sexta-feira, 31 de outubro de 2014

OS LIVROS APÓCRIFOS DO VELHO TESTAMENTO


O âmbito mais crucial de desacordo a respeito do cânon do Antigo Testamento entre os cristãos é o debate sobre os chamados livros apócrifos.´
 
Em suma: esses livros são aceitos pelos católicos romanos como canônicos e rejeitados por protestantes e judeus.
 
Classificação dos livros no processo de canonização tanto no Velho como no Novo Testamento.

Os termos são aplicados tanto no Velho como no Novo Testamento.
 
O termo “apócrifo”  era u termo técnico antes do concílio de Trento,  não se constituindo o mesmo uma afronta a decisão tomada pelos católicos romanos, por optarem pela aceitação dos referidos livros como canônicos na categoria de “deuterocanônico”.
 
A definição do termo “apócrifos”
Na realidade, os sentidos da palavra apocrypha refletem o problema que se manifesta nas duas concepções de sua canonicidade.
 
No grego clássico, a palavra apocrypha significava “oculto” ou “difícil de entender”. Posteriormente, tomou o sentido de esotérico, ou algo que só os iniciados podem entender, não os de fora.
 
A Quantidade de livros apócrifos
Há quinze livros chamados apócrifos (catorze se a Epístola de Jeremias se unir a Baruque, como ocorre nas versões católicas de Douai).
 
Com exceção de II Esdras, esses livros preenchem a lacuna existente entre Malaquias e Mateus e compreendem especificamente dois ou três séculos antes de Cristo.
 
Veja a relação dos livros apócrifos antes de ser condensados ou aceitos como apêndice em outros livros.

Gênero Nome original - Versão padrão e Data Onde se encontra na versão atual.

Didático 
1. Sabedoria de Salomão – 30 aC  - Sabedoria (Livro)
2. Eclesiástico (Siraque) – 132 aC  - Eclesiástico (Livro)
 
Religioso
3. Tobias – 200 aC - Tobias (Livro)
 
Romance 
4. Judite – 150 aC - Judite (Livro)
 
Histórico
5. I Esdras – 150 –100 aC - Não foi aceito como canônico em Trento
6. I Macabeus – 110 aC I -  Macabeus (Livro)
7. II Macabeus – 110 – 70 aC - II Macabeus (Livro)
 
Profético
8. Baruque – 150 – 50 aC - Baruque 1 – 5 (Livro)
9. Epistola de Jeremias – 300 – 100 aC - Baruque 6 (Apêndice)
10. II Esdras 100 dC - Não foi aceito como canônico em Trento
 
Lendário
11. Adições de Ester – 140 – 110 aC - A , 1-17;  B, 1-15; C, 1-30; D, 1-15; E, 1-24; 9.19a; F, 1-11. (Apêndices)
12. Oração de Azarias – Séculos I ou II aC - Daniel 3.24-90
13. Susana – Século I ou II aC - Daniel 13 (Apêndices)
14. Bel e o Dragão – 100 aC - Daniel 14 (Apêndices)
15. Oração de Manassés – Século I ou II aC - Não foi aceito como canônico em Trento
  
Observe que no Concílio de Trento (1546) dos 14 ou 15 livros tidos tecnicamente como apócrifos, apenas 12 foram aceitos como canônicos, 03 foram rejeitados(I, II Esdras e Oração de Manassés), sendo que, 07 foram tidos como livros fechados(Tobias, Judite, I e II Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico,  Baruque) e 05 (Epistola de Jeremias, Adições de Ester, Oração de Azarias, Susana, Bel e o Dragão) foram apensos em outros livros canônicos.
 
Argumentos em favor da aceitação dos apócrifos do Antigo Testamento
Os livros apócrifos do Antigo Testamento tem recebido diferentes graus de aceitação pelos cristãos.
 
A maior parte dos protestantes e dos judeus aceita que tenham valor religiosos e mesmo histórico, sem terem, contudo, autoridade canônica.
 
Os católicos romanos desde o Concílio de Trento tem aceito esses livros como canônicos. Mais recentemente, os católicos romanos tem defendido a idéia de uma deuterocanonicidade.
 
As argumentações a favor da aceitação dos livros apócrifos são as seguintes:
Alusões no Novo Testamento
O Novo Testamento reflete o pensamento e registra alguns acontecimentos dos apócrifos. Por exemplo, o livro de Hebreus fala de mulheres que receberam seus mortos pela ressurreição (Hb 11.35) e faz referência a II Macabeus 7 e 12.
 
Emprego que o Novo Testamento faz a versão dos Septuaginta
A tradução grega do Antigo Testamento hebraico, em Alexandria, é conhecida como Septuaginta (LXX). É a versão mais citada pelos autores do Novo Testamento e pelos cristãos primitivos. A LXX continha os livros apócrifos.
 
Os mais antigos manuscritos da Bíblia
Os mais antigos manuscritos gregos da Bíblia contêm os livros apócrifos inseridos entre os livros do Antigo Testamento.
 
A arte cristã primitiva
Alguns dos registros mais antigos da arte cristã refletem o uso dos apócrifos.
 
Os primeiros pais da igreja
Alguns dos mais antigos pais da igreja, de modo particular os do Ocidente, aceitaram e usaram os livros apócrifos em seu ensino e pregação.
 
A influência de Agostinho
Agostinho (354-430) elevou a tradição ocidental mais aberta, a respeito dos livros apócrifos, ao seu apogeu, ao atribuir-lhes categoria canônica. Ele influenciou os concílios da igreja, em Hipo (393 dC) e em Cartago (397 dC.), que relacionaram os apócrifos como canônicos. A partir de então, a igreja ocidental passou a usar os apócrifos em público.
 
O Concílio de Trento
Em 1546, o concílio católico romano do pós-Reforma, realizado em Trento, proclamou os livros apócrifos como canônicos, declarando o seguinte:
 
“O sínodo (...) recebe e venera (...) todos os livros, tanto do Antigo Testamento como do Novo (incluindo-se os apócrifos) – entendendo que um único Deus é o Autor de ambos os testamentos (...) como se houvessem sido ditados pela boca do próprio Cristo, ou pelo Espírito Santo (...) se alguém não receber tais livros como sagrados e canônicos, em todas as suas partes, da forma em que tem sido usados e lidos na Igreja Católica (...) seja anátema”.
 
Desde esse concílio de Trento, os livros apócrifos foram considerados canônicos detentores de autoridade espiritual para a Igreja Católica Romana.
 
Uso não-católico
As Bíblias protestantes desde a Reforma com freqüência continham os livros apócrifos. Na verdade, nas igrejas anglicanas os apócrifos são lidos regularmente nos cultos públicos, ao lado dos demais livros do Antigo Testamento e do Novo Testamento. Os apócrifos são também usados pelas igrejas de tradição ortodoxa oriental.
 
A comunidade do mar Morto
Os livros apócrifos foram encontrados  entre os rolos da comunidade de mar Morto, em Qumram. Alguns haviam sido escrito em hebraico, o que seria indício de terem sido usados por judeus palestinos antes da época de Jesus.
 
As argumentações contrárias a aceitação dos livros apócrifos são as seguintes:
Os oponentes dos livros apócrifos tem apresentado muitas razões para excluí-los do rol de livros canônicos.
 
A comunidade judaica jamais aceitou os livros apócrifos como canônicos;
Os livros apócrifos não foram aceitos por Jesus, nem pelos autores do Novo Testamento;
A maior parte dos primeiros pais da igreja rejeitou a canonicidade dos livros apócrifos;
Jerônimo, o grande especialista bíblico a tradutor da Vulgata, rejeitou fortemente os livros apócrifos;
Muitos estudiosos católicos romanos, ainda ao longo da Reforma rejeitaram os livros apócrifos;
Nenhuma igreja ortodoxa grega, anglicana ou protestante, até a presente data, reconheceu os apócrifos como inspirados e canônicos, no sentido integral dessas palavras.

 

sábado, 23 de agosto de 2014

SOTERIOLOGIA - DOUTRINA DA SALVAÇÃO: OS CONCEITOS BÁSICOS DA DOUTRINA DA SALVAÇÃO

 
Por Francisco Fernandes
 
Introdução
Os conceitos trabalhados no presente texto tem como objetivos esclarecer temas centrais da Soteriologia, isto é a Doutrina da Salvação.
 
Cada vez mais escuto pregadores protestantes e evangélicos em seus sermões tratarem a Doutrina da Salvação conforme os moldes da Igreja Católica Apostostólica Romana, imbutindo de maneira sutil a salvação pela obras ou por méritos.
 
Ouvir uma padre ou orador Católico pregar a salvação por méritos é algo comum e aceitável pois afinal isso faz parte da doutrina Católica, mas ouvir de um pastor, evangelista, ou cristão protestante e/ou evangélico atribuir a salvação méritos humanos é desconsiderar toda a Doutrina da Salvação pregada pelos Pais da Igreja e posteriormente pelos Reformadores.
 
Daí a necessidade de uma explicação mais profunda e abrangente de alguns termos normalmente usados na ação salvadora que tem origem em Deus.
 
CONVERSÃO
Vocábulos do Velho Testamento - Hebraico
Nacham, que serve para expressar um profundo sentimento, ou tristeza.

Shubh, palavra mais comum para conversão, significa volver, voltar-se, virar e retornar.
 
Vocábulos do Novo Testamento - Grego
Metanoia, palavra mais comum para conversão no Novo Testamento, e também é o mais fundamental dos termos empregados.

Epistrophe, a Segunda palavra em importância depois de Metanoia. A palavra indica o ato final da conversão.
 
Conversão é o ato do pecador abandonar o pecado, para seguir a Jesus Cristo. A Conversão inclui arrependimento e fé; isto é, inclui o ato de abandonar o pecado e de seguir a Jesus Cristo, aceitando-o como salvador.
 
A conversão é resultado da liberdade do homem. É um ato praticado pelo próprio homem.

Na conversão o homem escolhe uma vida nova em resposta aos apelos que lhe são feitos pelo evangelho.
 
A conversão pode e deve repetir-se todas as vezes em que o homem pecar e afastar-se de Deus, porque ela consiste no ato de abandonar o pecado e aproximar-se de Deus(Lc 22.31,32; Jo 3.10).
 
REGENERAÇÃO
Vocábulos gregos que expressam regeneração.

Palingenesia,  que quer dizer: gerar, gerar de novo, dar a luz, dar nascimento.

Apokyeo, quer dizer: dar à luz, gerar, produzir.

Syzoopoieo, quer dizer: dar a vida com, vivificar com.
 
Regeneração é o ato inicial da salvação, em que Deus faz nascer de novo o pecador perdido, dele fazendo uma nova criatura em Cristo.
 
A regeneração é obra do Espírito Santo, em que o pecador recebe o perdão, a justificação, a adoção como Filho de Deus, a vida eterna e o Dom do Espírito Santo.
 
