quinta-feira, 5 de junho de 2014

IGREJA BATISTA: DEFINIÇÃO, CARACTERÍSTICAS E PRÁTICAS LITÚRGICAS

Definição
A igreja é uma congregação local, formada por pessoas regeneradas e biblicamente batizadas, após pública profissão de fé, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
 
Em outras palavras, a igreja é uma comunidade fraterna das pessoas redimidas por Jesus Cristo, divinamente criadas, e feitas uma só debaixo do governo do so-berano Deus.
 
Características quanto ao valor do indivíduo
Os batistas sempre reconheceram o valor do indivíduo, e este ocupa o centro do esforço evangelístico e missionário das igrejas (Gn 2.7; Sl 8.4-6; Ec 5.14; Mt 28.19-20; I Tm 2.5).
 
Quanto ao culto
Antes de qualquer coisa é bom dizer que os batistas tem procurado estabelecer as diferenças entre:
Essência = Aquilo que o culto realmente é;
Qualidade = Que é vivência da adoração pessoal ou coletiva;
Práticas = Que são as experiências ou realização.
 
Quando tratamos de culto, tratamos de liturgia, e uma vez tratando de culto e liturgia, temos que tratar sobre teologia.
 
Para os batistas o culto deve apresentar os seguintes:
O culto deve ser coerente com a natureza de Deus (Sl 30.4; Sl 33.1,2).
O culto é a comunhão com Deus.

Isso envolve certos padrões, que não são invenção humana, mas princípios da sabedoria divina, a saber:
 
Reverência
Atitude de reconhecimento da grandeza de Deus e de sua soberania (Lv 19.30; Sl 24; Mt 6.9).
 
Ordem
É a maneira como a liturgia de desenvolve. A ordem não é sinônimo de frieza, formalismo ou ritual(I Co 14.40).
 
Confissão
Forma de expressão de arrependimento. Quando renunciamos ao pecado confes-samos a Cristo como Senhor de nossas vidas (Sl 32.5,6; 51.1-4; I Jo 1.9; Tg 5.16).

Oração
Meio de crescimento que aproxima o homem, ou grupo de Deus, intensificando a comunhão (I Cr 7.14; Jr 33.3.; Dn 9.20; Lc 18.1-8).
 
Edificação
Crescimento e disciplina pela meditação na Palavra de Deus (Mc 2.2.; Jo 4.50; 6.68; I Ts 2.17).
 
Louvor
Reconhecimento da santidade e majestade de Deus(Hb 13.15; Sl 67.3; Rm 12.1,2; Sl 69.34).
 
Reconhecimento da autoridade divina
Esse reconhecimento acontece no fato da submissão a vontade de Deus através da ação do Espírito Santo.
 
Liturgia bíblica (entendimento substancial das igrejas batista pertencentes a Convenção Batista Brasileira).

Reconhecemos que não há um modelo, ou um padrão de culto. Afirmamos também que a igreja batista não é detentora da única forma correta de cultuar. Mas entendemos que há princípios norteadores de adoração expostos na Bíblia que são substanciais ao culto, a saber:
 
Princípios norteadores da adoração
a) Amor e devoção a Deus, Mt 22.27;
b) O louvor como forma de exaltar a dignidade de Deus e a perfeição do seu ca-ráter, Sl 46.10;
c) Oração que se constitui no meio de falar com Deus, havendo oração de louvor, gratidão, confissão, súplica e intercessão, At. 4.42;
d) A Bíblia que é autoridade em matéria de fé e prática, II Tm 3.16,17;
e) A música que se constitui em elemento forte e que leva a pessoa a adorar em Espírito em Verdade, Jo 4.23,24;
f) Celebração de batismos, At 10.47,48;
g) Celebração da Ceia do Senhor, I Co 10.23-26;
h) Dedicação de vidas, dízimos e ofertas, Ml 3.10;
i) Apelos de arrependimento, At 2.38;
j) Sacerdócio individual, o que implica em cada pessoa pode ir à presença de Deus sem mediador, Hb 10.19-25.
 
Elementos que podem ou não ser usados nos cultos, mas não são essenciais e nem definidores de ortodoxia
a) Bater palmas em momento de cânticos, Sl 47.1;
b) Determinar expressões de vocabulário evangélico atual como, “Paz do Senhor”, “Paz e Graça”, “Glória a Deus”, “Aleluia” e “Amém”; I Co 1.3;
c) Levantar as mãos na hora de cânticos ou de oração, I Tm 2.8;
d) Jejum individual, Mt 6.16-18; Is 58.5-7; II Co 6.5;
e) Chamar pessoas à frente para oração;
f) Orar em duplas, ou em grupo, dentro dos cultos públicos; Tg 5.16,17; Ef 6.18; I Ts 5.17;
g) Postura padrão para orar (de pé? de joelho, sentado?), Mt 6.5; At 20.36; Lc 22.46.
 
Aquilo quero salientar os seguintes:
Nenhuma igreja é batista ou deixa de ser batista por fazer ou deixar de fazer o que acabamos de mencionar;
Nenhuma igreja deixa de ser batista só porque um, ou alguns irmãos gritam “Aleluia, “ou  “Glória a Deus”.
 
O que pode acontecer?
O que acontece é que o fato de alguém gritar ao nosso lado, fere um costume, ou um hábito que remos de ouvir atentamente o que estão nos falando.
 
Práticas que são contrárias ao culto cristão, à luz da Bíblia e ao culto celebrado pela igrejas batistas da convenção
Bater palmas para Jesus
A Bíblia diz que devemos adorá-lo, Mt 28,17.
 
Declarações de caráter autoritário, estranhas à Bíblia, como por exem-plo: “Amarrar Satanás”.
A Bíblia diz que devemos resisti-lo, Ef 6.13; Tg 4.7.
 
Classificação espiritual ou dos espíritos, como por exemplo: “espírito de maldição”, “espirito de morte”, “espírito de mentira”, “espírito de enfermidade”.
A Bíblia não oferece nenhuma base para tal classificação.
 
Adivinhações e sonhos
A Bíblia condena tais práticas, Lv 19.31; 20.6.
Veja o que diz mais a Bíblia sobre:
Sonhos podem ser frutos da imaginação, Jó 20.8; Is 29.8;
Sonhos podem ser fruto de excesso de trabalho, Ec 5.3;
Sonhos podem ser fruto de fingimento, Jr 23.25-28; Dt 13.1-3; Jr 27.9
Sonhos podem vir de pessoas que tem a mente impura, Jd 8;
Sonhos podem vir daqueles que são inimigos da igreja, Is 29.7,8.
A Bíblia diz que consiste em vaidade confiar em sonhos, Ec 5.7.
Deus é o único que pode interpretar os sonhos, Gn 40.8, 41.16; Dn 2.27-30; 7.16.
Quando uma pessoa diz interpretar um sonho espiritual ele afirma inconsciente-mente que quer fazer uma coisa que só pertence a Deus.
 
Revelações isoladas
Para nós, toda a revelação se encontra na Bíblia e não temos motivos para deixar de crêr assim, Jo 1.17; Ap 22.18.
 
As revelações dadas aos grandes homens de Deus foram válidas até o tempo em que se completou a Revelação escrita de Deus aos homens, a Bíblia Sagrada.

No VT e no tempo das igrejas primitivas as revelações pessoais eram válidas devi-do o fato da Bíblia não ter sido completada. Quando se fechou o Cânon das Escrituras Sagradas, acabou, nada pode tomar o lugar das Sagradas Escrituras. Logo nenhum texto pode ser usado para basear a validade do uso de visões, sonhos e revelações pessoais ou isoladas.
 
Hoje o cristão tem uma revelação completa, que é a Bíblia,  não necessitando de indivíduos que se afiram ter “o Dom de revelação”, aliás quem afirma ter tal Dom é mentiroso, pois o mesmo não se encontra na relação dos dons no Novo Testa-mento.
 
É lendo a Bíblia que o cristão vai descobrir os segredos de Deus e não só isso,  os princípios que norteam a vida cristã, Jo 13.7; 16.13; I Co 13.12.
 
Unção com óleo como elemento de fé
Para os batistas, todo misticismo é perigoso. O óleo usado no Novo Testamento e recomendado para ungir os dentes era óleo medicinal bem conhecido naquela época.
 
Misticismo é o ato de atribuir ao elemento material uma características divina ou milagrosa. É símbolo de feitiçaria, magia e de práticas ocultas.
 
Orar em montes ou no mato como se fosse um lugar especial
A prática não tem sentido, nem apoio bíblico. E tem mais. A prática constitui um perigo para os bons costumes, oferecendo oportunidade para as manifestações da carne e sensualidade.
 
Jejum como meio de obtenção de graça ou de crescimento espiritual
O ensino do jejum como meio de alcançar graças fere o ensino de Cristo e de todo o Novo Testamento, Is 58.5-7.
 
O Jejum deve ser para Deus, (Zc 7.5; Mt 6.16-18). Quando não é assim é rejeitado pelo Senhor, Is 58.3; Jr 14.12.

Aqueles que usam o jejum como meio de alcançar graças ferem o princípio da graça de Deus relevada nas páginas das Sagradas Escrituras, (Ef 2.8,9; Rm 3.24; 3.20,27; I Co 1.29,30,31; II Tm 1.9).
 
Falar em “línguas estranhas”
A maioria dos batistas aceitam que o Dom que para alguns é “línguas estranhas” na verdade se constitui em “línguas estrangeira”, ou melhor “idiomáticas”, o termo usado primeiramente é fruto de uma péssima tradução.
 
O Dom de língua estrangeira que se faz presente nos relatos dos Atos dos Apósto-los se constituíram na capacitação dos apóstolos para evangelizar dos povos com línguas diferentes e que eles não tinham conhecimento.
 
