não em nossas experiências pessoais. Senão vejamos:
“Isto ele disse com respeito ao Espírito Santo que haviam de receber os que nele cressem...” (Jo 7.39)
“Em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa... “ (Ef 1.13)
“Pois se Deus lhes concedeu o mesmo Dom que a nós nos outorgou quando cremos no Senhor Jesus, quem era eu para que pudesse resistir a Deus?” (At 11.17)
“...Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando creste?...” (At 19.2)
“...Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o Dom do Espírito Santo.” (At 2.37,38)
 
Temos outros textos que afirmam que aquele que crê em Cristo tem o Espírito Santo, os quais são: Ez 36.27; Jo 3.3,6; 14.17; Rm 8.9,16; I Jo 2.20,27; 3.24; 4.13; 5.1; I Co 6.19; II Co 4.13; Gl 4.6.
 
E aqui consideramos ainda os seguintes:
Não existe na Bíblia nenhuma recomendação quanto a busca do batismo do Espírito Santo. Ao crente é recomendado ser cheio do Espírito Santo (Ef 5.18). O Ser cheio do Espírito Santo não é equivalente a ser batizado. O Ser cheio do Espírito Santo é uma ação contínua.
O batismo do Espírito Santo é posicional e não experimental.
O batismo do Espírito Santo é instantâneo(At 2.38; 5.32).
O batismo do Espírito Santo é constante – é para sempre(Is 59.21; I Jo 2.27; I Pe 4.14).
O batismo do Espírito Santo coloca o crente em posição para receber o poder de Deus(At 1.8).
 
Assim como a morte de Jesus Cristo não pode se repetir para que alguém possa ser salvo, ... assim também, o dia de pentecoste não pode se repetir para que alguém possa receber o Espírito Santo.
 
Ambos foram acontecimentos históricos que não se repetem. O Espírito Santo é recebido por meio da fé (Gl 3.14).
 
Um texto muito usado pelos pentecostais para a alegação da necessidade de uma Segunda bênção é o texto de Mateus 3.8-12.
 
Dizem os pentecostais que o vs 11, do capítulo 3 de Mateus é uma referência ao batismo com água e depois ao batismo com Espírito Santo. Será isso verdade? Se não fosse as regras da hermenêutica e da exegese, poderíamos dizer que a interpretação citada estava correta. No entanto a interpretação alegada como sendo verdadeira pelos pentecostais não resiste uma investigação das regras citadas.
 
Senão vejamos:
Batizo com água, v 11
O ministério de João era o de salvar, e assim notamos que o batismo não tem mérito por si mesmo. Esse batismo era símbolo do arrependimento, e não o próprio arrependimento. Era algo que servia para atrair a atenção do povo, preparando-o e orientando-o para receber o batismo real, o batismo de Jesus Cristo, o ministério espiritual do Messias.
 
Nesse ministério reside o poder real, a verdadeira vida, que o batismo com água ( ou seja, o ministério pessoal de João) jamais poderia produzir.
 
...batizará com Espírito Santo e com fogo
O batismo com Espírito Santo é acontecerá aos cristãos, àqueles que aceitam a sua mensagem. O expressão apresenta Jesus Cristo como Salvador, Redentor, Advogado; representa a salvação.
 
O batismo com fogo é o acontecerá aos ímpios que rejeitam a salvação que há em Cristo. A expressão apresenta Jesus Cristo como Juiz. Representa o julgamento.
 
Confirme lendo o verso 10 que diz “...pois a árvore que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo”. E depois, leia o verso 12 que diz “A sua pá ele tem na mão, e limpará a sua eira; recolherá o seu trigo ao celeiro (o trigo simboliza os servos de Deus; o celeiro o céu, paraíso, ao contrário do joio que vai ao fogo), mas queimará a palha(a palha simboliza o ímpio, conforme Sl 1.4) em fogo inextinguível(fogo inextinguível simboliza o inferno)”.
 
O batismo com Espírito Santo simboliza o amor, o batismo com fogo simboliza a justiça de Deus para com aqueles que rejeitam a Cristo.
 
O Espírito Santo batiza o obediente e o fogo batiza desobediente.

Cremos que existe diferença entre Dons e Fruto do Espírito Santo.

Outra distinção que devemos fazer é a respeito dos DONS e FRUTO DO ESPÍ-RITO SANTO.
• DONS referem-se a capacitação dadas por Deus para o exercício da atividades no Corpo de Cristo, a Igreja, visando a edificação do mesmo;
• FRUTO dizem respeito às qualidades de caráter do cristão.
 
O FRUTO não é adição, mas resultado. É uma qualidade de caráter e pode ser produzido em qualquer vida cristã.
 
A palavra DONS está no plural, mas o FRUTO está no singular (Gl 5.22,23).
Os DONS podem ser imitados por Satanás (milagres, curas, línguas, etc), mas jamais poderá imitar ou reproduzir o resultado do FRUTO DO ESPÍRITO SAN-TO; amor, paz, alegria, etc.
 