Na regeneração somos batizados no Espírito Santo, sendo por ele selado para o dia da redenção final, e é liberto do castigo eterno dos seus pecados.
 
Na obra da regeneração o homem é passivo, não havendo lugar para a cooperação do homem.
A regeneração é um ato instantâneo, que se dá uma só vez na vida.
 
A regeneração não é um processo. A preparação para a regeneração pode ser um processo.

Como a nascimento, a regeneração é um ato instantâneo, que se verifica uma só vez na vida da pessoa.
 
Uma definição completa:
Regeneração é uma mudança radical, operada pelo Espírito Santo na alma do homem, por intermédio da verdade evangélica, mudança pela qual se transforma completamente a disposição moral do homem, que se restaura de novo, na semelhança de Deus e se une a Jesus Cristo, a quem aceita como seu bendito e eterno Salvador.
 
NOVO NASCIMENTO
O novo nascimento é praticamente o mesmo que regeneração.
 
É o princípio da nova vida espiritual que Deus dá a quem,  até sua conversão, estava “morto nos delitos e pecados”, ou seja, espiritualmente morto para Deus, e que agora começa a “viver”, ou “passa da morte para a vida” (I Jo3.14).
 
Note-se bem: a conversão é o ato voluntário do homem; o Novo Nascimento é obra exclusiva de Deus, que não deixa de operá-la no momento em que o homem se converte.
 
Importante: para que aconteça a regeneração é necessário que o homem se converta, ou melhor, se arrependa de seus pecados e ponha sua fé em Jesus Cristo.
 
DIFERENÇA ENTRE OS VOCÁBULOS: REGENERAÇÃO E NOVO NASCIMENTO
Encontramos uma sutil diferença entre ao dois termos, a saber:
Regeneração é a geração, a produção da nova vida; o princípio da nova vida na alma.

Novo nascimento é o dar a luz, o nascimento; o princípio da nova vida na alma que se põe a afirmar-se em ação.
 
JUSTIFICAÇÃO
Vocábulo no Velho Testamento – Hebraico.

Hitsdik, que, na grande maioria dos casos, significa “declarar judicialmente que o estado de uma pessoa está em harmonia com as exigências da lei”.
 
Vocábulo no Novo Testamento – Grego
Dikaioo, verbo que em geral, se refere a “declarar que uma pessoa é justa”.
 
A justificação ocorre simultaneamente com a regeneração. É o ato pelo qual Deus, considerando os méritos do sacrifício de Cristo, absolve, no perdão, o homem de seus pecados e o declara justo, capacitando-o para uma vida de retidão diante de Deus e de correção diante dos homens.
 
É ainda o ato de Deus, em que ele declara o pecador regenerado; não somente livre da condenação, mas também restaurado à graça divina.
 
A base da justificação se encontra em Cristo e não no homem.
 
A condição para a justificação é a fé em Jesus Cristo. O homem é justificado pela fé, sem as obras da lei.
 
A justificação dá-se uma só vez na vida do crente, e isto logo no começo da vida cristã. Deus nos justifica na mesma hora em que nos regenera o Espírito Santo.
 
A justificação garante ao homem o direito de entrar livremente e desembaraçadamente na presença de Deus.
 
A justificação remove a culpa do pecado e restaura o pecador a todos os direitos filiais envolvidos em seu estado de filho de Deus, incluindo uma herança eterna.
 
A justificação dá-se fora do pecador, no tribunal de Deus, e não muda  a sua vida interior, embora a sentença lhe seja dada a conhecer na vida interna do homem.
 
SANTIFICAÇÃO
Vocábulo no Velho Testamento – hebraico.
Qadash, verbo, o vocábulo provavelmente quer dizer brilhar.

Vocábulo no Novo Testamento – Grego
Hagiazo, expressa primariamente a idéia de separação.
 
O termo é empregado de várias formas, como por exemplo: no sentido moral, com referência a pessoas ou coisas; ocasionalmente, num sentido ritual; empregado para denotar a operação de Deus pela qual, ele, especialmente por intermédio do seu Espírito, produz no homem a qualidade subjeti-va da santidade.
 
Hieros, descreve uma pessoa ou coisa como livre de profanação ou de iniquidade, ou mais ativamente, como cumprindo religiosamente toda a obrigação moral.

Hagnos, a idéia fundamental da palavra é a de liberdade da impureza e corrupção, num sentido ético.
Hagios, expressa adquirir uma significação ética.
 
Santificação é o processo que, principiando na regeneração leva o homem à realização dos propósitos de Deus para sua vida e o habilita a progredir em busca da perfeição moral e espiritual de Jesus Cristo, mediante a presença e o poder do Espírito Santo que nele habita.
 
A santificação ocorre na medida da dedicação do crente e se manifesta através de um caráter marcado pela presença e pelo fruto do Espírito, bem como por uma vida de testemunho fiel e serviço consagrado a Deus e ao próximo.
 
A santificação é o cultivo da vida espiritual para que a pessoa se aproxime mais da perfeição que há em Deus.
 
A regeneração torna a árvore boa, a santificação torna o fruto bom.
 
Na justificação, Deus justifica o injusto; mas na santificação, ele faz o injusto justo, e o ímpio santo.
Santificação é um processo pelo qual o crente se torna realmente santo e justo.
 
Na santificação, o crente alcança o alvo que Deus tinha em vista quando o regenerou.
 
A salvação como dádiva chama-se regeneração, mas como tarefa chama-se santificação. Não devemos no entanto, pensar que o homem pode santificar-se a si próprio. Ele não pode santificar, do mesmo modo que não se pode regenerar. Deus regenera e Deus santifica. Mas na santificação o homem não é tão passivo como na regeneração. Na santificação o crente precisa esforçar-se para progredir em santificação(Ef 6.10-28; II Co 10.5; Fil 2.12; I Pe 2.2).
 
O processo da santificação consiste numa luta sem tréguas entre as duas forças, mas a vitória final é certa.
 
A santificação é o processo de cristianizar o crente, e por isso mesmo é que ela é gradual.
 
A regeneração está para a santificação assim como o nascimento está para o crescimento. O crente, espiritualmente falando, pode nascer e continuar a ser criança.
 
A santificação consiste em duas partes:
A mortificação do velho homem, o corpo do pecado(Rm 6.6; Gl 5.24).

A vivificação do novo homem, criado em Cristo Jesus para as boas obras. Aqui a velha estrutura do  pecado vai sendo posta abaixo aos poucos, e uma nova estrutura  é erguida  em seu lugar. Esta faceta  positiva da santificação é chamada de ressurreição com Cristo(Rm 6.4,5; Cl 2.12; 3.1,2). A nova vida à qual ela conduz é chamada viver para Deus(Rm 6.11; Gl  2.19).
 
O processo de santificação é longo, e jamais alcança a perfeição nesta vida.

Ao que parece, a santificação do crente deve completar-se no exato momento da morte, ou imediatamente após a morte, no que se refere à alma, e na ressurreição, quanto ao concernente ao corpo.
 
RELAÇÃO DA SANTIFICAÇÃO COM OUTROS TERMOS DA ORDO SALUTIS (OBRA DE REDENÇÃO)
Santificação e Regeneração
Há aqui diferença e semelhança.
 
A regeneração é completada de uma vez, pois o homem não pode ser mais ou menos regenerado; está vivo ou morto espiritualmente.
 
A santificação é um processo que produz mudanças graduais, de sorte que é possível distinguir diferentes graus da santidade resultante. Daí, somos admoestados a aperfeiçoar a santidade, no temor do Senhor, II Co 7.1.
 
A regeneração é o princípio da santificação. A obra de renovação, iniciada naquela, tem prosseguimento nesta (Fp 1.6).
 
Santificação e Justificação
Na aliança da graça a justificação precede à santificação e lhe é básica. A justificação é a base judicial da santificação.
 
A justificação, como tal, não efetua mudança em nosso interior e, portanto, necessita da santificação como seu complemento. Não basta que o pecador tenha a posição de justo diante de Deus; é preciso também que ele seja santo em sua vida interior.
 
A justificação é o perdão do pecador pelo qual Deus declara justo o pecador. A santificação é a santificação do pecador, pela qual Deus declara “santo” o pecador.
 
Santificação e Fé
A fé é a causa mediata ou instrumental da santificação, como também da justificação. Não merece a santificação, como tampouco a justificação, mas nos une a Cristo e nos mantém em contato com aquele que é o cabeça da nova humanidade, a fonte da nova vida em nós, e também da nossa progressiva santificação, através da operação do Espírito Santo.
 
SANTIFICAÇÃO X IMPECABILIDADE
Alguns pregam a impecabilidade(Gnosticismo, neo-gnosticismo ou melhor, movimento do “novo nascimento” e seitas ligadas as Nova Era), mas tal doutrina não tem sustentação bíblica e prática.
 
A Bíblia nos dá explícita e mui definida segurança de que não existe ninguém na terra que não peque, I Rs 8.46; Pv 20.9; Ec 7.20; Rm 3.10; Tg 3.2; I Jo 1.8.
 
Segundo a Bíblia existe uma guerra constante entre a carne e o Espírito nas vidas dos filhos de Deus, e mesmo os melhores deles ainda estão lutando por perfeição, em sua existência terrena(Rm 7.7-26), passagem que certamente se refere a ele em seu estado regenerado. Em Gl 5.16-24 ele fala dessa mesma luta como sendo uma luta que caracteriza todos os filhos de Deus. Em  Fl 3.10-14 ele fala  de si próprio, praticamente no final de sua carreira, como alguém que ainda não alcançara a perfeição, prosseguindo avante para a meta.
 
Exigem-se continuamente a confissão de pecados e a oração pelo perdão. Jesus ensinou todos os seus discípulos, sem exceção nenhuma, a orar pelo perdão de pecados e pela libertação da tentação e do maligno(Mt 6.12,13). Além disso, os santos da Bíblia são constantemente descritos confessando os seus pecados (Jó 9.3; 20; Sl 32.5; 130.3; 143.2; Pv 20.9; Is 64.6; Dn 9.16; Rm 7.14).
 
Diante o que foi mencionado na definição sobre santificação, chegamos a conclusão de que nesta vida o crente jamais chegará a ficar completamente liberto do pecado.
 
No entanto, em Filipenses 3.4-14, Paulo deixa transparecer uma esperança. A esperança de chegar ao ponto, na sua vida, de ficar completamente liberto do pecado; a esperança de chegar aquele dia quando o crente não pecará mais.
 
Enquanto aqui na terra, o crente comete pecados, e até muitos. A vitória completa não se alcança aqui neste mundo. Desde o nascimento até a morte o crente tem que lutar, ora alcançando vitórias, ora sofrendo derrotas, mas o processo da santificação torna-se cada vez mais forte, e o pecado mais fraco.
Diante desses fatos, perguntamos: quando se libertará o crente, completamente do pecado?
 