É um Dom desnecessário no meio da igreja de língua portuguesa a não ser que a igreja tenha pessoas estrangeiras. Não cremos em línguas de anjos, pois toda vez que um anjo entrou em contato com os homens eles falaram a língua do conhe-cimento do mesmo, sem que houvesse necessidade de interprete.
 
Não cremos que o “falar em língua” seja sinal do batismo do Espírito Santo. Essa idéia contraria o ensino geral da Bíblia sobre a Teologia do Espirito Santo. O cris-tão é conhecido pelos frutos do Espírito Santo (Gl 5.22). Pois bem sabemos que o Diabo pode imitar os dons, mas jamais imitará o Fruto do Espírito Santo.
 
Nós cremos que a pessoa é batizada com Espírito Santo no momento da conversão, quando nasce de novo, sendo assim uma nova criatura (Lc 21.28; Jo 1.17; II Co 6.7; II Co 1.22; Ef 1.13,14).
 
A Música no culto.
a) A música usada nos cultos devem ser de qualidade e expressar todo nossa vi-são para a grandeza e majestade de Deus. Eis algumas características que de-vem ser observadas quanto a música na igreja:
b) Sua mensagem deve ser bíblica e doutrinariamente sadia;
c) Deve levar o crente a pensar nos padrões bíblicos;
d) Deve ajudar o crente a honrar a Deus com seus corpos;
e) Deve manter o equilíbrio entre o espiritual e o racional;
f) ‘Deve conter palavras cheias de beleza, dignidade, reverência e simplicidade;
g) Deve ser livre de associação com estilos mundanos;
h) Deve expressar a paz que acompanha a vida do crente, e não expressar o cla-mor, a confusão, o barulho e a agitação do mundo;
i) Deve ser caracterizado pela precisão musical, fineza de técnica e poética, evi-denciado harmonia e ordem estrutural;
j) Deve promover e acompanhar um estilo de vide, de piedade, modéstia e quie-tude santa.
 
Os batistas são livres para fazer uso de ritmos e estilos musicais tipicamente lati-nos, brasileiros ou regionais, não consistindo tal coisa em vandalismo doutrinário ou desobediência a Palavra de Deus.
 
Nossa cultura e a nossa música pode ser tão consagrada quanto a cultura e a música dos europeus e americanos.
 
Práticas, características e métodos que devem ser rejeitados pelas igrejas batistas
A super valorização da emoção
A emoção sem uso da razão podem trazer grandes prejuízos para a vida cristã. Nossa salvação não pode ser garantida pelos sentimentos e sim devido a Palavra de Deus.
Busca de experiência extraordinárias como por exemplo, um novo batismo.
O certo é viver uma vida plena e cheia do Espírito Santo.
Andar de movimento em movimento buscando novas experiências
O certo é crescer na fé e no conhecimento da verdade que vem de Deus.
Querer experiência como “revelações”, “sonhos” e “profecias”.

A Bíblia é o nosso referencial maior para o passado, o presente e o futuro. O cris-tão tem o seu futuro nas mãos de Deus, não se preocupando com o que vai acontecer.
 
Desejo obcecado por certos dons, como o de línguas, curas e outros
O cristão deve se colocar sob a orientação e a vontade de Deus através do Espírito Santo, visando a edificação do Corpo de Cristo, a Igreja.
 
Determinação de formulas para receber as bênçãos de Deus como: ora-ção chorada, cultos de vigílias e cultos exclusivos
Não são as formulas ou atividades que dão poder as nossas orações, ou garantem que nossa orações serão ouvidas pelo Senhor.
 
Doutrina de que o Dom de línguas é a evidência do batismo com o Espírito Santo
Somos reconhecidos pelo fruto do Espírito Santo.
 
Prática da manipulação de Deus, determinando o que Deus deve ou não fazer
Somos servos do Senhor e não senhores. Seguimos aquilo que o Senhor determina e não o contrário.
 
O uso do jejum programado visando ganhar bênção do Senhor
Não encontramos base bíblica para fazer do jejum uma espécie de barganha com Deus.
 
Emprego de saudações como sendo obrigatórias ou bíblicas
Muitas saudações bíblicas eram típicas da palavra escrita, não sendo empregada normalmente para saudações verbais.
 
Emprego de palavras de ordem tendo em vista receber bênçãos ou para forçar o acontecimento de determinadas coisas que queremos
O poder de nossa palavra se encontra atrelada a ação e a vontade do Espírito Santo.
 
O louvor com ritmos alucinantes e frenéticos, provocando gestos ou posições sensuais.
Nosso louvor deve expressar alegria, reverência e compatibilidade bíblica.
 
Apoio a entidade para-eclesiástica em nome do Espírito Santo
Somos chamados a servir ao Senhor através da igreja local.
 
Exploração da Bíblia como amuletos e práticas místicas e isoladas
A Bíblia não é amuleto e nem tem poder curativo ou sobre natural. O efeito da Bíblia se encontra em nosso viver a medida que passamos a praticar os seus ensinamentos.
 
As confissões escandalosas em que os segredos são revelados publicamente.
A Bíblia dispõe de meios que nos ensinam a tratar as questões de caráter éticos no seio da igreja local.
 
A valorização dada aos demônios em vez de valorizar a ação de Deus entre os homens
A igreja existe para exaltar as obras da luz e não das trevas e suas conseqüências.
 
A crença em super pastores que se dizem possuidores de poderes sobrenaturais
O pastor e os líderes da igreja são servos, não podendo ocupar o lugar de Cristo no culto.
 
Ostentações fantasiosas e anúncios de milagres sem comprovação
Somos ensinados a não mentir e a falar a verdade.
 
As novas teologias como: Teologia da Prosperidade; Confissão Positiva e a Teologia do Domínio
Todas essas teologias são contrárias aos ensinamentos bíblicos e só alimentam a ganância pelo poder e pelo dinheiro.
 
Experiência sem sentido como: “cai no chão como sinal da unção do Es-pírito Santo”, “dente de ouro como sinal de prosperidade econômica através do poder do alto”, “toda congregação rindo sem parar como si-nal da unção do riso divino”, “poder do alto que deixa a pessoa fixa no chão”
Não existe bases bíblicas e nem sentido para que essas coisas aconteçam no meio da igreja. Todas essas práticas são naturais para quem conhece a técnica da hipnose.
 
Crenças estranhas a Bíblia como: “amarração de Satanás, mapeamento espiritual, classificação de demônios, permanência de demônios em parte do corpo humano e doenças como sinal de pecado na vida de pes-soas ou falta de fé”, “crença de que o cristão verdadeiro possa ser pos-suídos pelos demônios”
 
Tais crenças não passam de idéia humana e ensinos com base em religiões naturais como espiritismo e esoterismo. Segundo a Bíblia é impossível o cristão verdadeiro ser tomado pelos demônios (Efésios 1.13,14).
 
Desvios doutrinários como: batalha espiritual, maldição hereditária, previsão de data para a volta de Jesus Cristo e o culto da personalidade humana
Essas doutrinas se constituem em heresias e então fora do ensino bíblico.
 
Práticas místicas como: orar sobre objetos e roupas de pessoas ausentes ao culto, consagração de objetos ou elemento tendo em vista a geração de benefícios materiais.

Os batistas sempre foram anti-rituais e contrários a qualquer espécie de misticismo.
 
Conclusão
Deve ficar bem claro que:
Adivinhações, sonhos, profecias, unção com óleo, oração no monte, línguas estranhas, sopro do Espírito  e outras novidades, não fazem parte do corpo de ensino ministrado pelos batistas da convenção brasileira.
 
Deve ficar claro que:
A nossa fé está fundamentada na clareza da doutrina bíblica e não nos relatos obscuros que dão margem à imaginação do homem. É por isso que cremos na Bíblia como Palavra de Deus, e que a Revelação de Deus na história se completou em Jesus Cristo(Hb 1.1l8; Cl 1.12-23).
 
Cremos no batismo no Espírito Santo no ato da conversão, na suficiência do sacrifício de Jesus Cristo para a salvação e perdão dos pecado

O DOM DE LÍNGUAS I - AS BASES E A HISTÓRIA DO FALAR EM LÍNGUAS

Introdução
Por muito tempo a experiência de falar em línguas foi limitada ao movimento pen-tecostal. No entanto, notamos que o fenômeno já não se restringem somente aos pentecostais.
 
Em nossos dias, outros grupos como presbiterianos, luteranos, metodistas, epis-copais, católicos romanos, batistas e outros tornaram-se envolvidos no falar em línguas.
 
E não só isso, algumas pessoas acham extremamente necessário o falar em línguas “estranhas”, bem como a necessidade de todo crente falar em línguas como prova de que a pessoa tem o Espírito Santo.
 
Diante do que mencionamos surgem as perguntas:
O que os batistas acham da questão?
Existe realmente uma necessidade absoluta do falar em línguas “estranhas”?
O dom de variedades de línguas é real e necessário em nossas igrejas hoje?
Como resposta imediata, podemos dizer que historicamente e doutrinariamente, os batistas convencionais não dotam o falar em línguas como prática.
 
E as razões são as seguintes:
 
O ALICERCE  BÁSICO DO FALAR EM LÍNGUAS NÃO SE ENCONTRA NA BÍBLIA
O alicerce básico da doutrina do falar em línguas é que a experiência se constitui em evidência essencial do enchimento do Espírito Santo.

Quando analisamos a afirmação mencionada descobrimos que tal alicerce se en-contra em contradição com o ensino bíblico.

Como assim?
Sabemos pelos relatos bíblicos que muitos cristãos ficaram cheios do Espírito San-to e nunca buscaram ou tiveram a experiência de falar em línguas.
 