Cremos que existe diferença entre o batismo no Espírito Santo e a Plenitude do Espírito Santo
Na realidade, entre os pentecostais, existe uma confusão em torno das expressões “BATISMO NO ESPÍRITO SANTO” e “PLENITUDE DO ESPÍRITO SANTO”.
 
E é aqui que os grupos pentecostais embolam o meio de campo.
A expressão “BATISMO NO ESPÍRITO SANTO” indica o momento em que a pessoa recebe a Cristo em sua vida. O que implica em dizer que quando a pessoa se converte, ela é batizada com o Espírito Santo.
 
Ninguém pode receber apenas um terço da divindade (o DEUS FILHO), sem receber o (DEUS PAI E DEUS ESPÍRITO SANTO), Rm 8.9.
 
Com base na afirmação bíblica, nenhum crente precisa pedir um batismo no Espírito Santo, ou aguardar uma Segunda benção.
 
A benção da presença de Deus (PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO) já é completa por ocasião da conversão, do novo nascimento.
 
A expressão “Plenitude do Espírito Santo” ou “Cheio do Espírito Santo” indica o processo de santificação ou crescimento espiritual (Ef 5.18-21); Gl 5.16-26). Esse crescimento será maior ou menor, dependendo da disposição que cada crente te-nha de consagrar-se a Deus.
 
No entanto, a expressão “cheio do Espírito Santo” tem haver com a capacitação momentânea do Espírito Santo para a realização de uma tarefa específica (At 4.8; 13.9) e também denota uma qualidade permanente (At 6.3,5; 7.55; 11.24).
 
As igrejas batistas da Convenção são unânimes no “Uma pessoa é batizada no Espírito Santo, quando aceita a Cristo e isso só acontece uma vez. Mas já a plenitude do Espírito Santo é uma ação contínua e crescente e pode acontecer que o crente seja cheio do Espírito para realizar uma tarefa específica, o que pode se repetir várias vezes”.
 
Doutrinariamente os batistas reconhecem a ação do Espírito Santo no decorrer na história da revelação da seguinte maneira:

No Velho Testamento
O Espírito Santo descia em dados momentos, para uma realização específica, mas não habitava continuamente em seu povo( Ne 9.20; Ne 9.20);
O Espírito Santo operava através de líderes, mas não através de todo o povo(Jz 11.29; 14.6,19; 15.14).
 
No Novo Testamento
A presença do Espírito Santo se encontra entre e em todo o povo de Deus(At 5.3,4,9; 28.25,26);
O Espírito Santo opera de forma contínua e habita em cada pessoa salva(Rm 8.9-11,14).
A visão dos “pentecostais” ou “carismáticos” quanto a ação do Espírito Santo ainda é a mesma do Velho Testamento. E aqui encontramos uma dificuldade teológica que não pode resolvida tendo como base a emoção ou a experiência humana.
 
Cremos que o falar em língua estrangeira (língua estranha) não se constitui sinal do batismo com o Espírito Santo.

Os “pentecostais” bem como os “carismáticos” afirmam que o sinal de que alguém tenha sido batizado com o Espírito Santo é o “falar em línguas”. No entanto, em nenhuma parte da Bíblia encontramos tal ensinamento.
 
A evidência de alguém tem ou não o Espírito Santo é moral, não miraculosa, e reside no fruto do Espírito Santo, não nos dons do Espírito. Os crentes em Corinto que tinham sido batizados com o Espírito e ricamente dotados dos dons do Espírito, mesmo assim provaram ser cristãos “não espirituais”, porque lhes faltava a qualidade moral do amor (I Co 3.1-4).
 
Se constitui algo obrigatório para os “pentecostais” e “carismáticos” o falar em língua como evidência do batismo com Espírito Santo. No entanto, não é assim que vemos no caso do apóstolo Paulo (At 9.17,18).
 
Conclusão
Diante o que foi exposto, deixamos claro que nós,  os batistas,  cremos:
No Espírito Santo conforme ensina o Novo Testamento;
No Batismo com ou no Espírito Santo;
Na plenitude do Espírito Santo.
Não só isso, cremos no Dom e nos Dons do Espírito Santo de Deus.
 
No entanto, entendemos que não somos obrigados a crêr conforme ensinam os “pentecostais” ou “Carismáticos”.
 
Somos um povo livre, um povo que durante a história do cristianismo tem procurado interpretar coerentemente a Bíblia, sem que o exagero venham criar em nossas mentes o fanatismo e o sincretismo religioso.
 
Quem afirma que os batistas não pregam o batismo com ou no Espírito Santo e não acredita nos Dons espirituais, não conhece as doutrinas pregada e ensinada pelas igrejas batistas, e se conhecem e assim mesmo afirma tal coisa, se constitui no amante da mentira.
 
Logo, quando alguém chegar para você e perguntar: “Você é batizado no Espírito Santo?” ,   responda: “Sim, sou, graças a Deus”.

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