Como já vimos não será nesta vida aquém da morte física. Mas certamente essa vitória gloriosa se realizará na vida do crente, e uma época chegará quando seremos isentos de todo e qualquer pecado.
 
O fim da santificação e da preservação tem que chegar em algum tempo; ou, pelo menos, há de chegar o crente a um estado em que estará livre do pecado.
 
Outras objeções a teoria da impecabilidade
A idéia tende a produzir naqueles que defendem um espírito de santificação própria e uma atitude farisaica para com os outros. Ficam julgando os outros.
 
Nunca é bom sinal para uma pessoa pensar que está livre do pecado. Quanto mais perto estamos de Deus, tanto menos aptos somos para pensar que estamos puros.
 
Normalmente quem defende a impecabilidade rebaixam o padrão de justiça. Por livres do pecado, tais pessoas entendem muitas vezes, livres de atos deliberados e conscientes de transgressão.
 
Perfeição: uma questão
E a perfeição? A Bíblia não diz que somos perfeitos?
Quando alguém vier discutir a perfeição, é bom saber primeiramente, o que entende por perfeição.
 
Qualquer pessoa poderia chegar um padrão de perfeição se a deixássemos rebaixá-lo suficientemente.
 
Qualquer pessoa poderia alcançar as estrelas se as pudesse aproximar da terra o suficiente.
 
O pecado não se extirpa completamente do coração do homem de uma só vez. Não se pode deixar de lamentar que os que defendem esse ponto de vista não vêem como deviam a natureza radical do pecado, e não compreendem a sua influência pertinaz sobre o homem.
 
Em I Co 2.6; Ef 4.13; Fil 3.15; Hb 5.14; 6.1, o vocábulo perfeito no grego indica um homem bem formado, bem desenvolvido e sincero.  Em alguns casos aparece a palavra “perfeito”, em outras “formado”.
 
Trataremos do assunto no próximo artigo “Refutando a idéia de perfeição e impecabilidade dos neo-gósticos, movimento do “novo nascimento”.
 
GLORIFICAÇÃO
A glorificação é o ponto culminante da obra da salvação. É o estado final, permanente, de felicidade dos que são redimidos pelo sangue de Cristo.
 
É o ato final do processo da salvação.

Em outra ocasião falaremos mais sobre a glorificação.
 
Conclusão
Diante do que foi apresentado, chegamos a conclusão de que a Salvação tem como origem e centro em Deus, através do sacrifício vicário de Cristo Jesus, cabendo ao ser humano apenas aceitá-la pela fé.
 
Todo cuidado é pouco para não atribuir ao homem o poder de salvação, portanto um estudo profundo desses conceitos são importantes para não corrermos o risco de passar para nossos ouvintes "meias verdades", pois as "meias-verdades" serão sempre "mentira".
 

sábado, 16 de agosto de 2014

UM RESUMO DAS VÁRIAS CORRENTES DE INTERPRETAÇÃO DO LIVRO DE APOCALISPE: A ESCATOLOGIA NA IGREJA PRIMITIVA

 
 

A doutrina do cristianismo sofreu variações pelo tempo.

Desde os tempos do Antigo Testamento, que o povo judeu ouvia dos profetas que haveria , em um futuro, ou um fim de todos os males, em que Deus castigaria os injustos. já no Novo Testamento, Jesus mesmo faz menção deste tempo (kairoi). Ou seja, haveria um (eschaton-kairos).

Diferenças na interpretação, tem se dividido entre os estudiosos. Isto se deu bem no tempo de Jesus Mt 16.1-4, de Paulo At 17.17,18.

Segundo Bultmann, Jesus esteve de acordo com os escribas de seu tempo, em observar a lei. Mt 19.16-22.

Desde o primeiro século dominou-se entre os apóstolos o desejo de entender o antigo testamento.

Em 130 d.C. Justino, o Mártir acreditava que Deus estaria a atrasar o fim do mundo porque desejava que o Cristianismo se tornasse uma religião mundial.

Contudo o método alegórico era praticado por Clemente de Alexandria, Orígenes e Santo Agostinho.
Já na escola de Antioquia, havia grupos que tentaram evitar o letrismo e a alegoria que havia em Alexandria.

Por volta do Século III a maioria dos professos cristãos acreditava que o fim dos tempos ocorreria depois de suas mortes.

Em 250 d.C. Cipriano, Bispo de Cartago, escreveu que os pecados dos cristãos eram um prelúdio e prova de que o fim dos tempos estava próximo.

Alguns, recorrendo às Tradições Judaicas, fixaram o fim das eras na Sexta Idade do Mundo.
Usando este sistema, o fim foi anunciado para 202 d.C., mas, quando esta data passou, foi fixada uma nova data.

Na época de Clóvis I, considerado o fundador da França e que se converteu ao catolicismo após ser entronizado como rei em 481 d.C., alguns escritores católicos haviam apresentado a ideia de que o ano 500 d.C marcaria o fim do mundo.

 Depois de 500 d.C., a importância e a expectativa da vinda do fim do mundo ou das eras como parte dos fundamentos do Cristianismo foi marginalizada e gradualmente abandonada.

Apesar disso, surgiu um temporário reavivamento dos temores relacionados com o fim dos tempos com a aproximação do milésimo ano do nascimento de Cristo.

Muitos acreditavam na iminência do fim do mundo ao se aproximar o ano 1000. Segundo consta, as atividades artísticas e culturais nos mosteiros da Europa praticamente cessaram.

Eric Russell observou no seu livro Astrology and Prediction: "'Em vista da proximidade do fim do mundo’ era uma expressão muito comum nos testamentos validados durante a segunda metade do Século X."

No seculo XII, surgiu Nicolau de Lyra que trouxe um significado importante do literal. Foi desta obra que Lutero se abrilhantou, e muitos creem que foi esta obra que influenciou-o a reforma (século XVI). Dai surgiu Calvino, e com ele surgiu grandes princípios para a interpretação moderna.

Foi dentro desta época que surgiram várias escolas especializadas em "escatologia", cada uma com suas interpretações:

APOCALIPSE
Primeira parte - Capítulos 1-19: Quatro visões

Escolas de interpretações:
Preterismo:
A realização, passando do primeiro século do texto literário. Aqui os fatos são reais.
 
Preterismo Parcial:
A maioria das profecias do Apocalipse cumpridas no primeiro século.
 
Explica os “mil anos” ou “milênio”, que se estende desde o primeiro século até a Segunda vinda de Cristo e o Juízo Final.
 
Preterismo completo:
Todas as profecias do Apocalipse cumpridas no primeiro século, incluindo a Segunda vinda e o Juízo Final.
 
Futurismo:
Futuro e, em alguns casos iminentes, cumprimento literal do texto em eventos reais.
 
Historicismo:
O texto é cumprido durante o período da história cristã. Ele é tomado como símbolo de acontecimentos reais, ao invés de literalmente considerá-los verdadeiros.
 
Idealismo:
Presente realização contínua de textos literários ou simbólicos eventos espirituais.
 
Segunda parte – Capítulo 20: Miênio e as Três visões
Comparação de ensinamentos milenares cristãos.
 
Pré-Milenismo:
É a Segunda vinda de Cristo antes de um período de mil anos, conhecido por alguns como m sábado de mil anos. É precedido por uma deterioração progressiva da sociedade humana, comportamento, e a expansão do mal através de um governo final ou reino.
 
Esta escola de pensamentos pode ser dividida em três interpretações principais: Dispensação, Tribulação Média/Arrebatamento Pré-Ira e Pré-milenismo ou ponto de vista Pós-Tribulação.
 
Pré-Milenismo dispensacional:
O arrebatamento da igreja ocorre pouco antes da tribulação de sete anos, quando Cristo voltar para os seus santos para encontrá-los no ar (ou no céu). Isto é seguido ela tribulação, o surgimento do anticristo para governar no mundo, o retorno de Cristo ao Monte das Oliveiras e Armagedom, resultando em um reino milenar do Messias sobre os judeus, centrado na nova Jerusalém.
 
Arrebatamento Pré-Ira:
O arrebatamento da igreja ocorre no meio do período de sete anos. A tribulação Média que mostra que o arrebatamento ocorre ao meio; o Arrebatamento Pré-Ira afirma que o arrebatamento ocorrerá em algum momento no meio da tribulação nos últimos 3,5 anos, mas antes da ira de Deus ser derramada sobre as nações.
 
Pré-Milenismo histórico ou Arrebatamento Pós-tribulacional:
O arrebatamento da igreja (o corpo de crentes) acontece após um período de grande tribulação, com a igreja sendo arrebatada para encontrar Cristo nos ares (céus) e indo acompanhada até a Terra para participar de sua regra (literal ou figurado) de mil anos.
 
Pós-Milenismo:
A Segunda vinda de Cristo é vista como ocorrendo após mil anos, o que muitos neste grau de pensamento acreditam ser iniciado com a igreja.
 
Esta opinião também é dividida em dois sub-graus de interpretação:
Revivalista pós-milenismo:
O milênio representa um período indeterminado de tempo marcado por uma recuperação gradual cristã, seguido do sucesso do evangelismo generalizado.
 
Após esses esforços, o retorno de Cristo é previsto.
 
Pós-Milenismo Reconstitucional:
a Igreja aumenta a sua influência através do evangelismo de sucesso e expansão, e finalmente, estabelece um reino teocrático de 1.000 anos de duração (literal ou figurado), seguido pelo retorno de Cristo.
 
Amilenismo:
Mil anos ou longo período entre a primeira e a segunda vinda de Cristo.

O reino milenar de Cristo, como retratado no livro do Apocalipse, é visto agora como Cristo reinando à direita do Pai.

O amilenismo, ou amilenianismo, na escatologia cristã, crê que o milênio de Apocalipse 20 deve ser interpretado simbolicamente.

Ao contrário do que a palavra deixa a entender, sendo ausência de milênio, o amilenismo crê num milênio, porém não da forma literal como os pré-tribulacionistas ou os pós-tribulacionistas.

O amilenismo clássico crê num milênio que iniciou-se com a primeira Vinda de Cristo, representando o período do Evangelho, que segue entre a Ressurreição de Cristo e a Segunda Vinda de Cristo.

Entende, assim, a primeira ressurreição de modo espiritual: se a segunda morte é a separação de Deus no lago de fogo, a primeira ressurreição é a união com Cristo até a ressurreição dos justos, para o juízo final.

Logo, espiritualmente, os mortos em Cristo já estariam participando do milênio no Paraíso, encontrados no Terceiro Céu.

Durante esse período, Satanás estaria preso de modo não total, ficando inerte, mas teria seu poder limitado com a morte e ressurreição de Cristo, de modo que não pode impedir o crescimento do Evangelho.