OS GRANDE HOMENS DA HISTÓRIA DA IGREJA CRISTÃ NUNCA FALA-RAM EM LÍNGUAS
Quando estudamos a história da Igreja Cristã, percebemos Deus trabalhando através de grandes homens. Tais homens demonstravam íntima comunhão com Deus, santidade e zelo pela obra missionária, no entanto, nenhum deles afirmaram a experiência de falar em línguas.
 
Vejamos alguns desses homens: João Wesley, Charles Finney, Martinho Lutero, João Calvino, Moody, George Whitefield, George W. Truett, Charles Haddon, Spurgeon, R.ª Torrey, Billy Sunday e Billy Graham.
 
O FALAR EM LÍNGUAS SEMPRE FOI PREJUDICIAL ÀS IGREJAS BATISTAS
Quando o falar em línguas aparece nas igrejas batistas sempre acontece divisão e discriminação.
 
O movimento sempre destrui em vez de construir; sempre causa briga em vez de paz; sempre separa em vez de unir; sempre causa danos em vez de benefícios.
 
OS BATISTAS NECESSITAM DAS VERDADES BÁSICAS DA BÍBLIA
Os membros das igrejas batistas precisam das verdades básicas da Bíblia, tendo como meta a maturidade cristã.
 
Que verdades são essas?
 
Vejamos:
• Estudar mais a Bíblia e orar constantemente;
• Viver a vida cristã santa e sob o controle do Espírito;
• Testemunhar para outras pessoas;
• Construir igrejas e lares fortes;
• Sustentar o programa de missões estaduais, nacionais e mundiais;
• Demonstrar o fruto do Espírito Santo em todas as áreas da vida.
Tudo isso é o que a Bíblia chama de edificação.

Os batistas não crêem no dom de línguas como crêem os pentecostais. Nossa in-terpretação sobre o uso do dom “variedades de línguas”  não é a mesma dos pen-tecostais,  nem dos  “carismáticos”.
 
No entanto, isso não quer dizer que não creiamos, ou que limitamos Deus em suas ações, mas que o ponto de vista que temos sobre o assunto é diferente ao ponto de vista dos grupos mencionados.
 
A posição dos batistas sobre o dom de línguas, que é a posição bíblica, tem seu fortalecimento através dos pontos que encontramos  na:
 
A HISTÓRIA DO FALAR EM LÍNGUAS
O “movimento de línguas” é um dos movimentos mais estranhos de toda história cristã.
 
Depois de desaparecer por centenas de anos, um homem na Inglaterra por nome Edward Irving, apresentou-se como profeta de Deus. Ele vestia-se como um pro-feta e usava cabelos longos, era alto e notável na sua aparência pessoal.
 
No entanto, o “movimento de línguas”  na América teve início em 01 de Janeiro de 1901, com Agnes Osman, uma estudante da Universidade Bíblica de Charles P. Parham, em Topeka, Kansas.
 
Mas na realidade, o dia 03 de abril de 1960, pode se considerado o aniversário do “movimento de línguas” dos dias modernos. O episódio foi marcado por Dennis Bunnett, pastor (reitor) da Igreja Episcopal de São Marcos em Van Nuya, Califór-nia. Na ocasião, ele renunciou a reitoria por causa do problema criado pela sua experiência em falar em línguas. Desde dia, “movimento de línguas” começou a ser divulgado.
 
Muito dizem que por vários anos “o falar em línguas” foi a marca registrada do movimento pentecostal. Mas isto não é verdade. Alguns grupos estranho ao meio evangélico cultivaram o “falar em línguas”.
 
Na verdade, até o início do movimento pentecostal moderno, que segundo alguns pode ser datado com o ministério de Mary Campbel, na Escócio e Eward Irving, na Inglaterra, iniciado em 1830, os únicos exemplos de falar em línguas ocorria entre as seitas que foram com freqüência imoral.
 
Vejamos, uma lista de alguns grupos que tem envolvimento com “o falar em lín-guas” no decorrer da história.
 
O montanismo
Surgiu em 155 dC., na Frígia, com Montano, que queria resolver os problemas de formalismo na igreja e a dependência da igreja da liderança humana, quando de-veria depender do Espírito Santo.
Montano fazia-se acompanhar por duas mulheres, Maxila e Prisca, que se diziam “profetisas” do movimento. Para o movimento, Montano era o próprio Espírito Santo e quem não tivesse os dons não poderia fazer parte da igreja.
 
As bases do movimento eram: a afirmação da doutrina do Espírito Santo e a Se-gunda vinda de Cristo. Havia entre os montanistas também a prática do falar em línguas estranhas, ou línguas dos anjos.
 
O montanismo foi rejeitado pelo Concílio de Constantinopla em 381 dC., sendo declarado pagão devido as práticas de extremismo e fanatismo.
 
Os místicos
Os místicos surgiram em 1400 dC., contra o formalismo. O movimento desejava um contato direto com Deus pela intuição ou pela contemplação e davam muito valor ao êxtase.
 
Os místicos estavam divididos em místicos latinos e teutões. Os latinos tinham como base as visões e o falar com Deus. Os teutões tinham como base a filosofia partindo para o panteísmo.
 
Os radicais místicos
Os místicos radicais surgiram em 1500 dC., tendo com liderança Kasper Shwenk-feld e Sebastian Franck. O movimento tinha como base o misticismo e criam numa direção interior do Espírito Santo.
Os místicos se achavam mestres em falar línguas estranhas.
 
Os jansenistas e Port Royal
Este grupo, e mais especialmente seus sucessores conhecidos como os “convulsi-onários”, falavam em línguas.

Os jansenistas eram católicos franceses nos primórdios da reforma protestante, e a seita deles foi finalmente suprimida pelas autoridades por causa das imoralidades praticadas entre eles.

Os espiritualistas primitivos
Eles eram mestres em falar em línguas. Uma certa senhora de nome Mary Smith, de Geneva, professava falar a língua de Marte.
 
A alegação de Mary se deu quando algum deste palavreados sem sentido foi transcrito, e os eruditos acharam que era aglomeração de sons arrastados, havendo a mistura de várias línguas.
 
Os agitadores
O grupo surgiu na América. Eles falavam em línguas. O movimento foi fundado por Ann Lee, que era conhecida por seus seguidores como “mãe Ann”, e que fez a afirmação de que ela era divina por isso deveria ser chamada de Ann, a Palavra.
 
O quietismo
O quietismo, surgiu na Europa Continental. O movimento surgiu dentro da Igreja Católica Romana e tinham como práticas o falar em línguas, o misticismo e o fana-tismo religioso.
Os líderes principais eram Michael Molins e Emanuel Swedenborg.
 
Os mórmons
A Igreja dos Santos dos Últimos Dias, os mórmons, também no início defendiam a necessidade do “falar em línguas”.
 
Religiões pagãs
A história das religiões pagãs relata casos de falar em línguas em muitos grupos religiosos que nada tinham com o cristianismo. A religião pagã em Corinto é um exemplo bem claro.
 
Outros
Charles R. Smtih, no seu livro, “Línguas na perspectiva bíblica” ,  tem um tratado excelente do falar línguas entre as religiões não-cristãs, como por exemplo: paci-entes mentais, espíritas, pessoas possessas, pessoas com desvios doutrinários, pessoas que vivem em imoralidade e em práticas hereges.
 
Conclusão
Como conclusão desta primeira parte, podemos dizer que historicamente e doutri-nariamente, os batistas convencionais não dotam o falar em línguas como prática.
 
Os batistas não crêem no dom de línguas como crêem os pentecostais. Nossa in-terpretação sobre o uso do chamado “línguas estranhas”  não é a mesma dos  pentecostais,  nem dos “carismáticos”.
 
No entanto, isso não quer dizer que não creiamos, ou que limitamos Deus em suas ações, mas que o ponto de vista que temos sobre o assunto é diferente ao ponto de vista dos grupos pentecostais.
 
E agora, a minha posição, como pastor batista é a seguinte(aqui vai a minha posi-ção):
• O dom de língua de fato é um dom(habilidade divina),  não depende do aprendizado humano, pois se caso fosse, seria um talento natural comum a todos os homens;
• O dom de línguas é inteligível e idiomática,  tendo como base a divulgação das boas novas aos povos  de línguas estrangeiras;
• O dom de línguas deve ser administrado conforme recomenda a Bíblia;
• O dom de línguas não se constitui sinal do batismo como Espírito Santo;
• O dom de línguas vem acompanhado de dom de interpretação;
• O dom de línguas como habilidade para uma igreja local não tem razão de ser em nossos dias, a não ser que tenhamos pessoas estrangeiras no meio da igreja local.

terça-feira, 3 de junho de 2014

OS PERIGOS DO USO DO PSIQUISMO NA IGREJA EM NOME DO ESPÍRITO SANTO

Introdução
Cada vez mais a prática do absurdo em nome do Espírito Santo tem espaço no meio evangélico. Cada dia testemunhamos o abuso de muitos em nome de Deus e da santidade.
 
O evangelho passou a ser sinônimo de crendices, sincretismo e misticismo. Quan-do não, sinônimo do absurdo, tendo a experiência humana maior autoridade do que a que é encontrada na Bíblia.
 
Na verdade muitas atitudes e práticas absurdas não passam ignorância e falta de conhecimento da Bíblia, bem como da História da Igreja Cristã.
 
É nossa meta através do presente estudo, apresentar uma argumentação tendo em vista a desmistificação de algumas práticas e comportamentos tomados por alguns “evangélicos” usando para tal o nome do Espírito Santo.
 
O perigo do psíquico ser usado para promover o satanismo
As profecias bíblicas prevêem que nos tempos finais as forças satânicas tomarão controle deste mundo. Os falsos profetas, com poderes psíqui-cos verdadeiros atrairão muitos discípulos. O ceticismo simples sofrerá um golpe fatal à medida que os poderes paranormais se tornarem tão comuns e amplamente demonstrados, que se tornará moda acreditar no sobrenatural ou pelos menos no sobre-humano.
 