De modo geral, o Milênio, na visão amilenista, seria o período da Dispensação da Graça, onde os justos falecidos habitariam com Deus e Satanás teria seu poder limitado, culminando com a Volta de Cristo e com o Juízo Final e único, iniciando a Eternidade.

Pode ser difícil traçar uma linha fina entre Amilenismo, Pós-milenismo e Revivalismo.
 
O Amilenismo tende a acreditar que a sociedade, através da rebelião crescente, continue a se deteriorar, enquanto o Pós-Milenismo acredita que a Igreja irá influenciar o mundo produzindo mais justiça.
 

 

PALMAS PARA JESUS?... E JESUS PRECISA DE APLAUSOS?

 

Hoje é um costume bem comum na maioria das igrejas o "bater palmas para Jesus". Este costume pegou, não sei quem o inventou, mas pegou e hoje se bate palmas quase que interruptamente na grande maioria das igrejas.

Para o cristão evangélico e desacostumado e desavisado, ás vezes é uma tortura, mas este barulho a mais para muitos é bom, espontâneo e ensinado como sendo algo saudável.

Afirma-se que é um tipo de adoração, mas, na verdade, é uma novidade, algo que faz parte das inovações tantas que entraram nas igrejas, e muitas são confundidas com adoração, louvor e até práticas inerentes á salvação.
 
Como é que isso acontece? Mal o pregador ou o cantor abre a boca e já vem uma salva de palmas poluindo o recinto de culto como uma saraivada que transforma de repente o ambiente.

Estive recentemente numa igreja e logo o pregador pediu á igreja para bater palmas para Jesus antes de o pregador iniciar a sua prédica. O pregador, talvez sabendo que muita gente presente ali não concorda com esse costume, adiantou que as palmas não eram para o pregador, mas para Jesus.

Ai eu pensei em meus bostões? Será que ele perguntou para Jesus se ele gosta de palmas. Se fosse para um artista, com certeza essas palmas seriam muito bem recebidas com direito até os gritinhos histéricos.
 
É como alguém disse: “Eu não sei exatamente em que se transformou, ou foram transformadas, as igrejas. Penso num clube social-esportivo, num salão de festas, num partido político, num lugar onde se apresenta desfiles, calouros e afins”.

Mas é um fato, cada vez mais as igrejas se distanciam do seu projeto inicial e perdem a sua identidade como igreja e representante do reino de Deus aqui na terra.

Fico admirado como as pessoas gostam de "bater palmas para Jesus".

Fico pensando se algum pastor "quadrado" convidasse a igreja para adorar a Jesus, será que todos teriam prazer em adorar o Mestre? Adoração pressupõe humilhação, renúncia, choro, alegria espiritual, oração, louvores vindos do fundo da alma, contrição, arrependimento.

Tudo muito diferente de bater palmas e dar gritinhos como se estivesse em um show de algum artista renomado e midiático.

Na verdade, muitos pregadores estão sendo aplaudidos e ainda dizem que os aplausos são para Jesus.
 
Muitos são impostores que estão tentando ocupar o lugar daquele que merece a nossa adoração em espírito e em verdade. Aquele que verteu até a sua última gota de sangue para a salvação de nossas almas.
 
Pelo jeito, este costume pegou e hoje também já está nas igrejas tradicionais que geralmente são as últimas a "embarcar" nesta canoa furada.

Daqui a pouco, vão inventar mais coisas ou copiar mais costumes ultramodernos das chamadas igrejas neopentecostais.

O crente que gosta de adorar, e sente prazer e necessidade desta prática santa e maravilhosa, vai ter que literalmente entrar no quarto e ali, sozinho, adorar ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, pois cada vez mais os nossos cultos são semelhantes a shows com direito a todo tipo de parafernália tecnológica que já tomou conta das igrejas.

E haja "salva de palmas para Jesus!".

O pior é que tem pregadores usam de textos bíblicos, forçando uma interpretação aonde são quebradas todas as regras da Hermenêutica e Exegética para afirmar que esse costume de “bater palmas para Jesus” é uma prática bíblica.

Outra coisa que incomoda é o fato dos cristãos que lotam os templos e afirmam conhecer a Bíblia Sagrada aceitarem e participarem pacificamente dessas práticas sem reconhecer que elas são frutos do emocionalismo humano e que muitas das vezes nada tem haver com a ação divina.

É um fato: muitos cristãos esquecem que existe a verdadeira e a falsa adoração, vejamos textos bíblicos que falam da verdadeira adoração: Lv 10.3; Sl 29.2; 89.1, 7; 93.5; Ec 5.1; Hc 2.20; Jo 4.24.

Resumindo, quando a adoração sai daquilo que determinada a Palavra de Deus deve-se se fazer uma reflexão baseado em Habacuque capítulo 5, pois existe uma grande chance de algo estar errado, tornando-nos tolos diante do altar do Senhor.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

O PERIGO DA PRÁTICA DO OCULTO NA IGREJA

Textos: I Tm 4.1; II Co 11.14
 
Introdução
Vivemos dias difíceis e delicados quanto as questões bíblicas, doutrinárias e litúrgicas.
 
O sincretismo tem tomado conta de muitas igrejas.
 
Tem sido difícil definir e distinguir as práticas do cristianismo, das práticas do espiritismo.
 
Tem sido difícil diferenciar a prática cristã, das práticas religiosas orientais, ocultistas, alquimistas e xamanistas.
 
Aliás, poucos cristãos tem alguma informação sobre as práticas que acabei de mencionar.
Na verdade, existe no meio cristão um grande perigo. O perigo da prática do oculto dentro da igreja.
 
Hoje é normal ouvirmos sobre:
A prática da transformação de dentes normais em dentes de ouro;
A prática da cura através do anjo de luz;
A prática de métodos que devem ser usados nas orações;
A prática da recitação de palavras chaves para a obtenção de algo desejado;
A prática do uso da quarta dimensão;
A prática da teologia da prosperidade;
A prática da confissão positiva;
A prática da invocação do Espírito Santo e do próprio Jesus Cristo.
 
Todos nós certamente já ouvimos algo a respeito.
No entanto, poucos sabem da implicação e do envolvimento de tais práticas tão comemoradas no meio evangélico.
 
Pouca gente sabe que tais práticas estão com suas raízes nas religiões antigas e naturalistas; religiões orientais; xamanismo; alquimia; ocultismo; cientismo; espiritismo; feitiçaria; magia e idolatria.
 
Na realidade, reina em nosso meio, um alto grau de sentimentalismo, sem que a razão tenha a mínima influência.
 
O que é pior, a desinformação, ingenuidade e ignorância tem crescido a cada momento.
 
Com isso, temos sérias dificuldades.
Temos dificuldade para encarar a Bíblia, as doutrinas básicas do cristianismo e as práticas genuinamente cristãs.
 
Daí, nossa intenção de passar algumas informações básicas. Informações que servirão também de alerta para cada um que se encontra aqui e tem convivido com muita coisa que tenho mencionado.
 
Para tanto, usaremos como base os textos bíblicos que se encontram em I Tm 4.1; II Co 11.14.
 
Daí, concluímos: o perigo do semi-oculto e do oculto nas práticas atuais da igreja é uma realidade.
Infelizmente, alguns cristãos que experimentaram milagres genuínos freqüente-mente cedem à tentação de serem capazes de controlar a ocorrência e o aumento do poder de Deus por meio de métodos, princípios e leis.
 
E aqui surge a idéia de colocar Deus numa caixa na qual ele é obrigado a responder de maneira pré-determinada o pensamento positivo, o pensamento da possibilidade, a confissão positiva, bem como a visualizações e afirmações.
 
É aqui que começa a sede pelo extraordinário. E sem perceber, muitos em “nome do Deus verdadeiro” estão transpondo as fronteiras do ocultismo.
 
E quando isso acontece, as conseqüências são terríveis.
 
Vejamos:
01. VALORIZAÇÃO DE ATALHOS EM LUGAR DO VERDADEIRO CAMINHO
Sabemos pela experiência cristã que não há uma maneira rápida e fácil de obtermos uma verdadeira espiritualidade.
 
Na realidade, há um longo processo de santificação graduado que é necessário ser percorrido. Ninguém chega a plenitude ou a maturidade de uma hora para outra.
 
No entanto, notamos que muitas pessoas, mal preparadas para o caminho árduo, presas a vícios, tem corrido para um método rápido de desenvolvimento espiritual.
 
E aqui é que acontecem as experiências marcantes e extraordinárias.
 
É aqui entra o sensacionalismo e a experiência individual começa a sofrer uma super valorização.
Essas experiências muitas vezes podem substituir o verdadeiro caminho da maturidade cristã, proposto pela Bíblia.
 
02. ABERTURA PARA A INVASÃO DE PODERES DEMONÍACOS
As experiências vividas por várias pessoas que buscam atalhos na vida espiritual abre uma porta larga para as manifestações diabólicas.
 
Os cultos “carismáticos”, são similares aos cultos do espiritismo. As manifestações diabólicas causam contorções da face, perda de controle sobre os músculos, transe, línguas, profecias, visões e curas.
 
Isso quer dizer que os grupos carismáticos são propícios para tais manifestações.
 
As profecias bíblicas indicam claramente que os últimos dias serão caracterizados por um invasão dos poderes diabólicos.
 
Segundo Ap 18.3 e 16.13,14, a base do anti-cristo se encontra na execução de milagres e poderes fabulosos.
 
A promoção do culto ao demônio no qual os poderes operantes serão extra e sobre-humanos, impressionarão profundamente os céticos.
 
O que é pior, o mundo aceitará alegremente aos pés do anti-cristo, como o senso de auto-realização.
Em Ap 3.20 fica claro que nos últimos dias haverá um falso cristianismo. E é certo que esse falso cristianismo terá como base a prática do oculto e do misticismo pervertido, que passará para trás o ceticismo, dando lugar a falsa espiritualidade.
 
03. A INFILTRAÇÃO DE GRANDES HERESIAS
Com a prática do oculto surge a infiltração de heresias no seio da igreja.
 
E se tem uma coisa que mais estamos vendo em nossos dias é a heresia e o ensino distorcido.
 
Eis alguns exemplos:
• Corrupção religiosa.
• Aliança entre o santo e o profano.
• Falsa cristandade, tendo como núcleo as práticas das religiões orientais, em especial o hiduísmo.
• A substituição de verdadeiro pelo falso.
• A forma de expressão do cristianismo tendo como base formulas e experiências meramente pessoais.
• uso da força metafísica, ou melhor, a Confissão positiva.
• As práticas religiosas antigas e condenadas pela Bíblia, como por exemplo: DÉSPOTAS; ALQUIMIA; CIENTISMO; MISTICISMO; BRUXARIA E ESPIRITISMO.
 
04. INSENSATEZ, INCOERÊNCIAS E DESILUSÕES
a) Insensatez e incoerência
Vemos muitos crentes que estão rejeitando (acertadamente) horóscopos, cartomancia, leitura de mão, adivinhação e promessas aos mortos, mas no entanto, aceitam uma forma muito mais forte e pervertida do oculto em sua práticas religiosa.
 
b) Desilusão
A desilusão vem quando é atribuído a Deus e ao Espírito Santo algo que de fato não é.
E aqui pode ocorrer duas coisas:

Primeira, a experiência “espiritual” tem como fonte o psiquismo.

O psiquismo pode ocorrer através do hipoexitação e da hiperexitação, causando assim, o que chamamos de PSEUDOMISTICISMO.
 
Quando tal coisa acontece?
A HIPOEXITAÇÃO é o estado de ondas celebrais diminuídas, causando também a diminuição dos movimentos oculares.

A HIPEREXITAÇÃO é o estado de ondas celebrais aumentadas, que por sua vez aumentam os movimentos oculares.
 
Tanto na HIPOEXITAÇÃO como a HIPEREXITAÇÃO levam o indivíduo a ter visões, alucinações, transe e ataques.
 
O interessante é que a HIPOEXITAÇÃO vem através da meditação ou do uso de drogas e a HIPEREXITAÇÃO vem através de estimulantes, uso de drogas ou qualquer forma de agitação,  som muito alto, gritos acompanhando de movimentos e música rápida e rockana.
 
Segundo a experiência “espiritual” tem como fonte o engano e a sutileza satânica.
 
Essa sutileza vem através da idolatria cristianizada, a qual o apóstolo Paulo nos alerta em I Co 10.20.
 
Conclusão
A falta de apego ao estudo da Bíblia, a mal formação de pastores, a adesão e aceitação de pastores gananciosos, a frouxidão doutrinária e disciplinar, a sede pela experiência extra-humana e a busca do sobrenatural tem sido algumas das razões que tem levado a igreja evangélica a correr o risco do sincretismo religioso, a exemplo da Igreja Católica primitiva que se corrompeu em fazer alianças com os deuses pagãos.
 
A Igreja Católica, hoje conhecida como Igreja Católica Romana, se prostituiu quando fez aliança com o paganismo grego-romano, enquanto que a Igreja Evangélica de hoje tem se prostituído, fazendo aliança com as práticas espiritas e orientais.

Devemos ser corajosos o bastante para afirmar que de modo geral, os processos espirituais e históricos tem deixado de lado este modo de espiritualidade proposto e procurado por muitas igrejas.
 
Creio que deve haver algo melhor, algo mais seguro, algo menos sujeito às infiltrações e imitações de Satanás.

O POTENCIAL DO CONFLITO HUMANO

Todos nós sabemos que o conflito entre pessoas é tão antigo quanto a existência humana. Mas mesmo assim, muitas perguntas nos desafiam a uma reflexão. Entre essas perguntas, podemos destacar as seguintes: Por que muitos cristãos acham que um dos maiores problemas que o povo de Deus enfrenta é o conflito entre líderes? Por que a Igreja precisa ser um campo de discórdia? Por que muitos dos filhos de Deus encaram a palavra conflito como sendo diabólico?
 
É bom e agradável que os irmãos vivam em união, mas no dia-a-dia nem sempre isso acontece. Ás vezes ouvimos uma pessoa casada gabar-se de que ela e seu cônjuge jamais brigaram.
 
As pessoas que ouvem e param para pensar um pouco, reconhece pelo menos duas possibilidades por trás de tal declaração. Primeiro,  que a afirmação seja uma mentira, ou, segundo, que um dos dois parceiros não tenha idéias, aspirações, senso de valor e personalidade.
 
Se sabemos que o conflito é inevitável no relacionamento mais íntimo, que é o matrimônio, então por que fugir da idéia de conflitos entre os profetas de nosso Senhor?
 
Infelizmente alguns cristãos deram ao conflito humano apenas o lado negativo. Negaram o fato de que o conflito pode ser positivo, transformando-se em um potencial útil, desde que bem administrado.
 
Todos os profissionais que estudam o comportamento humano são unânimes em afirmar que é o elemento de conflito genuíno e honesto que ocasiona o crescimento dos indivíduos.
 
É no conflito que os indivíduos aprendem a dar e receber, a assumir compromissos criativos e corretos. Através do conflito, os relacionamentos buscados de maneira apropriada tornam-se fortes.
 
Aqui encontramos uma verdade que poucos conseguem enxergar: a idéia de unidade de propósito pode ser reforçada por meio de um conflito.
 
Os relacionamentos crescem ou desmoronam, não por causa da presença ou ausência de conflitos, mas pela maneira de lidar com eles. Para alguns cristãos a divergência significa rejeição. E aí,  todas as suas inseguranças vem à tona, surgindo daí o reforço de suas defesas.
 
Esses cristãos são incapazes de receber um ataque a suas idéias, sem se sentirem atacadas elas mesmas. Quando a pessoa de sente atacado, a defesa passa a qualquer custo a ser a regra áurea, gerando como resultado um grande dano, tanto para o que se defende, quanto para o antagonista.
 
É preciso que fique bem claro que apenas os que tem uma maturidade psicológica espiritual pode usar o conflito de maneira criativa. Quem não tem essa maturidade, sempre usa o conflito para destruir.
 
O conflito é provocado na verdade devido o fato de muitas igrejas não adotarem a prevenção contra conflitos. Quando as responsabilidades do líder não são definidas e o fluxo da autoridade permanece ambíguo, não é de admirar que os membros da liderança se choquem entre si quando executam suas tarefas. Em muitos casos, elaborar aquelas especificações e traçar aquele organograma continua a ser algo que pode ser feito depois. Enquanto isso, aparece o conflito.
 
Existem também o problema da programação. Cada membro da liderança de-monstra seu valor à congregação quando realiza programas bem-sucedidos e bem-freqüentados na área do ministério que atua.
 
Quando um ensaio do coral coincide com uma reunião de planejamento da Escola Bíblica Dominical, surge uma crise. Esse problema de programação é produzido pelo menos por duas causas definíveis e corrigíveis. Ou brota de uma falta de coordenação, ou então resulta de uma tentativa de produzir uma quantidade excessiva de programas em relação ao tempo disponível dos membros da igreja.
 
Uma outra razão para o surgimento de conflitos já é menos controlável. Por al-gumas razões, que não cabe discutir aqui, uma percentagem significativa de cris-tãos(pastores e membros de igrejas) tem uma necessidade de aprovação e de ouvir elogios que engrandeçam a sua pessoa.
 
Com esta necessidade embutida em sua personalidade, esses cristãos estão sempre procurando proteger-se e com isso provocam conflitos. Quando há uma auto-proteção, o ciúme apodera-se da pessoa causando assim a incapacidade para o regozijar-se com os que se regozijam, ou melhor, a vitória de outra pessoa significa a minha derrota, a sua derrota, às vezes, a minha vitória.
 
Os métodos para lidar com o conflito são poucos. As instruções mais práticas estão na Bíblia. Foi Jesus Cristo que ordenou a integridade pessoal e o encontro direto.
 
No conflito é preciso ter integridade para confessar que você está em falta com o seu irmão, e é preciso ter coragem para buscá-lo e procurar reconciliar-se. Por mais estranho que possa ser, na instrução bíblica existe uma técnica que não falha. A técnica que pode ser vista no ensino de Jesus Cristo se resume assim: quando alguém achar que algum irmão tem algo contra a sua pessoa, esta pessoa deve procurar aquele irmão.
 
No ensino de Jesus Cristo não há qualquer orientação para a pessoa se ocupar na colocação de culpas em alguém. É um ensino direto a respeito da primazia da comunhão. Ele também presume a natureza sensível do cristão em sua habilidade de tomar, por iniciativa própria, o caminho da reconciliação. É preciso notar algo que é muito importante, a saber: guardar mágoa ou provocar a ira de outrem é frontalmente contrário ao mandamento de nosso Senhor.
 
Na resolução do conflito devemos excluir o método da contradição, que infeliz-mente é o mais popular e destrutivo, adotado pelos cristãos em geral. O método consiste na idéia de que o povo de Deus fracassa quando entra em conflito consigo mesmo. Essa idéia nos torna mais fracos; mas pior do que isso, faz com que mintamos a nós mesmos. Proferimos amor e harmonia quando nosso interior está sendo roído pela animosidade. Apresentamos uma falange sólida à congregação, quando a briga entre a liderança é sangrenta.
 
Diante do que foi apresentado temos mais algumas perguntas, para futuras reflexões. Quando é que vamos aprender que a insinceridade com nós mesmos pode destruir-nos? Quando seremos fortes o suficiente para reconhecermos que somos humanos e não temos vergonha disso? Quando vamos ter a capacidade para reconhecer nossos conflitos, para que possam ser resolvidos?

RESPOSTAS PARA AFIRMAÇÕES DE ALGUNS PENTECOSTAIS EM RELAÇÃO AOS BATISTAS

Ao longo da minha vida cristã ouvi e ainda ouço algumas afirmações de "irmãos" de igrejas pentecostais, neopentecostais e renovadas direcionadas aos membros da igreja batista.
 
Colhendo essas afirmações formulei algumas respostas que normalmente dou para aqueles que de uma maneira ou outra querem tirar proveito e fazer proselitismo desrespeitando  a minha liberdade religiosa, bem como desprezando a minha capacidade de julgamento e entendimento das Escrituras Sagradas.
 
Vejamos as mais comuns:

A IGREJA BATISTA NÃO TEM PODER.
O que é poder?
É gritaria, barulho, sensacionalismo visto na maioria dessa igrejas de hoje?
O poder de Deus se manifesta de várias maneiras. Os maiores milagres acontecem quando ninguém consegue visualizar.
 
O emocionalismo, gritaria, barulho e o sensacionalismo, e, principalmente o que é visto em muitas igrejas hoje,  não servem como parâmetros para medir o poder de Deus.
 
A coisa tá mais para macumba, espiritismo, esoterismo, histerismo do que para o poder de Deus.
 
A IGREJA BATISTA NÃO DÁ GLÓRIA A DEUS. NÃO TEM O PODER DE DEUS.
A glória a Deus pode ser dita com palavras e atos.
Numa igreja batista não é proibido nenhuma expressão que glorifique a Deus. Mas é preferível expressar glória a Deus com ações do que com meras palavras.
O que se requer numa igreja é ordem e reverência
Quando foi que barulho é tido como sinal absoluto da presença de Deus. A mani-festação de Deus não pode ser medido por barulhos ou gritarias. Pois se fosse assim, os blocos de carnaval estavam poderiam ser usados com exemplo.
Quem faz barulho é lata vazia.
 