Alguns que anteriormente eram céticos, tentarão dar explicações científicas dos poderes humanos (e demoníacos) extraordinários. Sendo portadores da mesma doença de alma que anteriormente infligia ceticismo sobre eles, se tornarão de-fensores de novas teorias que afastarão os homens daquilo verdadeiramente espi-ritual. Farão um deus de uma nova ciência que pode explicar os fenômenos psí-quicos ao invés de afastá-la com explicações como faziam anteriormente. Estes homens reconhecerão a espiritualidade inerente do homem, logo, seus poderes elevados, mas perverterão qualquer verdadeira compreensão de tais e negarão a necessidade de qualquer conceito de Deus que levaria os homens a uma verdadeira apreciação do trabalho dele na criação.
 
Tais homens se tornarão fantoches do anticristo, e o “satanismo” não mais será o culto bizarro que hoje é. Ao invés disso as massas serão arrastadas para o culto do anticristo que será adorado, e através dele, o próprio Satã.
 
Não há dúvida que as várias formas de psiquismo e demonismo completos com verdadeiros, mas mentirosos milagres, tomarão parte em tudo isto. Tais coisas se tornarão, “provas” do culto, assim como os milagres de Jesus foram feitos com a intenção de autenticar a sua missão messiânica(Ap 9.3,16; 13).
 
O perigo da prática e do desenvolvimento dos poderes psíquicos que pode  levar à uma invasão espiritual maléfica
Não pode haver dúvida de que o homem, como um ser espiritual, possui os pode-res que estudos em laboratórios indicam que ele possui. Tomemos o caso do poder psico-sinético, isto é, a habilidade da mente de mover a matéria.
 
Seria desconhecer a verdade se não tivéssemos a coragem de afirmar que tal coisa é uma realidade, no entanto, o fato de algo ser real não diz muito.
 
Como cristãos,  devemos primeiramente saber que tudo que fazemos deve ser de algum modo centralizado na glória de Cristo, sendo o desejo de desenvolver qual-quer capacidade, espiritual ou física, feito em nosso benefício, algo errado.
 
É verdade, tanto dentro da igreja quanto fora, que aqueles que tem procurado o desenvolvimento psíquico, especialmente se usaram o hipnotismo nesta tentativa, tem se emaranhado em dificuldades de natureza mental, como sintomas de para-nóia, e alguns tem evidentemente atraído para si alguma força ou forças espirituais alienígenas que tem ameaçado as suas vidas.
 
No movimento carismático, tão comum na igreja de hoje, alguns se tem envolvi-dos no psiquismo, assim imitando o misticismo. Muitos tem se tornados perturba-dos mentais (geralmente em formas de paranóia), e alguns julgamos, tem tornado a ferramenta de forças demoníacas.
 
Estes fatos devem servir de cautela no que diz respeito ao desenvolvimento espiri-tual, em contraste com o desenvolvimento tradicional da espiritualidade através da oração, da meditação, do estudo da Palavra de Deus e da prática de bons atos.
 
Já falamos do perigo verdadeiro de substituir o psíquico pelo espiritual, mesmo dentro da igreja.
O principal problema no que diz respeito ao desenvolvimento dos poderes psíqui-cos, é o de que ainda não sabemos exatamente com o que estamos lidando.
 
O perigo do psíquico ser usado para  promover o espiritismo
A tese principal do espiritismo é a de o homem é um espírito e, como espírito, sobrevive à morte biológica. É natural, portanto, para os espíritas fazerem bem-vinda qualquer pesquisa científica que tende a demonstrar as suas crenças básicas.
 
As revelações cristãs mostram que o homem é um espírito e os espíritos humanos podem e realmente voltam para comunicar alguma mensagem, ou possuem algum tipo de contato com os humanos mortais. A experiência humana, bem separada de qualquer revelação religiosa, dogma ou suporte, demonstra estas mesmas verdades.
 
A Bíblia, porém, proíbe a busca proposital de tais experiências e indica que estas, se continuarem sendo buscadas, podem ser prejudiciais e perigosas.

Provavelmente a maioria daquilo que acontece no espiritismo ou é natural ( o uso de poderes espirituais inerente, que são representados como seres espirituais “ex-teriores”, mas que são apenas projeções ou criações do próprio ser humano), ou é o resultado do contato com seres espirituais verdadeiros, de muitas categorias, alguns neutros(elementares), alguns bons-maus, alguns negativos e danosamente maléficos.
 
Presumimos que existem muitas ordens de seres espirituais no mundo(s) invisí-vel(eis), alguns dos quais podem ser chamados acertadamente de “demoníacos” e alguns que não merecem este título, mas todos quais não são entidades humanas.
 
Em Efésios 6.12 encontramos a indicação de um mundo espiritual de muitas or-dens. O que dizemos sobre as ordens de seres espirituais do tipo não-humano, naturalmente entra no campo da especulação, pois, até o presente momento, te-mos muito pouca informação sobre estes seres. De qualquer modo, os dogmas e a experi6encia humana concordam que a busca de contato com tais seres é algo que o homem, no seu presente, ficará melhor sem este tipo de dano.
 
Ocasionalmente, como foi implicado antes, um médium espírita pode fazer um contato genuíno com um espírito humano desencarnado. Parece que a condição final das almas humanas são será estabelecida até a Segunda vinda de Cristo (I Pe 4.6). Se isto for verdade, então, em raras ocasiões, algum contato poderia ser feito.
 
Mas os estudos psíquicos certamente indicam que:
Nunca se pode realmente estar certo de que um contato com um espírito humano foi conseguido, ao invés de um contato com algum outro tipo de espírito que imita um contato desta natureza.
 
Mesmo que um contato deste tipo seja feito, que tal contato não é desejável, já que os espíritos humanos com que as vezes se pode obter contato, são normal-mente de baixa qualidade espiritual e farão danos aos mortais, e não bem. Muitos pais cristãos antigos(seguindo a doutrina judaica comum) supunham que os de-mônios eram, na realidade, espíritos humanos baixos.
 
Os bons teólogos da igreja moderna, suportam o conceito de que os demônios não são de uma única ordem, mas incluem espíritos humanos baixos, seres angelicais caídos, e, provavelmente, outras ordens de seres totalmente angelicais caídos, e, provavelmente, outras or-dens de seres totalmente desconhecidos pela nossa teologia presente. Esta identi-ficação da forma de vida dos demônios, não é importante para a nossa tese, que, dita de maneira simples é a de que o espiritismo é uma religião deficiente mesmo se alguma verdade possa ser encontrada, no que diz suas afirmações de terem conseguido “contatos”.
 
É justamente aqui, no que diz respeito ao espiritismo,  que muitos ministros cris-tãos tem falhado. Eles tem usado a “aproximação avestruz” aos problemas. Isto é, sem nenhum estudo ou conhecimento, tem declarado todos os fenômenos psíqui-cos “do diabo”.
 
Esta “queda” é de culpa, em grande parte, do pastor que não possui sabedoria o bastante para mostrar que, enquanto que grande parte dos fenômenos psíquicos são, com freqüência, totalmente humanos e naturais, não segue que devemos nos envolver em tentativas de fazer contato com forças espirituais potencialmente alienígenas.
 
O perigo do psíquico ser usado pra promover as religiões orientais
É triste ver jovens, sem dúvida revoltados contra a presente expressão da igreja, negarem a pessoa e a missão de Cristo ( como algo realmente distinto em comparação com a grande quantidade de “profetas”) , pela associação com as religiões orientais.
 
Não há dúvida de que parte da atração destas religiões é o fato de que promovem os poderes ocultos e a sabedoria.

Jesus e seus primeiros discípulos demonstram poderes místicos impressionantes, e um verdadeiro misticismo dever-nos-ia levar a Cristo, e não afastar-nos dele, como Colossenses 2 insiste.
 
Há um falso misticismo, que enquanto demonstra poderes genuínos, não leva por conseqüência, o homem a Cristo, o cabeça federal da raça.
 
O que há é um verdadeiro misticismo que promove proximidade do Espírito, que leva os homens para mais perto de Cristo.
 
Um falso misticismo é, finalmente, destrutivo para a espiritualidade. É uma cena estranha ver “cristãos” que nunca se preocuparam em aprender as escrituras, nem em se aproximar de alguma maneira especial de risto, de repente se embebedando com estudos de religiões orientais, e mui rapidamente aprendendo mais sobre estas do que jamais souberam sobre o cristianismo.
 
A tradição profética é clara sobre o fato de que a “cristandade” dos últimos tem-pos será uma espécie de culto de uma era “pós-cristã”, que misturará o Oriente e o Ocidente, isto é, será um tipo de cristianismo  com uma forte mistura de religião oriental. O resultado será que a verdadeira fé cristã praticamente desaparecerá da face da terra. Já podemos verificar o início deste processo, e isto é apenas mais uma profecia que se cumpre em nossos tempos. O anticristo levará muito à frente este processo, já que ele unirá o Oriente e o Ocidente em um gigantesco e per-verso híbrido.
 
O perigo do psíquico ser usado para promover o falso misticismo
O falso misticismo, porém, transcenderá o envolvimento com as religiões orientais. Pessoas, sedentas pelo místico, o incomum, ou mesmo o bizarro, usam erroneamente os poderes psíquicos para promover um falso misticismo.
 
Na verdade, se podemos julgar das coisas que lemos, as pessoas estão na reali-dade substituindo a fé religiosa tradicional, por ambos: psiquismo e misticismo.
 