A IGREJA BATISTA É FRIA.
O que é ser frio?
O costume de uma igreja não diz muito de sua sinceridade. O emocionalismo em extremo impede a compreensão da verdade.
Temos costumes diferente, mas isso não indica frieza espiritual, teologicamente falando.
Deus não é surdo. O Deus que servimos nos escuta em qualquer situação. Somos educados, reverentes e temos o costume de refletir naquilo que ouvimos.
Em lugar de frio, preferimos: somos cautelosos.
Entendemos que o culto é individual e não uma mera influência emocional provocada.
 
A IGREJA BATISTA É IGUAL A IGREJA CATÓLICA
Quem diz tal coisa não conhece nem a igreja católica e nem a igreja batista.
O quem define se uma igreja é bíblica ou não é a doutrina que ela professa. Nossas doutrinas são bíblicas.
Se temos costumes, práticas e hábitos deferente, isso não deve ser levado em conta para a afirmação de que nós somos iguais aos católicos.
Quem afirma tal coisa no mínimo é mentiroso.
E sabe de uma coisa? É mais fácil doutrinariamente que um membro de igrejas pentecostais, aceitar as doutrinas católicas e suas práticas do que um batista.
 
O cristão batista é livre, democrático, lúcido,  tem o Espírito Santo, sabendo  o que quer e não dependendo de vigias espirituais.
 
Aliás nos movimentos carismáticos católicos acontece muito dos que já é praticado nas igrejas que se dizem pentecostais.
 
Aconselhe o “irmão” pentecostal que afirma que o cristão batista é igual ao católi-co a conhecer melhor a doutrina ensinada pelos batistas, pois talvez isso evite que ele continue na prática da mentira.
 
A IGREJA BATISTA NÃO EXPULSA DEMÔNIO
Não expulsa por que não tem. Os cristãos batistas se reúnem para cultuar a Deus, louvar o nome do Senhor e não ao Diabo e aos demônios. Mas quando aparece, ela também expulsa. Vai lá.
Nosso compromisso é com a pregação do evangelho(Mateus 28.19-20). Levar al-mas ao pés de Cristo. Quando isso acontece não demônio que resista.
 
A IGREJA BATISTA NÃO DÁ A PAZ DO SENHOR
Jesus ensinou que devo saudar com paz todas as pessoas e não somente aos meus irmãos. O fato de se exigir que a saudação seja obrigatória somente entre os irmãos fere o ensino de Jesus Cristo(Mt 5.47).
 
A saudação deve ser expontânea e conforme a cultura de cada povo. O que existe por ai é invenção.
Quem quer saudar alguém com formulas preparadas(“Paz do Senhor”; “Paz e Gra-ça”, etc, etc)  que saúdem. Quem quer criar uma outra formula que crie. Mas nin-guém venha dizer que é um ensino bíblico, nem que isso evidencia um cristão, pois não é verdade.
 
E tem mais. Se criar uma regra de saudação, tal regra não pode contrariar os en-sinos de Jesus Cristo em Mateus 5.47; 10.11-13.
 
A IGREJA BATISTA NÃO TEM A PAZ DO SENHOR
A paz que nos pertence deve ser exteriorizada. Isso através da compreensão da paciência, do respeito e diálogo e isso são coisas raras entre os membros de al-gumas pentecostais. O que existe e o que é visto é a alta capacidade desenvolvida para o julgamento, discórdia e falta de educação.
 
A paz deve ser sincera e não hipócrita. Deve ser uma paz sem esperar um retorno.
Dizer “a paz do Senhor” não é tudo. É  necessário viver em paz consigo e com os outros.
 
Conheço alguns crentes que não tem paz nem para os seus familiares, vivem como cão e gato e saem por ai, “paz do senhor, paz do senhor”. É brincadeira.
 
A IGREJA BATISTA NÃO TEM O ESPÍRITO SANTO
Quem afirma tal coisa é mentiroso. Temos bases sólidas sobre a doutrina do Espí-rito Santo como todo. O certo seria afirma que temos divergência na doutrinas do Espírito Santo,  na área tal e tal e não afirma que não cremos no Espirito Santo.
 
Uma coisa é séria: quem tem o Espírito Santo não mente, e quando não sabe das coisa é honesto e fica calado.
 
Aconselho que conheçam nossa declaração de fé e vejam nossa posição sobre o Espírito Santo.
Nossa visão se resume no seguinte: “somos habitação do Espírito Santo”. Ainda quer mais?
 
A IGREJA BATISTA NÃO OPERA MARAVILHAS
O que é operar maravilhas? É a prática sensacionalista, mística e sincretistas prati-cadas em muitas igrejas hoje?
Qual é a missão maior da igreja? Será o espetacular?
Quantas tem realmente comprovação da seriedade dessas igrejas que fazem ma-ravilhas?
 
A transformação de vidas através da pregação do Evangelho é a maior maravilha que a igreja executa diariamente. Logo, nós estamos certos esse “irmãos” que afirmam tais coisa é que estão errados.
 
A IGREJA BATISTA NÃO TEM O PODER DO ESPIRITO SANTO
O poder do Espírito Santo não é patrimônio de homens nem de igrejas “grandes” ou que cresceram mais do que outras.
 
O Dom, bem como o poder de Deus é manifestado como o Senhor quer e não como alguns “irmãos” sem conhecimento bíblicos querem.
 
A prova do poder do Espírito Santo é nós é vista pelo da pregação do evangelho que pregamos. É vista através do nosso amor por missões, amor aos perdidos.
 
O fervor emocional não diz nada sobre o poder do Espírito Santo.
 
Se ter poder do Espírito Santo é gritar, pular, cair no chão, entrar em êxtase e falar palavras desconexas, os pentecostais tem razão, não temos.
 
No entanto, isso não nos preocupa pois, os centros espíritas, os terreiros de ma-cumba e os grupos carismáticos católicos também fazem a mesma coisa. Será que eles também tem o poder do Espírito Santo?
 
A IGREJA BATISTA NÃO FALA LÍNGUA ESTRANHA
Falar língua estranha? Qual o motivo de tal coisa em nossos dias?

Aliás, o termo não é estranha e sim estrangeira.
Nós não achamos necessário o Dom de língua onde todos falam a língua portu-guesa. Quer chamar a atenção? Quer se apresentar como espiritual? Então tudo bem, mas afirmar que é necessário falar em línguas estrangeiras quando todos só entendem e falam o português é no mínimo desperdício.
 
Engraçado, não sei o motivo de tudo crente pentecostal só pedem o Dom de lín-gua.  E os outros dons? O Dom de discernimento, da beneficência, do ensino, etc?
 
Alguns dizem, mas eu tive uma experiência. E daí? A minha experiência deve se enquadrar dentro do ensino bíblico, Deus é econômico, não faz as coisas sem sen-tido.
 
Quem falar em línguas, não sabendo o significado de tal fala,  deve calar, ficar em silêncio(I Co 14.28, 33), e, caso não se controle, fale em suas orações particula-res, sozinho, entre ele e Deus.
 
A IGREJA BATISTA NÃO TEM O FOGO DO ESPÍRITO
E é preciso ter fogo do Espírito? O que consiste ter o fogo do Espírito?
 
Segundo a Bíblia o cristão deve demonstrar os Fruto do Espírito santo (Gl 5.22). quem precisa de fogo é o ímpio e não o cristão.
 
Quem precisa de fogo é o homem que vive no pecado e não aquele que foi justifi-cado e santificado por Cristo(I Pe 1.13-25)
 
A IGREJA BATISTA É MUNDANA
O que é ser mundano?
 
Somos criticados por nossa maneira de vestir, calçar, pentear, etc, etc.
 
Eu conheço crente que usam veste longas, cabelos longos, não usam isso ou aquilo e no entanto, estão com a vida mais suga do que poleiro de galinha.
 
O que define se somos mundanos ou  não,  é a ética, a moral. O exterior pouco diz, e quando tal coisa acontece é uma conseqüência.
 
O que muitos estão pregando é o legalismo,  regras de homens e não da Bíblia.
 
Mundanismo é viver no roubo, na mentira, no engano, etc, conforme Gl 5.21; Cl 3.5-10; 12-17.
 
Muitos estão usado o roupa como desculpa para um viver segundo as obras da carne. Ou melhor, estão desviando a atenção do que seja realmente andar no Espírito.
 
O CRENTE BATISTA NÃO É SANTIFICADO
Será que não? O que nos santifica? Quem nos santifica conforme a Bíblia?
 
Somos santificados pois pertencemos a Jesus Cristo e mesmo com todos os nos-sos erros, somos amados pelo Mestre. E daí.

Quer defeito? Qual a igreja que não tem joio? Qual a igreja perfeita? Alguém se arrisca a dizer que é infalível e que não peca?
 
As regras legalistas que impostas em algumas igrejas tem diminuído as  exclusões,  pecado dentro da igreja e os escândalos, os casamentos antes do tempo certo?
 
USAR CALÇA COMPRIDA, USAR SAIA CURTA, BATOM, PINTAR UNHAM, CORTAR E PINTAR CABELOS, CORTAR  NÃO É COISA DE CRENTE
O modelo de cristão, de evangélica no Brasil é horrível.
 
As mulheres que fazem parte da igreja batista não são escravas do pastor e nem dos presbíteros. Elas são livres e conscientes.
 
A pastor e a liderança de uma igreja batista não gasta tempo vigiando os costu-mes e práticas pessoais. O fato de alguém usar isso ou aquilo não deve ser tido como base da confiança em Cristo.
 
Todos nós sabemos que tem gente ai que externamente é “modelo”, mas no seu interior é uma praga.
 
E o que é pior, existem aqueles que usam da piedade para fazer mal aos outros.
 
Não cabe ao pastor ou a igreja usar de regras para fazer isso ou aquilo. Cremos que todos os cristãos desfrutam da presença e orientação do Espírito Santo, logo o mesmo Espírito que faz com que eu veja o meu erro, vai também fazer o mesmo em outra pessoa.
 
Cultura, costumes e prática mudam de geração em geração. O Novo Testamento não nos ensina a andar como judeuzinhos.
 
Os textos usados pelos membros das igrejas pentecostais mais tradicionais e lega-listas, são usados indevidamente, o que comprova falta de seriedade e conheci-mento da hermenêutica e da exegese bíblica.
 
OS BATISTAS NÃO SÃO CRENTES
Diz-nos a Bíblia que o Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.
 
Logo quem sabe se sou crente ou não, sou eu. Ninguém tem o direito de fazer julgamento a respeito.
A Bíblia diz que o verdadeiro cristão é conhecido pelo Fruto do Espírito Santo.
 
Nenhum batista tem salvação firmada em reconhecimento humano e sim, pela convicção encontrada na Palavra de Deus.
 
TEXTOS QUE TODO PENTECOSTAL DEVERIA LER ANTES DE FALAR DOS CRISTÃOS QUE FAZEM PARTE DA IGREJA BATISTA
Romanos14.1-22; 15.1-7; 16.17-20;
Gálatas 6.1-5;
Colossenses 2.8-10; 16-19.
Quem és tu que julgas o servo alheio?
 
Caso algum “irmão” pentecostal resolva julgar um cristão batista é bom que ele saiba de uma coisa: antes de julgar leia com atenção Romanos 14.1-12.

UMA RESPOSTA AO LEGALISMO DE ALGUMAS IGREJAS PENTECOSTAIS

 
A Bíblia proíbe que a mulher evangélica use joias, batom, calça comprida, ou corte o cabelo? “Sim”, dirão muitos. “Não”, dirão outros.
 
Nós os batistas desde muito tempo já temos nossa posição sobre o assunto. No entanto, somos criticados por nossa posição. Muitos nos chamam de liberais e alguns chegam a afirmar que nós somos iguais aos católicos.
 
Infelizmente alguns “irmãos” de igrejas pentecostais, neopentecostais e renovadas chegam a levantar falso testemunho contra os batistas, alegando para tal o fato de que somos apegados ao mundo devido nossa maneira de encarar a vida cristã.
 
Alguns “irmãos” pentecostais se tornaram especialistas em visitar os novos decididos da igreja batista para daí então, repassarem seus conceitos legalistas para aqueles que ainda não sabem como se defender.
 
O que fazem tais ‘irmãos”? Usam a Bíblia erradamente para daí criarem dúvidas na cabeça dos novos decididos. Alegam santidade absoluta. Alegam estarem com a verdade.
 
E como se fossem donos da verdade e sendo os únicos a conhecerem a Bíblia lançam suas ideias contra o uso de barba, bigode, joias, batom, unhas pintadas, calça comprida e corte de cabelos.
 
Alguns são audaciosos e lançam suas “experiências” tentando assim convencer os novos decididos a passarem para a sua igreja, que é sempre a mais santa, mas poderosa e sem nenhum problema moral.
 
Visando uma resposta para tais “irmãos” é que os argumentos que seguem devem ser usados, pois os mesmos estão baseados nos textos que eles mais usam para daí criarem dificuldades para os cristãos membros da igreja batista.
 
Para tal, resolvi transcrever como resposta para tais “irmãos” um artigo de Ricardo Gondim, uma pastor pentecostal que escreveu o livro “É proibido” . Transcrevo de propósito, exatamente para calar a boca de muito “santos” que criticam o uso de batom, de calça comprida, de etc., mas mentem, levantam falsos e não cuidam da língua.
 
‘... Depois de discorrer contra a barba, advertiu que não permitiria a quebra das tradições dos antigos fundadores daquela denominação. O ambiente fechou-se como se uma carregada tempestade estivesse pronta para abalar toda a igreja; Ezequiel, mais barbado ainda, levantou uma de suas mãos, pedindo a palavra. O pastor acenou que permitiria a pergunta logo que terminasse de dizer o seu recado repressivo.
 
Ezequiel, ao contrário do que se esperava, indagou com doçura; queria saber, não contestar: - pastor, há bases bíblicas para se proibir o uso de barba? Como podemos biblicamente condenar um jovem que deixe à sua barba crescer? – Indagou sem acrescentar uma nova ruga à sua testa sempre contrita.
 
Com essas duas perguntas baixou a mão e aguardou a réplica.
 
O pastor solenemente abriu sua Bíblia e com ares de vitorioso pediu ao coral que o acompanhasse na leitura de Gênesis 41.14:
 
Então mandou Faraó chamar a José, e o fizeram sair apressadamente da masmorra; ele se barbeou, mudou de traje e apresentou-se a Faraó.
 
O pastor explicou que José, preso em um calabouço no Egito, não pôde barbear-se por um longo período; no entanto, por ser homem de Deus, não quis dar um mau testemunho a Faraó. O que pensaria o rei ao ver um homem de Deus barbado? Assim, para comparecer à presença do rei, José barbeou-se como todo autêntico servo de Deus deve fazer. A maneira como desenvolveu seu raciocínio não apenas silenciou todo o auditório, como constrangeu Ezequiel. Sem ter como contestá-lo, todos aceitaram a argumentação; por outro lado, todos saíram amargurados. Aceitar não significa, necessariamente, convencer-se.
 
O pastor usou um recurso de argumento no mínimo desonesto. Retirou a passagem do contexto.
 
Desprezou centenas de outros textos nos quais homens de Deus aparecem usando barba. Além disso, exigindo uma adesão irrestrita aos seus argumentos, subestimou o bom senso de seus ouvintes.
 
Sempre que se faz uma abordagem casuística da Bíblia gera-se erro doutrinário. Uma falha desse tipo, apesar de não possuir a mesma gravidade de uma heresia, deve ser combatida. É verdade que errar na compreensão dos textos bíblicos é uma possibilidade a que todos nos sujeitamos; porém, quem tem compromisso com a verdade não pode tolerar inexatidão.
 
Todo cristão deve humildemente aceitar sua falibilidade, porquanto ninguém é onisciente. Sabemos em parte, não possuímos esse atributo divino que reúne todo o conhecimento. Ademais, somos pecadores. Nossos processos de aprendizagem e compreensão da verdade tem sido maculados pela queda original. Todas as vezes que abrimos a Bíblia, devemos admitir que nossa compreensão do que está escrito é parcial, falha e passível de incorreções.
 
Ninguém deve espantar-se porque há diversas interpretações sobre os ensinos da Bíblia. Cada pessoa filtra o que lê através de sua cultura, preconceitos e ensinos que lhe foram passados por outras pessoas. Não sendo Deus autor de confusão (I Co 14.33), sabemos que a falha em não compreender corretamente o texto não é dele ou da Bíblia. A falha é nossa; simplesmente usamos nossas lentes da tradição e de nosso preconceito.
 
Uma das máximas da Reforma Protestante do século XVI consistiu no princípio de que todo cristão tem o direito de interpretar as Escrituras sem o cabresto de uma elite religiosa. Esse direito, certamente influenciado pelo ambiente da Renascença, dá a todos os indivíduos liberdade de lerem e entender o texto segundo sua própria determinação. Essa faculdade, entretanto, pode gerar compreensões díspares, radicalmente contrárias entre si.
 
Os reformadores, ao proporem o direito individual de interpretar a Bíblia, não pretendiam gerar uma barafunda doutrinária. Eles também apresentarem outro princípio quando colocaram as Sagradas escrituras nas mãos do povo.
 
Os reformadores ensinavam que há uma verdade objetiva nos livros sagrados. Isso significa que, quando lemos um referido texto, podemos entendê-lo à nossa maneira, mas a verdade nele contida não depende de nossa interpretação. Em outras palavras, um texto não deixa de transmitir a mensagem que seu autor pretendeu só porque gostaríamos que ele significasse outra coisa.
 
Quem lê a Bíblia pode encontrar milhares de aplicações para um determinado texto, mas deve achar apenas uma interpretação. Deus não concede a ninguém o direito de distorcer o significado da Escritura. Essa ciência de compreender e interpretar corretamente o texto chama-se Hermenêutica.
 
Quando se violam as regras de hermenêutica, dependendo da gravidade da infração, geram-se erros ou heresias.
 
Pela falta de fidelidade à hermenêutica, muitos textos da Bíblia são lidos e comumente distorcidos para se moldarem à doutrina de uma denominação. Às vezes, violam-se regras básicas e, quando fica óbvio demais a ponto de não ser possível o uso da Bíblia para autenticar doutrinas humanas, advoga-se que estas advêm da tradição da igreja. Tais doutrinas por assim desejarem seus sectários, devem se obedecidas por seus membros sem quaisquer indagações.
 
No Brasil, repete-se muito esse recurso autoritário, muitas vezes irracional. Há líderes, apoiando-se na autoridade de seus cargos e títulos, exigindo que seus pontos de vista sejam admitidos sem qualquer argumentação. Ordenam que os crentes cometam uma espécie de suicídio intelectual em nome da tão aclamada ‘submissão”.
 
Veremos abaixo alguns textos que servem de apoio às doutrinas anacrônicas sobre usos e costumes nas igrejas.
 
O BEZERRO DE OURO NASCEU DA VAIDADE?
Algumas igrejas evangélicas usam o texto de Êxodo 32.2 com o argumentação de que as jóias das mulheres judias foram pedra de tropeço para o povo judeu.
 
Nessa linha de raciocínio, afirma-se que o ouro que os judeus saquearam do Egito só era útil para fazer ídolos. Sustenta-se que as mulheres que servem a deus hoje, ao usarem ouro, serão igualmente tentadas à semelhança do relato bíblico e ter-minarão edificando ídolos. Esse texto pode, de fato, ser alegoricamente usado para dizer que o uso de joias e adornos leva uma pessoa a rejeitar o deus verdadeiro e a reverenciar um falso deus.
 
Entretanto, entender o texto acima como sendo uma boa argumentação para considerar vaidade o uso de joias e adornos, significa descartar vários outros textos em que o mesmo ouro também foi usado para construção do tabernáculo (Ex 36.34-38), dos utensílios de culto e da própria arca do concerto (Ex 25.11-130.

O que se pode compreender dessa passagem é que o povo estava peregrinando no deserto sem a possibilidade de garimpar uma pepita de ouro sequer; sendo assim, qualquer objeto de ouro que se quisesse compor deveria ser doado pelas pessoas.
 
Quer dizer, o mesmo ouro que servia para fabricar um ídolo também era útil para confeccionar os querubins da arca do concerto. Para tal confira o texto que se encontra em Números 31.50.
 
O que deduzimos a partir desse texto é que o uso de joias em si mesmo não está errado. Nossas posses é que podem ter destino correto ou maligno, dependendo de onde e para onde está inclinado o nosso coração.
 
O TEXTO DE DEUTERONÔMIO 22.5 PROÍBE QUE AS MULHERES USEM CALÇAS COMPRIDAS?
Há igrejas que proíbem, terminantemente, às mulheres o uso de calças compridas. Utilizam, para tal, Dt 22.5. E agora?
 
Para entendermos o texto devemos considerar o seguinte:

Quais eram as diferenças entre as vestes masculinas e femininas nos dias de Moisés?
 
As palavras hebraicas usadas para denotar casaco, capa, cinto, são empregadas indistintamente tanto para designar vestes masculinas como femininas. Diferenciava-se o gênero de uma vestimenta como parâmetros diferentes dos nossos. Muitas vezes as roupas de um homem e de uma mulher eram exatamente iguais. Distinguia-se uma da outra, unicamente, pela finura do tecido usado para confeccionar as roupas das mulheres.
 
Daí, partimos para o nosso primeiro argumento:

O que uma sociedade estabelece como indumentária masculina e feminina não vale necessariamente para outra região geográfica.
 