Psiquismo é o uso ( e abuso) dos poderes psíquicos humanos naturais. Um homem que desenvolve e usa poderes telepáticos e de clarividência, ou poderes de cura, que podem ser apenas de suas próprias qualidades espirituais inerentes, pode substituir qualquer fé substancial em Cristo pela exitação de tais práticas.
 
Esta substituição, cremos, está acontecendo dentro da igreja, em ramificações do movimento carismático, não merecendo do “lado de fora” entre cristãos de carac-teres instáveis.
 
Misticismo em contraste com o mero psiquismo, é o suposto contato real com se-res espirituais exteriores, ou com forças espirituais “exteriores”.
 
Um falso misticismo é o contato com os poderes ou seres exteriores, que não aceitam ou promovem ativamente a pessoa e a glória de Cristo.

Os gnósticos (contra os quais oito livros do Novo Testamento foram escritos) ti-nham muitos objetos de sua procura mística, as ordens dos anjos (e demônios)  e entre eles também, procuraram um falso cristo, que não se assemelhava muito com o Cristo dos apóstolos, mas que era apenas um entre muitos poderes mais elevados, um das ordens dos anjos ou “aeons” como eles os chamavam.
 
Hoje em dia, temos muitos gnósticos (em espírito) no mundo religioso. Colossen-ses mostra que os gnósticos tinham visões verdadeiras, Cl 2.18-20. Eles dizem “Eu vi, eu vi!!” Paulo replicou, em outras palavras, “E daí! O que suas visões fizeram para promover o poder de Cristo dentro de vocês?”  Tinham u misticismo que não possuía Cristo como Cabeça. Tinham comunhão com seres menores, alguns deles, ou a maioria deles, talvez, não aliados a Cristo (Cl 2.20, o “stoiqueia”, os “espí-ritos elementares”).
 
O perigo do uso da meditação que não é centralizada em Cristo
A meditação, através da história cristã, tem sido usada por alguns para promover a espiritualidade. Este uso é legítimo e é especialmente valoroso, no que diz res-peito à “iluminação” .
 
A meditação é simplesmente um tipo de contemplação, e se centralizada em Cristo pode acalmar o espírito humano, para que o Espírito Santo possa falar, dando paz e harmonia, iluminação e visão espiritual.
 
A meditação é uma aliada e uma companheira da oração. É ouvir Deus, enquanto a oração é falar com ele. Entretanto, essa prática tem sido abusada. Grande parte da meditação, com tem sido hoje praticada, é tanto extra como não-cristã.
 
A ciência tem mostrado que a meditação pode causar um estado de consciência alterado. Isto significa simplesmente que as ondas cerebrais mudam o limite normal, Beta, (de 13 a 24 oscilações por segundo) para um estado de oscilação inferior, como Alfa (8 a 12).
 
Em alfa, a pessoa é mais sensível psíquica e espiritualmente, e, como tem sido demostrado, muito mais criativa. A pessoa passa a ter compreensões valorosas de problemas, e momentos de criatividade artística.

O transe do místico é um estado de consciência alterado, e sem dúvida, muitas revelações bíblicas vieram aos profetas nesse estado.
 
Durante o decorrer de qualquer dia determinado, todo ser humano vivente, passa-rá por estados de consciência variáveis. Tudo isso é natural, e até necessário para a vida e saúde. Os problemas aparecem quando há um abuso.

Por exemplo:
O homem que propositalmente tenta provocar estados de consciência alterados, através do uso da meditação, pode se tornar sensitivo espiritualmente para seres espirituais alienígenos. A possessão ou influência demoníaca (em casos extremos) pode resultar disso.
 
Todo homem possui uma proteção psíquica natural. É difícil para seres invisíveis penetrarem em seu escudo mental. A meditação pode enfraquecer este escudo. Se é o Espírito Santo que nos acompanha, e se Cristo é o objeto da nossa con-templação, então a meditação pode abrir o meu Espírito para sua iluminação. Mas se Cristo não é o objeto da minha meditação e se algum espírito alienígeno me acompanha, então a meditação pode abrir minha alma para a influência maligna.
 
O perigo da substituição da espiritualidade verdadeira pela espiritualidade falsa (crendices, espiritualismo).

Vários escritores cristãos, que aceitam livremente a existência dos poderes psíquicos ou da alma, como inerentes à personalidade humana, fazem uma forte distinção entre a demonstração dos poderes psíquicos e aqueles genuinamente do Espírito.
 
Um autor de renome, cujos livros possuem larga aceitação nas igrejas evangélicas, afirma que muitos ministros estão fazendo o que fazem através de poderes psíquicos e poderes da alma (qualidades espirituais inerentes) ao invés de através de qualquer manifestação real do Espírito. Se isto é verdade na igreja, quão mais verdadeiro será o mundo onde os homens substituem qualquer influência do Espírito por aquilo que eles mesmos podem fazer e ser, através do desenvolvimento de suas próprias habilidades espirituais! Se as qualidades espirituais inerentes são usadas e melhoradas pelo ministério do Espírito, então quem pode fazer objeção? Porém, este uso e melhoria transformará a pessoa, sendo que então um processo transcendente também estará ocorrendo.
 
O homem que realmente não está aberto para o poder transformador do Espírito, talvez preso a um vício, ao orgulho humano, ou outro fator de impedimento, talvez preso a um vício, ao orgulho humano, ou outro fator de impedimento, pode de qualquer modo, fazer para si um grande nome pela mostra de seus poderes inerentes, especialmente se estes poderes puderem imitar o místico.
 
Conclusão
Vários intérpretes cristãos tem suposto que o homem, antes da queda, natural e seguramente usava as suas habilidades de telepatia, clarividência, precognição, etc. Dentre outras coisa, a queda fez os homens menos como seres espirituais puros e mais como os animais, causando a diminuição de seus poderes mentais e espirituais e o seu (dos poderes) enterramento sob suas qualidades animais dos cinco sentidos, dos quais principalmente, ele agora depende para sua conduta diária.
 
O homem em seu estado decaído, não é o tipo de ser (nos referimos à maioria), que pode fácil ou seguramente recuperar as suas capacidades anteriores. tensão

O DOM DE LÍNGUAS IV - EXPLICAÇÕES SOBRE O FALAR "EM LÍNGUAS" ENTRE PENTECOSTAIS, NEO-PENTECOSTAIS E CARISMÁTICOS

Introdução
Diante do que foi mencionado em estudos anteriores, certamente alguns estejam perguntando:
Os pentecostais, neo-pentecostais e carismáticos são possuidores legítimos do Dom de línguas?

O fenômeno de falar em “línguas” entre os pentecostais, neo-pentecostais carismático é genuíno?

Caso não seja genuíno, como se explicaria o falar em línguas, e qual a origem do fenômeno existente entre os pentecostais e carismáticos?
 
Como resposta temos:
 
PRIMEIRO: A POSIÇÃO DA MAIORIA DOS ESTUDIOSOS BATIS-TAS(Teólogos, pastores, professores e membros de igrejas)

A maioria dos estudiosos batistas não crêem que os pentecostais e carismáticos sejam possuidores do Dom de línguas conforme registrado em Atos e Coríntios.
 
E também a maioria também não crêem que o Dom de línguas alegado pelos pen-tecostais e carismáticos seja genuíno.
 
SEGUNDO: EXISTE EXPLICAÇÃO PARA O FENÔMENO QUE EQUIVACA-DAMENTE É RECONHECIDO PELOS PENTECOSTAIS E CARISMÁTICOS COMO O “FALAR EM LÍNGUAS”

O fenômeno de o “falar em línguas” pode ser explicado através das seguintes hi-póteses:
O falar em línguas seja de cunho natural, podendo ser:
Por transe hipnótico
No caso, a hipnose pode ser individual ou coletiva, voluntária ou involuntária.
 
Por um método conhecido como “mente universal
Ö método é conhecido desde o ano 500 a.C., através do filósofo Anaxágoras.

O método consiste no fato de uma pessoa ter uma espécie de reserva de conhe-cimento geral, incluindo várias línguas.

No caso, havendo alterações na consciência a pessoa pode buscar na reserva de sua mente algum idioma antigo ou moderno.
 
Produto do psique humano
No caso, quando a mente da pessoa sofre algum tipo de alteração (emocionalismo, êxtase e delírios) ela pode produzir sons inarticulados que podem ser confundidos com vocábulos ou frases idiomáticas.
 
Criação da mente humana, produzida propositadamente
No caso a pessoa produz o som de maneira proposital tendo em vista a autoglori-ficação.
Aqui pode acontecer o que chamamos ação mecânica, ou exercícios mentais que produzem o êxtase ou convulsão proposital, fazendo com que a pessoa imita sons diversos.

Estudos feitos demonstram que as línguas podem ser apenas uma ginástica mental.
Eu pessoalmente acho que para as pessoas sinceras que fazem parte do movi-mento, acontece o caso: “produto do psique humano”;
 
Para os charlatões que vivem do movimento, acontece os casos: “Uso de transe hipnótico” e “criação da mente humana, produzida propositadamente”.
 
O “falar em línguas” como sendo de cunho sobrenatural

Por influência demoníaca
No caso, a mente humana é tomada por demônios, fazendo com que o nome de Jesus Cristo seja menosprezado e blasfemado.
 
De maneira geral, o “falar em línguas” inclui aqueles que não preenchem os requi-sitos bíblicos, ou melhor, há aqueles que não crêem nas doutrinas essenciais tais como a Trindade, o nascimento virginal, a divindade de Jesus Cristo ou então acrescentam outras como por exemplo, a adoração aos santos e a Maria.
 
Assim, perguntamos: estaria o Espírito Santo abençoando os incrédulos, os blás-femos e os idolatras, ou será que o “espírito” é outro?
 
Por influência angelical
No caso, as línguas seriam faladas pelos anjos que estão a serviço dos salvos.
 
Muitos pentecostais e carismáticos afirmam que as línguas faladas na igreja de Corinto era “língua dos anjos”, para tal eles usam o texto de I Coríntios 13.1.
 
Ao examinar o texto percebemos que Paulo não estar fazendo uma afirmação, mas uma hipótese para chamar a atenção para uma verdade. Observe: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor...”, no original a expressão que aparece é “ean” (também nos vs. 2,3) que significa “se”. O que se segue é proposto como possibilidade hipotética.
 
Assim, percebemos que Paulo usa a questão do falar em línguas, usando a possi-bilidade hipotética, para chamar a atenção para o fato de que língua nenhuma, da terra ou do céu, é comparável à prática do amor cristão.
 
A ênfase do texto não é a questão das línguas, mas o amor ágape.
 
Se alguém usa o texto mencionado para afirmar que as línguas faladas em Corinto e em nossos dias é a língua dos anjos, usa o texto indevidamente.
 
Para o cristão, a única regra de fé e prática deve ser a Bíblia,  principalmente o Novo Testamento. E olhando a Bíblia descobrimos que toda vez que Deus enviou seus mensageiros (os anjos) para falarem aos homens, acontecia:
 
A pessoa era devidamente escolhida, a mensagem tinha um fim definido e na língua de quem a recebia.
 
Vejamos alguns exemplos:
Anjos falaram a Ló na própria língua dele; pois ele os entendeu (Gênesis 19.1-11,15);
Um anjo falou a: Abraão (Gênesis 22.11); Gideão (Juízes 6.11,12); Zacarias (Zaca-rias 1.9; Lucas 1.13); Maria, mãe de Jesus (Lucas 1.29); José (Mateus 1.20); Filipe (Atos 8.26).
 
Em todos os casos citados, toda vez que o anjo falou, falou uma língua inteligível ao conhecimento dos que os ouviram, no caso o hebraico, aramaico e o grego. Uma língua comum aos seus ouvintes.
 
Por ação do Espírito Santo
No caso, seria a verdadeira ação do Espírito Santo, tendo em vista um objetivo.
 
E aqui vale uma palavra: Não podemos por medo ou cautela chegar ao ponto de limitar a ação de Deus na história da revelação.
 
Como também não podemos cair na onde do sensacionalismo ao ponto de des-considerando a revelação escrita de Deus aos homens, a Bíblia,  contradizer a mesma, em favor de experiências pessoais.
 
É possível que em determinada situação Deus use seus servos através das “línguas” para que sirva de sinal para os incrédulos, com propósito didático ou evangelístico e para edificação daquele que as fala.
 
No entanto, acho a possibilidade de alguém experimentar o que acabamos de mencionar é difícil e raro.
 
E pelo que observamos, o que acontece nos meios pentecostais e carismáticos, não tem nada o que comprove a ação divina, a não ser carnal.
 
Muitos pentecostais e carismáticos usam chavões e conceitos que só reafirmam a imaturidade e o desejo de autopromoção.
 
Eu acho que para os crentes sinceros que estão entre os pentecostais não aconte-ce nada do que mencionamos;
 
Para os charlatões, hipócritas, mentirosos acontece o caso: “influência demoníaca”;
 
Para os aqueles que desconhecem, mas são sinceros, acontece o caso: “influência demoníaca” , pois estão entrando na onde do sensacionalismo e usando blasfe-mando contra o Espírito Santo.
 
TERCEIRO: PRÁTICAS QUE SÃO CONTRÁRIAS AO CULTO CRISTÃO, À LUZ DA BÍBLIA.
Bater palmas para Jesus Cristo
A Bíblia diz que devemos adorá-lo (Mateus 28.17).
 
Declarações de caráter autoritário e estranhas à Bíblia, como por exemplo, “amarrar Satanás”
A Bíblia diz que devemos resistí-lo (Efésios 4.26,27; 6.11,18; Tiago 4.7; I Pedro 5.8,9).
 
Classificação espiritual ou dos espíritos, como por exemplo, “espírito de maldição”, “espírito de morte”, “espírito de mentira”, “espírito de enfermidade”
A Bíblia afirma a existência de demônios, mas não apresenta a classificação e nem liga a personalidade do espírito imundo a reações vistas na pessoa endemoninha-da. A prática de colocar nome para cada espírito imundo é duvidosa (Mateus 12.45; Marcos 1.26; 5.9; 7.30; 9.17; 16.9; Lucas 10.19; Atos 8.7; 19.13; Efésios 6.12; I Timóteo 4.1; Tiago 2.19; Apocalipse 16.14).
 
Adivinhações e sonhos
A Bíblia condena a prática de adivinhação e a prática de interpretação de sonhos (adivinhação: I Samuel 15.23; Deuteronômio 18.12; Atos 16.16-18. Sonhos: Deu-teronômio 13.1-3; Eclesiastes 5.7; Jeremias 23.32; 27.9; 29.8; Zacarias 10.2). Só Deus pode interpretar os sonhos com caráter espiritual (Gênesis 41.8,16; Daniel 2.27-30; 7.16).
 

Revelações isoladas
Toda a revelação que precisamos se encontra na Bíblia (Deuteronômio 4.2; Pro-vérbios 30.6; Mateus 22.29; João 1.17; João 5.39; Atos 17.11; Romanos 15.4; Apocalipse 22.18).
 
Unção com óleo como elemento de fé
O misticismo deve ser rejeitado em sua totalidade. O máximo que o óleo pode ser usado é como símbolo.
 
Orar em montes ou no mato como se fosse um lugar especial
A prática não tem fundamento bíblico e nem se encontra nos ensinos que Jesus deus aos seus discípulos (Mateus 6.6-8).
 
Jejum como meio de obtenção de graça ou de crescimento espiritual
O ensino do jejum como meio de alcançar graças fere o ensino de Cristo e de todo o Novo Testamento (Isaías 58.6,7; Salmo 35.13; 69.10; Mateus 6.16-18)
 
Falar em “línguas estranhas”
O “falar em línguas estranhas”  nos cultos públicos é de interesse puramente pes-soal, quando não, é com objetivo de impressionar os ouvintes; portanto, contraria o ensino bíblico que se encontra em I Coríntios 14.5-12.
 
Conclusão
Nós, os batistas, temos dificuldades de aceitar o “falar em línguas” praticado no meio pentecostal e carismático como sendo algo que vem do Espírito Santo.
 
No entanto, vemos os pentecostais na sua maioria como crentes bem intencionados, porém sem o devido conhecimento bíblico, sendo a maioria dos seus pastores sem preparo bíblico-teológico adequado, o que acarreta uma série de dificuldades doutrinária.
 
Em outras palavras, acreditamos que os pentecostais na sua maioria erra por falta de uma orientação bíblica correta e pelo apego ao sensacionalismo e ao emocionalismo.
 
Já no caso dos “carismáticos” católicos temos dificuldades de aceitar o grupo como sendo bíblico, bem como suas práticas. Não cremos que o Espírito Santo seja a causa dos fenômenos manifestos no meio católico. Pois se tal coisa acontecesse teríamos que jogar a Bíblia fora.

O DOM DE LÍNGUAS III - O PROBLEMA DAS LÍNGUAS EM ATOS E CORINTOS


Introdução
Muitas são as divergências a respeito do significado do falar em línguas nos dias do Novo Testamento.
 
Nós, os batistas, temos historicamente os seguintes pensamentos:
• O dom de línguas é um dom e um sinal. Ele é um “dom-sinal”;
• O dom de línguas foi dado para falar uma língua estrangeira e não conhecida por aqueles que falam. Os textos que indicam a afirmação são os seguintes: I Coríntios 12.4; 8-10; 13.8; Atos 2.6-8;
• O dom de línguas foi um sinal para autenticar o evangelho na experiência da igreja cristã primitiva. Os textos que indicam a afirmação são os seguintes: Marcos 16.17; Atos 2.4; 10.45,46; 19.6; I Coríntios 13.8 e 14.22.
 
• O dom de línguas foi uma experiência temporária sobre alguns povos cristãos para servir como um sinal para autenticar o evangelho no seu estágio inicial.
 
AS LÍNGUAS DE ATOS E AS LÍNGUAS DE CORÍNTIOS
Alguns estudiosos da Bíblia acham que há uma marcante diferente entre o dom de línguas em Atos e o dom de línguas em I Coríntios.
 
A posição sustentada por muitos é que no livro de Atos, o dom de línguas era a habilidade dada a uma pessoa para falar uma estrangeira sem tê-la aprendido, enquanto o dom de línguas em I Coríntios era aquela de expressão arrebatada.
 
Outros acreditam que o dom de línguas é o mesmo em Atos e em I Coríntios.
 
Theodore H. Epp e John I. Paton, escrevendo o livro “O uso e abuso das línguas” , afirma que a mesma palavra usada em I Coríntios para descrever o Dom é usada no livro de Atos (Atos 10.46; 19.5; I Coríntios 14.15). Para ele a terminologia é idêntica nos dois livros e que não existe nada no contexto de I Coríntios que surgira qualquer outra coisa do que línguas.
 
Mas aqui surge uma pergunta: Porque, então, os crentes em Corinto tiveram o dom de línguas?
 
Eis algumas possíveis respostas:
Se eles tivessem de fato o dom em absoluto, o mesmo já estava no estágio de cessação. Aqui observamos os seguintes:
• O dom não é mencionado em II Coríntios;
• O dom não é mencionado nas outras Cartas paulinas;
• O dom não é mencionado nas Cartas Gerais;
• O dom não é mencionado no livro de Apocalipse.

É possível que a prática do povo gentil tenha influenciado os crentes de Corinto. O culto à deusa Afrodite, conhecida em latim como Vênus, admitia o culto em que se falava em línguas.
 