O segundo argumento:
As roupas e tradições variam de geração para geração.
 
Exemplificando: Aquilo que se determinava como roupa masculinas duzentos ou trezentos anos atrás, pode ser hoje um traje muito afeminado, como é o caso das calças justas usadas pelos navegadores, ou dos brincos que os piratas ostentavam nas orelhas.
 
Na verdade quando Deus ordena que a mulher não se vista com roupas de homem, ele não está escolhendo certo tipo de roupa, mas apenas rechaçando o travestismo.
 
O ideal de Deus é que os homens queiram ser homens e as mulheres desejem ser mulheres. A mensagem de Dt 22.5 é um princípio e não uma lei sobre moda.
 
Não só isso. Quem tiver interesse em colocar em prática Dt 22.5, deve colocar em prática também 22.8-12 e 21.18-21(Veja os textos: os legalistas fazem o que re-comenda os referidos textos?). Bem como, deve colocar em prática também Levítico 19.19 e  Números 15.38. Alguém se arrisca?
 
O PECADO DE JEZABEL FOI O USO DE PINTURA;  MAQUIAGEM?
Muitos usam o texto de II Rs 9.30 para afirmarem que o que levou Jezabel a morte foi o uso de o pecado do uso de pinturas.
 
Quem faz tal afirmação nem conhece os costume dos reis e rainhas daquela época. E, o que é pior, não sabe interpretar a Bíblia.
 
Os pecados de Jezabel se encontra em registrado em I Rs 18.13,19; 21.8-15, 19,23; II Rs 9.22b(Assassinato, idolatria e feitiçaria).
 
Jezabel foi condenado pelo Senhor, não pelo fato de usar pinturas, mas pelo fato de apregoar a idolatria e praticar a feitiçaria.
 
A CONDENAÇÃO DAS MULHERES ALTIVAS DE SIÃO CONDENA O USO DE ADORNOS E ENFEITES?
O texto de Isaías 3.16-26 pode, numa leitura muito superficial, também aparentar que Deus está condenando o uso de adornos e enfeites nas mulheres de Sião.
 
Uma pessoa desarmada de preconceitos, entretanto, fica clara que a retirada desses enfeites veio como castigo de Deus por um outro pecado; andar de pescoço emproado, com altivez de coração.
O pecado aqui não é o ornamento, e sim a prepotência.
 
Contudo, pode-se ainda argumentar que foi o uso de joias e de adornos que tornou essas mulheres arrogantes e altivas. Sim, é verdade que uma pessoa altamente preocupada com jóias, moda e adornos, pode tornar-se ainda mais arrogante.
 
Mas a preocupação obsessiva com outros valores também pode gerar soberba.
Paulo advertiu a Timóteo que o amor ao dinheiro pode levar a um fracasso espiritual (I Tm 6.6-10). Provérbios ensina-nos que a comida, o sono(Pv 20.13) e o sexo(Pv 5.18-20), desde que mal usados por nós, também podem ser danosos.
 
Jesus, de igual maneira, mostra-nos que ofertar na igreja(Mt 6.1-4), orar a Deus(Mt 6.6-8), ou até mesmo praticar jejum(Mt 6.16-18), podem tornar-se grandes perigos espirituais.
 
Deve-se entender que, assim como ninguém de bom siso acha que o problema está no dinheiro, na comida ou no jejum, o problema não estava nas joias e enfeites, mas sim na atitude do coração daquelas mulheres.
 
Muitas vezes as pessoas cuidam de corrigir hábitos e tentam desesperadamente formular uma doutrina que conserte a tradição das pessoas.
 
O problema, porém, nem está naquele hábito ou tradição. Uma jovem rica pode não ter o seu coração voltado para joias; para ela o uso ou não de brincos pode não trazer consigo qualquer valor moral. Por outro lado, uma mocinha pouco abastada pode fazer do uso de um cordão de ouro uma busca doentia.
O uso de joias, contudo, pode não ser importante para nenhuma delas, apesar de uma ser abastada e a outra não. Ambas, no entanto, correm o risco de supervalorizar esse uso.
 
O pastor, então, deve preocupar-se em admoestá-las a não depositar sua confiança em coisa vãs, que nada aproveitam e tampouco podem acrescentar dignidade a ninguém.
 
A EXORTAÇÃO ENCONTRADA EM I TIMÓTEO 2.9 PROIBE O USO DE ADORNOS E ENFEITES?
Para muitos o texto é claro em firmar que as mulheres não devem usar qualquer tipo de joia, não frisem os seus cabelos e não comprem vestidos dispendiosos.
 
Será que Paulo aqui desconsiderou  posições como:

Anuncia que os verdadeiros salvos não são os guardadores da lei ‘pois, se os da lei é que são os herdeiros, anula-se a fé e cancela-se a promessa’ (Rm 4.14);
Protesta  contra os falsos irmãos “que se entremeteram com o fim de espreitar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus, e reduzir-nos à escravidão” (Gl 2.4);
Não aceita que a vida cristã seja reduzida a um sistema de “não manuseies isto, não proves daquilo, não toques aquiloutro, segundo os preceitos e doutrinas de homens” (Cl 2.21,22).
 
Vejamos que Paulo não intenta proibir certos tipos de trajes.
O apóstolo busca, tão-somente, mostrar às mulheres que a verdadeira beleza não pode ficar resumida ao exterior, devendo sempre estar em companhia do crescimento espiritual.
 
Sua condenação ali não está nos objetos de adorno, mas na extravagância, na falta de bom senso, na ausência de pudor.
 
É necessário ler as ordens específicas de Paulo tendo em mente sua situação cultural. Ademais, deve-se saber distinguir entre aquilo que é mandamento específico e aquela situação da sociedade dos princípios universais de Deus.
 
Quando lemos I Tessalonicenses 5.26: “saudai a todos os irmãos com ósculo santo”, não devemos entender que essa ordem deve ser obedecida ao pé da letra, pois em algumas culturas homem beijar homem e indecoroso, enquanto em outras, como na Rússia, o ósculo entre pessoas do mesmo sexo é perfeitamente aceitável.
 
Quando Paulo manda beijar todos os irmãos, é preciso que se entenda o contexto histórico sem deixar de lado o princípio universal que o apóstolo quis ensinar: devemos tratar-nos afetuosamente.
É um absurdo forçar o texto lido para dizer que Paulo faz uma proibição.
 
A EXORTAÇÃO DE I PEDRO 3.1-4 PROIBE O USO DE ADORNO E ENFEI-TES?
Alguns usam o textos para afirmar que Deus proíbe o uso de adorno e enfeites(anéis, pulseiras, cordões e brincos). Será?
 
Na verdade não há condenação total de adornos e enfeites; a ênfase é que a ornamentação externa não deve prevalecer à interna. Pedro não quer dizer que é pecado o uso de adornos e enfeites; e sim, que eles não podem ser a maior razão de viver das mulheres.
 
Na verdade é bom que todo cristão saiba que a verdadeira doutrina bíblica não consiste em tentar vestir-nos como os contemporâneos de Jesus.
 
O TEXTO DE I CORÍNTIOS 11.3-16 PROIBE O CORTE DE CABELOS?
Os versículos escritos por Paulo à igreja de Corinto, tratando sobre os cabelos de homens e mulheres, são largamente citados por algumas igrejas como base para a “doutrina” que proíbe as mulheres de sequer aparar as pontas dos cabelos.
 
Veja o que diz um regulamento interno de uma igreja sobre o assunto.
 
“É proibido as irmãs cortarem o cabelo, mesmo aparar as pontas, usarem perucas, bobes, pintarem o cabelo ou esticarem, usarem penteados vaidosos que chamem a atenção” punição;
1ª vez – seis meses de suspensão;
2ª vez – um ano de suspensão;
3ª vez – exclusão.
 
O ministério não concorda baseado na Bíblia em Sl 4.2; I Co 11.14-16; Ef 4.17; Tt 2.12; I Pe 3.3-5.
 
E agora?
 
Reafirmamos que a recomendação de Paulo nada tem a ver com princípios e sim com a cultura.
Na verdade tudo era uma questão cultural, senão vejamos:

O véu é um costume antigo que não diz respeito à cultura ocidental(Gn 24.65);
Gradualmente os costumes foram mudando, e os cabelos longos das mulheres passaram a desempenhar a mesma função do véu;
A natureza como produção cultural, e não a natureza como ordenação de Deus, é que estabelece qual o tamanho do cabelo dos homens e das mulheres.
 
O que implica em dizer que as mulheres da igreja de Corinto viviam em meio a duas tradições distintas; Paulo, por ser judeu, propunha a manutenção do costume hebraico; logo, a questão do uso do véu ou dos cabelos compridos era apenas pertinente àquele contexto cultural.

Seria um absurdo imensurável pastores exigirem que seus membros adotem essa prática, já que as mulheres de suas congregações não estão inseridas na cultura dos judeus, tampouco na da Grécia antiga.
 
A questão dos cabelos longos para mulheres e curtos para os homens é meramente cultural. Paulo pede que esses preceitos sejam respeitados apenas no contexto de Corinto. Ele não poderia exigir que essas normas fossem obedecidas hoje, pois o véu e os cabelos compridos já não possuem a mesma significação daqueles dias.
 
Na antiguidade, uma mulher, através da sua maneira como cortava seus cabelos, podia transmitir lealdade ou insubmissão ao seu marido; hoje, contudo, a submissão de uma mulher é transmitida pela aliança que carrega no dedo da mão esquerda. Se o uso de cabelos longos naquela época simbolizava o mesmo pudor da utilização do véu, no mundo contemporâneo já não é assim.
 
Mas uma vez, deve-se levar em conta o princípio por detrás do costume e não o costume em si.
 
Qual seria o tamanho de cabelo ideal para caracterizar a submissão de uma mulher? Qual a medida de cabelos destinada a homens que determinaria a masculinidade de alguém?
 
Simplesmente não há parâmetros, a própria sociedade é quem decide essas questões.
 
Além disso, faz-se necessário lembrar que um ensino bíblico para ser válido, deve ter aplicabilidade universal.
 
Os batistas não são liberais como dizem muitos por ai. Somos moderados e apelamos para a consciência de cada um.
 
Entendemos também que em nada adianta fazer as coisas por força ou por regras, ou para agradar o pastor, diáconos ou obreiros outros.
 
As pessoas que fazem parte de uma igreja batista são livres, foram libertos por Cristo, logo devem viver a luz da moderação e da modéstia cristã.
 
No entanto, entendemos que pior é usar textos bíblicos indevidos para força a interpretação, levando as pessoas a tomarem decisões tendo como base uma meia verdade que não deixa de ser mentira.
 
Os legalistas erram. Erram feio, por usarem da mentira e por colocarem em jogo a Palavra de Deus que deve ser usada corretamente.