Pode ser que o dom fosse genuíno, sendo uma extensão do que havia acontecido em Éfeso, mas infelizmente algumas pessoas desviara o seu real significado e objetivo deixando o mesmo em pé de igualdade do que era praticado nos templos pagãos.
 
A CESSAÇÃO DAS LÍNGUAS
Como já sabemos, o falar em línguas foi um dom-sinal de natureza temporária. Alguns dons miraculosos da era apostólica cessaram.
 
O dom de línguas foi um dos dons temporários que servia para autenticar o evangelho, e quando consumado, o mesmo foi retirado.
 
Vejamos algumas considerações:
As Escrituras indicam que as línguas cessariam;
Alguns estudiosos discordam da posição que tomamos, no entanto, quando lemos I Coríntios 13.8,9., vemos que não só o Dom de línguas, mas outros dons cessariam. Em outras palavras, os dons desaparecerão quando o conhecimento do plano de Deus se tornar completo.
 
Mas isso é possível? Sim, é.
Na revelação progressiva de Deus ao homem, notamos que algumas coisas comuns e válidas no Velho Testamento, não tem mais sentido para os nossos dias.
 
A exemplo da própria atuação do Espírito Santo na história da revelação.
 
O silêncio de todas as outras epístolas sobre o assunto das línguas indica a natureza temporária do dom.
 
Observamos que o dom de línguas não é encontrado nas listas dos dons encontradas em Romanos 12.6-8 e nem em Efésios 4.11.
 
Também o Dom não é referido:
• Nas Epístolas de Paulo;
• Nas Epístolas Pastorais: I e II Timóteo e Tito;
• Na Carta aos Hebreus;
• Nas Epístolas Gerais: Tiago, I e II Pedro, I,II, III João e Judas;
• Nunca mencionado em Apocalipse.
 
A natureza das línguas como um dom-sinal indica que as línguas cessariam
A prova é que em I Coríntios 14.22, lemos: “de modo que as línguas são um sinal” .

Um sinal para que? Para validar o evangelho durante os dias transitórios da era apostólica enquanto o Novo Testamento estivesse sendo concluído.
 
Logo, quando a autenticação foi concluída, o dom-sinal cessou.
 
Na realidade os dons miraculosos não são necessários para a perfeição dos salvos,  nem para a obra do ministério, nem para edificação do corpo de Cristo.
 
Refiro-me aos dons miraculosos. Outros dons existem que são extremamente necessários no corpo de Cristo, a igreja.
 
A história da Igreja Cristã Primitiva indica que as línguas cessariam.

Vejamos a posição de alguns teólogos mundialmente aceitos e que tem suas opiniões valorizadas:
Crisóstomo (347-407 d.C).

“Este lugar inteiro é muito obscuro: mais a obscuridade é produzida pela nossa ignorância dos fatos referidos e pela cessação, sendo tal como costumava ocorrer, mas agora não toma lugar por mais tempo”.
 
Augustinho
“nos tempos mais primitivos o Espírito Santo desceu sobre eles que criam: e eles falaram em línguas, que não tinham aprendido, quando o Espírito dava-lhes o Dom da palavra. Estes foram sinais adaptados ao tempo. Pois ai coube ser aquele sinal do Espirito Santo em todas as línguas, para mostrar o evangelho de Deus para extender-se a todas as línguas sobre toda a terra. Aquela coisa feita por um sinal, e ele passou”.
 
O PROBLEMA DAS LÍNGUAS NA IGREJA DE CORINTO
Observamos que Paulo não lidou com o Dom de línguas na igreja de Corinto, como se ele fosse uma vantagem espiritual, mas como um perigo e um problema.
 
Vejamos em detalhe I Coríntios 14:
O problema de colocar “as línguas” acima dos dons mais importantes (v 1,2).
Os crentes de Corinto estavam colocando “as línguas” acima do amor e proclamação do evangelho.
O problema do egocentrismo (v 3-5)
Os crentes de Corinto promoviam o egocentrismo, o farisaísmo e a divisão no meio da igreja.
O problema de não ser entendido (v 6-11)
Os crentes da Igreja em Corinto não estavam transmitindo corretamente a mensagem cristã.
 
Paulo usa três ilustrações para chamar a atenção para o erro que eles estavam cometendo:
• Instrumento de música dando um som deturpado(v7);
O que quer dizer que o falar em línguas é como um instrumento musical fora do tom e dado sons deturpados e indistintos.
• O sonido de uma corneta de guerra emitindo um som incerto (v 8,9);
O que quer dizer que o falar em línguas é como uma corneta de guerra com um som indefinido e sem sentido.
• A fala de um estrangeira que não pode ser entendida (v 10,11).

O que quer dizer que o falar em línguas é como um bárbaro que fala numa língua estranha.
 
O problema de buscar o dom de línguas (v 12-17).
Eles não tinham que buscar este Dom, mas sim, buscar as coisas que edificariam a Igreja.
 
O problema de exaltar as línguas sobre a proclamação do Evangelho (v 18,19).
Eles tinham o Dom de línguas como sendo superior ao anúncio das boas novas.
 
O problema da maturidade espiritual (v 20)
Eles eram imaturos e carnais. Isso quer dizer que o Dom de línguas não é avanço espiritual, ao contrário, é um sinal de falta de imaturidade espiritual.
 
O problema da natureza temporária das línguas (v 21,22)
As línguas eram um sinal para autenticar e confirmar o evangelho na era apostólica.
 
O problema de por em perigo a tarefa evangelística ( v. 23-25)
Eles no desejo de falar em línguas, tinham deixado o mais importante de lado, a evangelização dos perdidos.
 
O problema da regulamentação do dom tendo em vista o seu fim, ou cessação (v 26-40)
Paulo como um missionário diplomata e habilidoso, em vez de condenar o Dom, estabeleceu algumas regras que governariam até o tempo de cessação, até a fase final.
 
Vejamos as orientações paulinas:
• Deve estar edificando a igreja, v 26;
• Não mais que dois ou três estejam para falar em cada reunião, v 27;
• Apenas um tem de falar em cada vez, v 27;
• Deve haver alguém para interpretar, v 28;
• Os participantes precisam disciplinar, v 29-33;
• As mulheres são proibidas de falar em línguas, v 34,35;
• Os que falavam deviam guardar-se contra a arrogância, v 36,37;
• Não deviam discutir sobre o assunto, v 38
• Não deviam proibir que se falassem em línguas, v 39
• Tudo indica que o fato de Paulo não proibir o falar em línguas, estava ligado ao tempo apropriado, o que seria o período de tempo antes da cessação;
• A prova é que ele proibiu as mulheres que falassem, com certeza, ele teve motivo para proibir.
 
Conclusão
Como conclusão das lições até aqui apresentadas, podemos afirmar os seguintes:
• Os grandes homens de Deus na história da igreja cristã não falaram em línguas;
• A doutrina básica atrás da prática das “línguas estranhas” é errada: que doutrina é? A doutrina de que a evidência de que alguém é batizado com o Espírito Santo é o falar em línguas.
• Através da história do cristianismo “o falar em línguas” tem sido visto como uma heresia;
• Até onde sabemos, nenhum idioma tem sido falado pelo povo que diz falar em línguas;
• As línguas podem ser imitadas por demônios;
• Não existe evidência que o “falar em línguas” tenha sido difundido no meio da igreja cristã primitiva;
• As “línguas” falada nos grupos pentecostais e carismáticos não passam de sons inarticulados e desconexos, não podendo ser interpretado como o Dom de lín-guas;
• O “falar em línguas” vista nos grupos pentecostais e carismáticos não passa de expressões vagas, sons inarticulados e desconexos, não podendo ser conside-rado como “línguas estrangeiras”.

O DOM DE LÍNGUAS II - OS TEXTOS BÍBLICOS USADOS COMO FUNDAMENTO PARA O FALAR EM LÍNGUAS

Introdução
Após a introdução história sobre o movimento de línguas, veremos os textos usa-dos pelos pentecostais e “carismáticos”  como fundamento bíblico para o falar em línguas estranhas.
 
Quando estudamos o Novo Testamento, notamos que o mesmo se refere às lín-guas em vários lugares, no entanto, a experiência do falar em línguas acontece somente em três casos. Vejamos:
 
EM ATOS 2.1-11, NO DIA DE PENTECOSTES, EM JURUSALÉM
Encontramos aqui, o relato da descida do Espírito Santo sobre a Igreja Cristã pri-mitiva. Segundo o texto:
• Os discípulos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em línguas estrangeiras;
• O Dom de línguas dado aos discípulos  teve um propósito evangelístico(v11);
• O Dom de línguas se constituiu da habilidade dada pelo Espírito para falar nas línguas dos povos presentes em Jerusalém(veja vs 5,8-11);
• As línguas eram estrangeiras e não estranhas (Calcula-se que havia naquele dia em Jerusalém aproximadamente 16 idiomas representado, veja vs 8-11);
• Os discípulos foram capacitados para que falassem em línguas estrangeiras, línguas inteligíveis( os vocábulos gregos que aparecem no verso 4 e 11 para línguas é glossa, que quer dizer língua idiomática e o vocábulo grego que aparece no verso 8 para língua é dialektos, que significa idioma).
 
Em Atos 2.8, lemos: “como é, pois, que os ouvimos falar cada um na própria língua em que nascemos?” .
 
Não resta dúvida os discípulos do dia de Pentecostes falaram línguas estrangeiras tendo como base os seguintes:
• Para confirmar a promessa da vinda do Espírito Santo que estavam registradas em Isaías 44.3; Ezequiel 11.19 e 36.27; Joel 2.28,29; Za-carias 12.10; João 7.38,39.
• Para marcar o início da obra missionária a ser realizada através do Israel espiritual que é a Igreja de Jesus Cristo.
 
A experiência relatada em Atos 2.1-13 são marcos históricos, não sendo obrigado a sua repetição para confirmar a ação de Deus na vida do homem. Você já pensou se toda vez que alguém fosse se converter, Jesus Cristo tivesse que vir a terra novamente para ser crucificado?
 
É  claro que mediante a aceitação do sacrifício de Cristo na cruz é que obtemos a salvação, pela fé. No entanto, não precisamos exigir que Cristo morra novamente. O sacrifício feito por Jesus Cristo, a quase dois mil anos tem a sua plena validade para qualquer pessoa hoje.

Assim é a vinda do Espírito Santo ao mundo. Não é necessário que aconteça os mesmos fenômenos que aconteceram em Atos 2.1-47., para que creiamos na ação do Espírito Santo em nossos dias.
 
E uma coisa é certa: os judeus estão errados pois ainda esperam o Messias. E os pentecostais e os “carismáticos” estão errados e dando lugar as artimanhas de Satanás, pois ainda estão esperando para cada indivíduo a vinda ou a Segunda vinda do Espírito Santo.
 
Os acontecimentos registrados em Atos 2.1-13; em Atos 10.44-46 e Atos 19.1-6., não são obrigados a se repetirem na sua inteireza, pois são fatos históricos únicos que marcam etapas da revelação de Deus através da história da humanidade.
 
Em especial, o texto de Atos 2.1-13, é um marco histórico para os cristãos judeus que viram Deus confirmando as suas promessas registradas nas Escrituras hebrai-cas e nas próprias palavras de Jesus Cristo quando em seu ministério.
 
Concluímos aqui os seguintes:
• O falar em línguas no dia de Pentecostes era um sinal de que Deus havia con-firmado a sua promessa e que ali dava-se inicio a obra missionária(veja vs 16-20,21);
• A experiência que os discípulos tiveram no Dia de Pentecostes foi única, por-tanto histórica tanto para o povo judeu como para a Igreja Cristã.
• A experiência do falar em línguas estrangeiras foi dada somente aos discípulos, que eram judeus.
 
EM  ATOS 10.44-46, EM CESARÉIA
O texto narra sobre a manifestação do Espírito Santo que se deu através do Dom de Línguas dado a um grupo de pessoas que estavam com Cornélio.
 
O episódio é conhecido como “o pentecoste dos gentios”, por causa da grande semelhança com aquele que tinha acontecido em Jerusalém.
 
O acontecimento narrado no texto confirma a inclusão dos gentios na Igreja sem conversão ao judaísmo, como pensavam alguns que “era da circuncisão” (v45).
 
É  bom que se diga que a repetição em substância do que aconteceu na casa de Cornélio, revela a importância que a admissão dos gentios à plena comunhão tinha tanto para Lucas como para a Igreja Cristã primitiva.
 
O ponto relevante aqui não é o falar em línguas,  mas o fato de Deus também operar também no meio do povo gentil, no meio do povo que não pertencia ao povo Judeu.
 
Repetimos, o ponto relevante no texto não é o falar em línguas como querem os pentecostais e os “carismáticos” , mas a importância se encontra no fato de Deus também demonstrar também aos cristãos judeus que estava também operando no meio do povo gentil (veja vs 45,46).

A leitura do capítulo 11 de Atos justifica completamente a necessidade de aconte-cer em Cesaréia o que aconteceu, pois os gentios ou “incircuncisos”, conforme v3, não eram aceitos pelos cristãos judeus, por questões raciais. O argumento de Pedro (veja Atos 10.47 e 11.17) confirma que a maneira da manifestação do Espí-rito Santo, entre os cristãos gentios em Cesaréia ser parecida com a manifestação do Espírito Santo, entre os judeus, no dia de Pentecostes, ajudou na aceitação dos cristãos gentios por parte dos cristãos judeus, basta olhar Atos 11.18 para confir-mar tal coisa.
 
Com certeza o texto de Atos 10.44-46, é um episódio que marca a presença do Espírito Santos entre os gentios. Deixando claro que o evangelho não era algo exclusivo dos judeus.
 
Outro detalhe interessante que vemos no verso 46 é que o falar em línguas em Cesaréia foi identificado. Diz assim o texto: “porque os ouviam falar línguas e magnificar a Deus” . A expressão indica que havia um certo entendimento e uma razão que justificava o fenômeno.
 
As línguas faladas na casa de Cornélio foram um sinal para os infiéis (militares do exército romano, que eram convocados de todo o mundo, onde o império domina-va); foi também um sinal para a igreja judaica que ali estava representada.
 
Na realidade a casa de Cornélio estava cheia de gentios de várias procedências; Deus falou-lhes em suas próprias línguas. Por essa razão ocorreu novamente o fenômeno de serem faladas “outras línguas”.
 
EM ATOS 19.1-6, EM ÉFESO
O texto narra sobre a manifestação do Espírito Santo sobre alguns discípulos de João, o Batista. O episódio se constituem no cumprimento da profecia de Jesus Cristo no que diz  respeito al alcance do Evangelho até aos confins da terra(At 1.8).
 
Os pentecostais usam o texto para afirmar que é necessário que aconteça após o batismo nas águas, o batismo com Espírito Santo, sendo o sinal do batismo, “o falar em línguas”. Mas na realidade não é isso que o texto quer dizer, senão vejamos:
 
• De fato os discípulos encontrados não conheciam o Evangelho que fora prega-do pelos apóstolos. Eles só tinham o conhecimento da mensagem de João, o Batista (v1,4);
• De fato os discípulos encontrados conheciam apenas o ensino e o batismo de João, para o arrependimento dos pecados, e guardavam a vinda do Messias (At 18.24-28) . A expressão “...batismo de João...” que aparece em Atos 18.25 e Atos 19.3,4., indica:
• Que Apolo, um do grupo de discípulos de João, o batista, sabia que Jesus fora batizado por João, e, nessa base, proclamava Jesus como o Cristo, o Messias judaico. No entanto desconhecia inteiramente qualquer coisa sobre a mensagem messiânica mais comple-
ta, bem como sobre a perfeita e verdadeira natureza da pessoa de Cristo;
• Que o batismo que era administrado por João, o batista, bem como o seu sistema religioso, simbolizado por seu rito do batismo, era um chamamento
• ao arrependimento e ao reconhecimento de Jesus como o Messias prometido;
• Que na verdade, nem Apolo,  nem os seus companheiros conheci-am ainda o batismo cristão, ou seja o sistema de fé que fora de-senvolvido para formar o sistema cristão, formulado pelos apóstolos.
• De fato os discípulos encontrados não tinham nenhum conhecimento sobre o Espírito Santo, pois não tinham recebido quando creram(v2);
O texto deixa transparecer que Paulo acreditava que o pecador redimido recebe o Espírito Santo quando crê em Jesus Cristo (analise a expressão: “...recebestes vós o Espírito Santo quando crestes? ...”
• De fato os discípulos tinham submetido ao batismo que não era igual ao ba-tismo da Igreja Cristã primitiva, pois:
• O batismo de João era um rito preparativo (de preparação), con-firmando arrependimento(Lc 3.8) e prontidão para a vinda do Messias;
• O batismo cristão, ao contrário do batismo de João,  é uma afirmação histórica e redentora de Cristo;
• O batismo cristão inclui arrependimento, mas também fala pro-fundamente da união do cristão com Cristo, em sua morte e res-surreição, algo que o batismo aplicado por João não antecipara.
 
E aqui cabe uma observação: seria uma contradição e uma mentira, dizer que ba-tizamos uma pessoa em nome “do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, enquanto que se espera ainda o batismo com Espírito Santo.
 
Quanto ao falar em línguas após a imposição de mãos, entendemos que:
• As línguas faladas tiveram como objetivo a evangelização, assim com nos dois casos já citados(v6);
• As línguas faladas eram uma confirmação da validade da experiência mística, o batismo do Espírito Santo.
• O batismo cristão, ao contrário do batismo de João,  é uma afirmação histórica e redentora de Cristo;
• O batismo cristão inclui arrependimento, mas também fala profundamente da união do cristão com Cristo, em sua morte e ressurreição, algo que o batismo aplicado por João não antecipara.
 
E aqui cabe uma observação: seria uma contradição e uma mentira, dizer que batizamos uma pessoa em nome “do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, enquanto que se espera ainda o batismo com Espírito Santo.
 
Quanto ao falar em línguas após a imposição de mãos, entendemos que:
• As línguas faladas tiveram como objetivo a evangelização, assim com nos dois casos já citados(v6);
• As línguas faladas eram uma confirmação da validade da experiência mística, o batismo do Espírito Santo.
 

Conclusão
Após os três casos mencionados, o assunto só volta a ser mencionado na problemática corintiana, muitos anos depois.
 
Com um estudo profundo dos textos aqui mencionados e normalmente usados pelos pentecostais e “carismáticos”, chegamos a conclusão que o que realmente falta no meio pentecostal e “carismático” é uma melhor compreensão dos textos.
 
Usar um dos textos para forçar a prática comum da variedade de línguas e querer que todos os crentes tenham o mesmo Dom é ignorar a variedade de dons que são extremamente necessários na igreja local.
 
Todos os textos mencionados são bíblicos-históricos e não podem ser tidos como base doutrinária, pois se todo o que acontece no livro de Atos fosse necessário acontecer na igreja, teríamos que aceitar sem reclamar a maneira de viver dos convertidos (At 2.45) e o caso de Ananias e Safira(At 5.1-11).
 
Ou melhor, os irmãos que possuem bens materiais deveriam vender seus bens e entregar aos que passam necessidade, sem contar que em cada igreja teria que ter um cemitério encostado, sendo necessário a existência de mais um oficial, o coveiro.